Medo -16

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-Assassinado?
- Sim- Ele falou baixinho - Todos vão descobrir logo logo. Meu Deus, isso vai dar confusão! - Ele diz e sai.
- Espera, como assim? - Pergunto mas ele já ia longe. Por que alguém ia querer matar o diretor Cane? Tá que ele era rígido às vezes e alguns alunos reclamavam e o olhavam estranho, mas não acredito que chegariam ao ponto de matá-lo por causa disso, não! E agora, o que vai acontecer, se fosse um professor... Não, professor não, professora; é, seria esquisito -ainda mais na escola - mas não tenho que me preocupar com isso, os "homens de preto" vão resolver isso logo, e vai tudo ficar normal.

- Atenção todos os alunos, se digiram para o refeitório imediatamente! - É a voz da secretária. Todos começaram a sair das salas e se perguntar o que está acontecendo; chego ao refeitório e vejo meus amigos juntos.
- Gente ainda bem que encontrei vocês...
- Casty! - Disseram juntos - Onde você estava, e.. O que houve? - Continuou Ravena.
- Vão saber, olha... - Falo apontando em direção à mulher magra e branca à frente, seus cabelos presos num coque alto, a secretária.

- Por favor, preciso da atenção de todos! - O silêncio predomina, todos ficam atentos - Infelizmente houve um acidente com o nosso diretor e ele veio à óbito.. - Todos falando ao mesmo tempo "o quê?" "como assim?" outras mais burrinhas perguntavam o que é óbito, e não se ouvia mais nada do que a mulher falava.
- Silêncio por favor, gente... - Não adiantou - Vocês podem ir, e amanhã não precisam vir, obrigada - Ela disse.

- Caraca mano, o diretor chatonildo morreu do nada! - Billy diz espantado.
- Muito louco - Ravena diz calma como sempre.
- Ai meu Deus, e se tiver algum maníaco aqui? Vamos todos morrer!!! - Marsha berrou.
- Marsha!!! - Falamos juntos.
- Desculpa.... É que eu tenho medo dessas coisas, eu não quero morrer.
- Foi um acidente, talvez ele tenha tido um infarto. - Billy diz encolhendo os ombros -Enquanto eles discutem, penso sobre aquele funcionário, "assassinaram o diretor", será? Não sei.. Quem sabe ele teve mesmo um infarto, ou tinha uma vida ruim e tomou algum remédio forte em excesso, é overdose, ainda assim não faz sentido - Resolvo ir falar com a própria secretária que até então... Como sabia se nem tava lá e foi agora mesmo? Eita Zeus, buguei.
Resolvo deixar pra lá e fazer o que todos estavam fazendo, indo embora; amanhã não haverá aula devido à esse ocorrido, agora terão que arranjar outro gestor e rápido, uma direção é de suma importância para qualquer instituição, ainda mais de ensino superior. Nesse meio tempo não vi o sr. Rize, por onde será que ele anda? Com quem... Voltando a falar dele, Thomas Rize, o cara que provavelmente estou a fim, às vezes calmo e romântico e na maioria delas calado e amedrontador, um homem que poucos sabem sobre. O que ele gosta de fazer se gosta de cantar, ou ler, se tem sentimentos por alguém, coisas desconhecidas pelo homem - dava até pra fazer um programa né? "O misterioso mundo de Thomas Rize" até que soa legal.
***
.....I was soaring ever higher, but I flew to high.... - Com o volume no máximo volto para casa tentando não me importar com as coisas estranhas que tenho visto, Cissy e Thomas juntos, uma casa do meio do nada, vendas, sedativos, são tantas coisas "Em questão dos sedativos, será que o Thomas acha que eu poderia dizer onde ele mora e por ser dono de uma companhia cara o roubariam? É uma hipótese a ser levada em conta", sorrio ao pensar.

O celular vibra. É só uma mensagem, abro o ícone, número restrito em letras maiúsculas diz "CUIDADO, VOCÊ PODE SE METER EM PROBLEMAS. NÃO CONFIE EM NINGUÉM E TENHA MEDO!", "Vish", penso, "esse povo não tem mais o que fazer eu em". Com número restrito não dá pra responder então é melhor ignorar, até porque não me meto com gente "mafiosa" - como diria Castle.
Vibração! - De novo, que merda! - Falo alto. Consegui alguns olhares dos passageiros - Desculpem-me, meu celular...travou... - Minto.
"EU NÃO ESTOU BRINCANDO, FALO SÉRIO!" - Reviro os olhos e ponho o celular no modo avião guardando-o na mochila - Vai perturbar outro seu bostinha!- falo, só que mais baixo.

Chego no meu ponto de descida, saio do ônibus e sento no banquinho da parada e fico a pensar na noite passada, aquele beijo, aquela boca nossa! Não me satisfiz, foi rápido mas não tive o que realmente queria. Sr. Thomas agiu como se fosse algo egocêntrico de minha parte quando me empurrou para a cama. Talvez ele queira se envolver, ou não. Se alguém ao menos soubesse algo desse ser, mas acho que não sabem nem onde ele mora. Eu, que fui lá não sei, imagina outros, mas ainda vou descobrir o porquê de tanto mistério - Quem sabe não tenha algum endereço dele na secretaria ou algo do tipo - penso alto.

Olho o relógio
- Eita, merda de vida.. Diacho que só tô chegando tarde em casa esses últimos dias.
***
13:00h. Acho que Castle já foi, talvez papai o tenha levado não estou vendo o carro por aqui.

-Aaah, até que enfim. Tava te esperando, vamos comer que eu tô com fome - Mamãe diz alegre.
- Eu tava enrolando ali na parada que me esqueci da hora - Nós duas gargalhamos. Começamos a comer e também a falar da vida.
- E aí Eve, me diz.. Lá onde tu estuda tem algum carinha que te chamou atenção, assim...? - Ela pergunta interessada e querendo resposta.
- Mãe! Por que quer saber disso?
- Porque sim ué. Fala logo, e não mente, mãe descobre tudo e você sabe! - Ela diz segura.
- Tá bom, eu comecei a gostar de um cara aí, mas não posso ficar com ele. - Digo fazendo bico.
- E porque não?
- Porque eu não sei se ele me quer, simples. - Explico.
- Ora não. Você é linda filha, e não é porque sou sua mãe não, você é mesmo, eu pegaria - Ela diz brincando.
- Para mãe hahaha até parece né? Eu em... - Terminamos o almoço e lavamos as louças, digo à mamãe que vou subir e ela me acompanha, mas ela foi ao quarto dela e eu pro meu.
- Finalmente, agora aquele banho de lei.. - Falo comigo mesma. Tiro as roupas e ponho o meu roupão.
Vou ao banheiro e levo comigo o celular, deixo na minha playlist e vou me lavar.
Termino e pego o celular - uma nova mensagem - desbloqueio e clico na mensagem.
- Não confie em ninguém! - "Tá ficando chato" penso, devido os olhos e jogo o celular na cama. Depois de vestida ligo o ar-condicionado, e me jogo na cama, relaxo os ombros e as pernas - e mais uma vez meu descanso é interrompido pela droga do celular.
- Alô! - Falo brava - Quem tá falando? - Grito.
- Castyline, sou eu. - Claro que era, não dá pra não conhecer essa voz.
- O que houve? Está com raiva? De mim talvez...
- Na-não.. - Gaguejo - Eu estou brava sim mas, mas não com você, não! - Falo sem pausa e depois dou um suspiro - É só que.. Tem alguém mandando umas mensagens chatas dizendo que é pra mim não confiar em ninguém, essas coisas pra dar medo, mas não vou cair nessa, não mesmo. - Falo aborrecida.
- Me desculpe por ontem!. - Pela primeira vez Thomas Rize parecia estar sendo sincero e não sarcástico
- Pelo quê?
- Por ter te empurrado forte!
- Não não, a cama era macia. Estou ótima.
- E também... - Quase fico sem fôlego, é agora, ele vai falar - eu queria dizer que sinto muito por não ter te... - Coração chega dispara - não ter te deixado ver a paisagem direito!
- Quê? - Pergunto desapontada, pensei que ele ia me dizer que queria o beijo também.
- O quê o quê? - Ele fala do outro lado.
- Ah, nada. Lembrei de uma coisa aqui, desculpa.
- Eve?
- Sim?
- Se cuida.
- Tá.
***
- Casty? Tá aí meu amor? - Mamãe pergunta depois de bater na porta.
- Quê.... Tô sim...- Falo sonolenta.
- Tu só vive dormindo peste?! Vai estudar!
- Hunrum.... - Falo e fecho os olhos.
- Teu pai chegou e quer te ver. - Ela diz tranquilamente.
- Eu nem sabia que ele não estava em casa.. - Digo confusa. - Onde ele estava? - Pergunto.
- Ele... Tavaa.. Ham... Lembrei! Jogando boliche, hoje é dia de boliche.
- Mãe, o meu pai nem gosta de boliche... - Falo com deboche e nós damos gargalhadas.
- Eu não sei onde ele estava. Mas ele quer te ver.
- Okay okay, eu já vou.

Desço as escadas lentamente, avisto meu pai James, vestido em sua roupa casual - Camisa vermelha de mangas e uma bermuda jeans - assim que me vê se levanta rapidamente, vem ao meu encontro e me abraça como nunca antes.
- Você está bem meu amor? - Ele pergunta de forma preocupada.
- Sim. Eu estou. - Digo com a cabeça ainda em seu peito, o afastei com as mãos e olhei para seu semblante gélido.
- Por que essa preocupação toda pai? Aconteceu alguma coisa?

- Não... Nada... Só quis saber de você meu amor. Coisas de pai.

Olho firme para ele e percebo seu sorriso forçado, seu semblante ainda pálido, como se fosse medo - Mas, medo de quê?
Eu nunca dei motivos para desconfianças, nem saio sozinha à noite e... - Como um flash veio a memória do diretor, escola, os acontecimentos em minha mente. Será que ele soubera de algo?

Forbbiden - Nada é o que realmente é.Onde histórias criam vida. Descubra agora