Romãozinho

748 19 0
                                    

Era um menino filho de lavrador, e já nasceu vadio e malcriado. Adorava maltratar os animais e destruir plantas, sua maldade já era aparente.

Um dia, sua mãe mandou-o levar o almoço do pai que estava num roçado trabalhando. Ele foi, de má vontade é claro.

No meio do caminho, comeu a galinha inteira, juntou os ossos, e levou para o pai. Quando o velho viu o monte de ossos ao invés de comida, perguntou que brincadeira sem graça era aquela.

Romãozinho, ruim como era, querendo se vingar da mãe, que tinha ficado em casa lavando roupa, disse:
- Foi isso que me deram... Acho que minha mãe comeu a galinha com um homem vai lá quando o senhor não tá em casa, aí mandaram os ossos...

Louco de raiva, acreditando no menino, largou a enxada e o serviço, voltou para casa, puxou a peixeira e matou a mulher.

Morrendo a velha amaldiçoou o filho que estava rindo:
- Não morrerás nunca. Não conhecerás céu ou inferno nem descansarás, enquanto existir um único ser vivo na face da terra.

O marido morreu de arrependimento. Romãozinho sumiu, rindo ainda.

Desde então, o moleque que nunca cresce, anda pelas estradas, fazendo o que não presta; quebra telhas a pedradas, assombra gente, tira choco das galinhas. É pequeno, pretinho como o Saci, vive rindo, e é ruim.

Não morrerá nunca enquanto existir um humano na terra, e como levantou falso testemunho contra a própria mãe, nem no inferno poderá entrar.

Lendas UrbanasOnde histórias criam vida. Descubra agora