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esqueci monster no churrasco

》》

Por vezes, a luz me irritava.

E com luz, eu quero dizer pessoas iluminadas demais, e a iluminação que escapa da brecha da minha janela, às 5:00 AM.

Pessoas animadas demais, felizes demais, me faziam querer socá-las, fala sério!

Por que estou pensando isso? É porque, enquanto alinho os documentos e fichas criminais para que comece o trabalho, Hoseok tagarela pelos cotovelos, sustentando aquele sorriso ridículo de tão grande, enquanto comenta o seu maior caso: um gato que ficou preso no telhado da vizinha que mora ao lado da sua casa.

Eu realmente mereço.

"E a senhora Yoona continua sempre me chamando para tirar a porra do gato do telhado da mesma, qual a dificuldade de manter seu animal em casa?"

"Eu não sei, Jung Hoseok, eu só quero que cale a boca." Digo, revirando os olhos e suspirando.

"Aish! Você está muito azedo, Park, não anda transando ultimamente?"

"Eu acho melhor você se calar se tiver amor ao seu cargo."

E nisso, ele apenas saiu, soltando gargalhadas e saindo de cima de meu birô. Nego com a cabeça em sinal de negação e separo todos os documentos da investigação 098 e começo a analisar todas as cenas dos crimes.

Sim, de certo não há pistas como marcas no piso ou digitais, o assassino não seria burro de deixá-las a vista, claro que não.

Mas, como não existe crime perfeito, ele esqueceu o frasco de álcool em uma das cenas do crime (a igreja), e nesse frasco, há uma pista maravilhosa, pois no rótulo está indicando onde que ele o comprou. Portanto, irei agora nesse supermercado questionar ao vendedor, e olhar as câmeras do estabelecimento.

Pego as chaves de meu chevette e adentro o mesmo, suspirando em seguida; seria um dia longo.

A música do momento tocava: Girls just wanna have fun da Cindy Lauper. Balançava meus dedos realmente apreciando essa dose de música ocidental. Sempre gostei de trabalhar sozinho, como uma raposa astuta, eu ajo rapidamente. E é dessa forma que resolvo os casos, eu arranco a máscara dos bandidos como em Scoobydoo, depois eu bebo muito e transo bastante em seguida como comemoração. E de fato, eu gosto bastante da última parte.

Por falar, faz 5 dias do acontecimento no elevador e eu posso dizer que nesse curto espaço de tempo, eu pude observar certas coisas em meu vizinho. Ele é de certa forma um anti-social e não sai todos os dias, não leva seu lixo para fora como a maioria das pessoas, e sim o queima.

Seu nome é Jeon Jungkook.

Eu anseio incessantemente que ele me foda.

Sempre que sua feição me vem na mente, eu penso automaticamente nisso, por que será?

Mas isso, ele não precisa saber, ainda.

Levo minha atenção à estrada, e paro de pensar em meu vizinho extremamente gostoso, eu realmente pareço uma cadela dessa forma, hum?

O mercado velho e defasado já estava em meu campo de visão, e logo eu já estava estacionando o carro perto de uma placa meio caída escrito: "Pare!".

Desci de meu carro e por conta da ventania forte meu chapéu coco quase sai voando, mas eu o seguro firmemente para não cair. Com a chave em meu bolso e meus olhos de detetive, eu ando em direção ao suspeito local, entrando no mesmo.

Há um sino na porta que fez barulho quando eu passei pela mesma, o local era bastante pequeno, no caixa encontrava-se um homem aparentemente experiente, chuto na base dos 60 anos, ele jogava um ioiô e mastigava um chiclete.

Não notou minha presença, e foi preciso eu passar minha mão na frente de seu rosto para ter sua atenção e seus olhos cansados em minha direção.

"O que quer, meu jovem?" Sua voz parecia rouca, por conta da bebida e do fumo, talvez?

"Eu gostaria de olhar as câmeras desses local, trata-se de um crime qualificado."

Tirei meu distintivo da carteira e o mostrei, ele apenas assentiu e virou sua cadeira giratória para ficar de frente para um computador extranhamente novo, não condizia com a condição precária do local.

"Coloque a filmagem do dia 07/06, por favor."

Esperei uns bons minutos, e nesse tempo analisei o local, a garrafa de álcool, igualzinha a do crime, um gato preto que vagava pelo local e a música irritante que saía pelos auto-falantes.

Me considero uma pessoa detalhista demais, eu repare muito nos pequenos detalhes, e me irrito facilmente com as menores coisas.

"Aqui, senhor."

Ele coloca a filmagem a partir do horário de abertura do estabelecimento, e eu assisto todo o vídeo, acelerado, até o fechamento.

E... Nada.

Algumas pausas ali e acolá, mas nada.

Nada de suspeito, nada de um homem comprando álcool.

Eu deveria saber que meu trabalho não seria facilitado, ele é um criminoso calculista, eu não estou lidando com apenas um caso diário.

Agradeço ao senhor pela gentileza, e, quando já estava me reverenciando para ir embora, resolvo comprar balas mastigáveis, sendo assim, sigo para a sessão.

Dou uma olhada nas estantes e meu olhar cai na prateleira com a maldita garrafa.

E aí cai a ficha, aquele rótulo não me parece tão parecido com o que foi encontrado na cena do crime.

Abro minha pasta e pego as fotos, percebendo que os rótulos são totalmente diferentes, ele colocou um emblante falso para me levar a uma pista falsa, e isso me confundia bastante a cabeça.

São 15h da tarde.

Eu normalmente não saio nesse horário, eu fico em casa, cuidando do trabalho, pelo menos nessas semanas, que está ocorrendo muitos casos arrebatadores.

Corro em direção ao meu carro e ligo a ignição dando a partida de forma tão rápida que o veículo sai cantando pneu. Meu coração só falta saltar de meu peito por conta do nervosismo, já estava começando a ficar agoniado.

Vejo a entrada tão conhecida por mim e passo pelo porteiro como um raio, seguindo para o elevador.

Adentro o mesmo e estava tão distraído que nem me apercebi que Jungkook estava do meu lado, até o escutar sussurrar em meu ouvido:

"Por que corres tanto, Park? Está nervoso, excitado para alguma coisa?"

Oh, aquela voz eu posso dizer com propriedade que acendeu todo meu fogo e de repente senti-me desestressar.

"Estou estressado, apenas."

"Passe em meu apartamento se quiser desestressar."

Arregalo meus olhos, e para a infelicidade (ou felicidade) meu andar havia chegado, caminhei em passos rápidos até a porta, tirei, com as mãos meio trêmulas minha chave de lá e a forcei na abertura para abri-la.

Ao entrar, encosto-me na porta, suspirando de olhos fechados e tentando assimilar o que havia acontecido.

Ele havia me chamado para sua casa, e isso soou extremamente malicioso.

Porém, algo quebra totalmente o clima de êxtase que eu me encontrava.

A parede de minha sala estava pichada, em letras negras, a seguinte sentença:

"Não confie em pedaços de papel"

gente, só pra avisar que como a historia se passa antigamente, eu coloco atual, mas é atual daquela época, ok?

monster • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora