Capítulo 24

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Na noite seguinte, a família Bennet inteira foi convidada para jantar em Netherfield. Após o jantar, Caroline pediu a Georgiana para tocar para eles. Georgiana prontamente concordou, mas somente na condição de que Elizabeth a precedesse. Elizabeth concordou relutantemente, e as duas moças andaram juntas até o pianoforte. Enquanto Elizabeth estava olhando por cima de alguns livros de música, Georgiana encontrou uma peça que gostava particularmente, e sugeriu que Elizabeth tocasse. A escolha de Georgiana foi Voi che sapete de As Bodas de Figaro. Elizabeth mordeu o lábio. Não era o tipo de peça que ela teria escolhido nas atuais circunstâncias, mas ela não queria ferir os sentimentos de Georgiana. Ela conhecia a peça bastante bem, e como ninguém lhe pediu para cantar, talvez ela poderia simplesmente esquecer as palavras. Ela iria pelo menos tentar. Ela sentou-se no instrumento, e concentrou-se na música, tentando ignorar as palavras impressas no livro de música. Ela conseguiu passar a primeira parte da canção sem incidentes, mas no final ela cometeu o erro de olhar para cima, e seus olhos encontraram os de Darcy. Ele tinha um olhar incrivelmente triste no rosto. Elizabeth rapidamente olhou para a música, mas ela sentiu as lágrimas brotarem dos seus olhos. As palavras da canção saltaram em sua mente. O que é esta tristeza que nada pode dissipar?

De alguma forma, Elizabeth conseguiu terminar a peça. Quando terminou, ela pediu para ser dispensada, e foi para a sala ao lado. Assim que ela estava sozinha, as lágrimas inundaram-lhe pelo rosto. Georgiana começou a se levantar para seguir Elizabeth, mas vendo seu irmão fazê-lo, sentou-se novamente. A Sra. Bennet também pareceu que poderia seguir sua filha, mas Jane rapidamente perguntou a sua mãe em um sussurro como a sala poderia ser melhorada, e a Sra. Bennet sugeriu em voz alta que as cortinas podiam substituídas por uma cor mais brilhante. Caroline pareceu desgostosa, mas a Sra. Bennet esqueceu completamente de sua segunda filha.

O coronel Fitzwilliam sugeriu a Georgiana que ela esperasse até que seu irmão e Miss Bennet voltassem para ter a sua chance ao piano, para que eles pudessem também desfrutar da música. Georgiana concordou, e tomou um assento ao lado de seu primo. Vendo o instrumento vago, Mary Bennet não perdeu tempo em tomar seu lugar nele. Enquanto Mary tocou e cantou, o coronel Fitzwilliam tentou fazer sentido do que tinha acontecido. Miss Bennet parecia bem até que ela olhou para Darcy, então ela pareceu quase inconsolável, e ela, obviamente, deixou a sala para evitar chorar na frente de todos, mas por quê?

"Georgiana," o coronel perguntou num sussurro que foi mascarado dos outros pelo canto de Mary, "Quando você e Miss Bennet foram caminhar, ela disse alguma coisa que pode indicar como ela se sente sobre o seu irmão?"

Georgiana balançou a cabeça. "Sempre que eu falava dele ela parecia mudar de assunto. Depois que eu contei a ela sobre... sobre o verão passado, eu disse algo sobre o desejo que eu tivesse uma irmã para fazer confidências, mas ela não entendeu o que eu quis dizer."

O coronel estava frustrado com essa falta de informação. Ele continuava a suspeitar que havia algo que estava faltando. Por último, ele perguntou a Georgiana, "Por que você diz que ela não entendeu o que você quis dizer?"

"Oh, ela me perguntou se eu poderia fazer confidências à prima Anne. Foi difícil não rir... Miss Bennet não conhece a Anne é claro, ela estava apenas pensando em meus parentes mais próximos do sexo feminino."

O coronel riu da idéia de alguém confidenciar tais coisas a sua prima, mas de repente parou de rir e se perguntou, poderia Miss Bennet achar que...

Quando Darcy entrou na sala ao lado, ele encontrou Elizabeth sentada perto da janela, soluçando em silêncio. "Miss Bennet," ele disse suavemente, "não há nada que eu possa fazer por você, algo que eu possa trazer para o seu alívio?" Ela balançou a cabeça. Hesitante Darcy disse: "Minha irmã me disse que ela relatou a você os infelizes acontecimentos do último verão. Lamento..." Sua voz ficou embargada enquanto terminava, "Eu sinto muito se essa informação magoou você."

Elizabeth ficou intrigada com isso. Será que ele acha que ela estava chateada com isso? Pelo menos ele não parece suspeitar o motivo real para a minha aflição. "Eu sinto muito se eu fui de alguma forma a causa de sua irmã ouvir o nome dele mencionado. Foi obviamente muito doloroso para ela. Você pode, naturalmente, contar com a minha discrição, e por favor, não culpe sua irmã por me contar isso."

Darcy hesitou por um minuto, e então disse: "Eu gostaria de poder dizer que este foi o único caso desagradável que tive com o Sr. Wickham, mas não é. Imagino que ele lhe disse que meu pai queria que ele tivesse um benefício, mas você deve saber que a versão dele da história... "

Elizabeth o interrompeu aqui, "Sr. Darcy, não se aflija. O Sr. Wickham me contou alguns contos sobre o benefício, e sobre outras coisas... mas eu nunca dei qualquer crédito à versão dele, nem, eu imagino, qualquer outra pessoa que conhece você."

Darcy não conseguia esconder sua incredulidade. "Então, você nunca acreditou nele, você nunca sentiu qualquer afeto por ele?"

Elizabeth ficou chocada. "Céus, não! Eu nunca poderia gostar de alguém que... eu nunca poderia acreditar em tais acusações contra alguém que eu..." As lágrimas mais uma vez subjugaram Elizabeth. Ela tinha quase dito "contra alguém que eu amo." Ela sabia que se conversasse mais com ele, isso ira escapar. "Por favor, desculpe-me," disse ela em meio às lágrimas, e fugiu para fora da porta.

Continua...
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UMA SEGUNDA CHANCE - Fanfic Orgulho e PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora