O que eu penso de você está errado
Não deveria te enxergar assim
Do mesmo modo que te imagino
Do mesmo jeito que desistiram de mim
Seria mais prudente então
Eu de você ter desistido
Esquecido, eu desejo ser apenas mais um esquecido
Contudo, a amnésia não veio
E meu verdadeiro eu não pode, não consegue
Está além de seu poder realizar este pedido
Rogo para que eu pare de imaginar você
Assim como na vastidão que é seu ser
Meu nome, por fim, parece ter se perdido
Lua cheia os meus olhos encanta
Sou um lunático que voa alto
Voei além do que foi a mim permitido, meu nome é Ícaro
Não sou o que você pensa, devo estar longe disto
Apesar do ensaio ruim que vivemos há um tempo
De modo que você não é também
Esta luz e trevas que lá no fundo eu fantasio
Queria poder falar, escrever acolá do que eu sinto
Este embrião que gero em mim suga-me a alma
Torna-me somente um estranho mais que estranho
Um reles esqueleto vestido com pele falsa, ressentido
Me indigno comigo por causa disso
Pois mesmo te reconhecendo
Insisto em contrariar Descartes e seus ensinos
Teorizando você com toda minha paixão
Insisto em jogar na lama, repetidas vezes, o meu juízo
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A vida, os sentimentos, e tudo mais
PuisiLivro de poemas sobre tudo que eu vejo, percebo, e sinto, enfim, sobre tudo que acontece ao redor de minha vida.