Doze horas

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Esta lenda não é coisa nova. Há relatos que comprovam que há muitos anos ela já era contada. Direto à lenda:

Numa aldeia nativa-americana, havia o costume de fazer o Sharyuo Dasan, que (em uma tradução livre), significa Doze Horas. Muito além de palavras, esse ritual era feito todos os anos, no equinócio de primavera, para comemorar a grande colheita. Porém, o costume dessa aldeia não era simplesmente comemorar. Para que a terra continuasse a dar frutos, era preciso que um grande sacrifício fosse feito. Assim, doze das mais belas jovens eram escolhidas a sorte, e eram entregues ao sacrifício, que consistia em cinco provas: a prova do fogo, onde eram submetidas a queimaduras e chamas, para que sua beleza (sinal de humanidade) fosse apagada. A prova da água, em que eram forçadas a entrar num rio com forte correnteza amarradas por uma espécie de corda, para que nem mesmo a maior dificuldade pudesse ser obstáculo. Ainda tinha a prova do ar, que consistia em várias sessões que eram forçadas a prender a respiração, para que vícios fossem deixados para trás. A prova da terra era a mais bizarra: as jovens eram enterradas até o busto com terra, e lá ficavam por horas, com água caindo sobre suas cabeças. Representava o modo como estavam preparadas para servir a mãe terra. Mas a última prova era a mais terrível: A prova da pureza. O que era feito? As jovens entravam numa espécie de caixão de pedra (doze, dispostos em um círculo em formato de relógio), onde dormiam. Enquanto dormiam, os anciãos colocavam uma mistura de folhas esmagadas a base de água, até que o caixão fosse enchido. As jovens não conseguiam se levantar, e morriam na hora. Essa hora era a mais importante, onde os anciãos faziam o ritual do sacrifício. Então, as jovens se tornavam etéreas, para poder servir a terra e para que esta pudesse dar mais frutos.

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