O cheiro daquele ambiente não era nada agradável, era como se um animal estivesse morto ali dentro a dias. Haviam dois homens enormes, um de cada lado das correntes do prisioneiro. As palmas de minhas mãos estavam começando a soar, estar em um ambiente como aquele, me trazia lembranças das quais eu não precisava lembrar nomomento. Os dois homens se aproximaram de Áurea e em baixa voz, lhe disseram algo. A mesma me olhou com desprezo e sorriu.
──────── Se eu fosse você, tentaria um cara ou coroa com o seu companheiro de cela, para ver quem vai ser castigado primeiro. Faça isso enquanto vou buscar um chicote novo. ── Áurea disse e sem esperar alguma resposta minha, se retirou com seus dois capangas.
Após a porta bater fortemente, caminhei calmamente até o prisioneiro. Parei de frente para o homem que se encontrava em um estado deplorável, o mesmo fedia a sangue podre, e dentre outras coisas. Ao notar minha aproximação, o prisioneiro ergueu sua cabeça, e pela primeira vez pude observar seu rosto. Estava com uma aparência sofrida, o que por sinal já era de se esperar, mas ainda assim tinha um belo rosto. Olhos esverdeados como uma esmeralda, lábios rosados, um rosto marcante, e um olhar que aparentava enxergar além de meus olhos, ele parecia tentar enxergar minha alma. Por impulso direcionei minha mão até o queixo do mesmo, apenas para manter nossos olhares, já que o mesmo se encontrava sem forças para permanecer com a cabeça erguida. Mas ele desviou seu rosto com uma certa brutalidade.
──────── Senhor Styles? ── Chamei pelo mesmo, porém ele não me olhou. Respirei fundo, e sem me importar caminhei até a mesa de Áurea, abri gaveta por gaveta, até encontrar as chaves. Em seguida retornei até o rapaz com certa rapidez.
──────── Ela vai te matar, novata. ── Pela primeira vez o homem se pronunciou, com uma certa dificuldade.
Sua voz era firme, e em qualquer outra ocasião, eu adoraria ouvir meu nome ser pronunciado por ele. Fingi não escuta-lo, e tirei as correntes de suas pernas. Em seguida retirei a do braço esquerdo, um lado do corpo do mesmo acabou caindo para cima de mim, ele estava fraco, então o peso de seu corpo veio para frente. Automaticamente minha mão passou em volta de seu corpo, ao encostar a mesma em suas costas, senti algo grudar em minhas mãos, após ouvir um alto gemido doloroso escapar dos lábios do homem, percebi que se tratava de feridas abertas, peles rasgadas pelo chicote. Quando estava prestes a me recompor, a porta foi aberta, me xinguei por não ter sido mais rápida.
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Narração em
Terceira pessoa.
────────────────Áurea soltava fumaça pelas narinas, a freira de meia idade já havia perdido sua paciência a muito tempo, mas Mayves conseguia lhe irritar como ninguém daquele hospital psiquiátrico conseguia. Mayves permaneceu segurando Styles, para que ele não desabasse por completo e se machucasse ainda mais, por estar com apenas um de seus braços acorrentados.
──────── Afaste-se rapidamente do meu prisioneiro, vadia! ── A freira bateu com o chicote no chão após suas palavras. Mayves estava com medo, mas ela não era do tipo que abaixava a cabeça e recebia insultos, e seus medos, eram o que de fato a tornava mais forte.
──────── Que insulto é esse? Já lhe disse que para você sou Queen Bitch. Me respeite, sou sua rainha! ── Mayves disse sem se virar para a freira. E uma alta gargalhada ecoou pela sala, não era de Áurea, mas sim de Styles. O mesmo não estava caçoando de Mayves, estava a rir da cara de Áurea.
──────── Está achando engraçado, Styles? Pois bem, começarei por você. Agora afaste-se, Johnson! ── Áurea falou enquanto encarava ambos. Mayves soltou o corpo de Styles, que como ela havia imaginado, acabou pesando para frente, as feridas do rapaz precisavam ser estancadas urgente, ou ele morreria por conta de infecção. Áurea ergueu seu chicote, e nesse mesmo momento Mayves se posicionou na frente de Styles. O homem se encontrava de olhos fechados, a espera do golpe, ao ouvir o barulho do mesmo bater contra algo, ele abriu seus olhos, e só então percebeu que não havia sido nele, mas sim em Mayves.
──────── Ele precisa ir urgentemente para a enfermaria. Leve-o, serei seu novo brinquedo! ── Mayves disse enquanto levava suas mãos ao busto, onde Áurea havia acertado o golpe utilizando o chicote.
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Psychotic Love ||H.S Fanfiction||
Aksi• Não pude impedir o fato de ser um assassino, não mais que um poeta consegue impedir a inspiração para cantar. Nasci com o mal sendo meu patrocinador ao lado da cama onde fui 'cuspido' para dentro do mundo, e ele tem estado comigo desde então • - H...