Maldita cidade pequena e seus reencontros inesperados.
Foi tão rápido, que eu jurei que tivesse sido uma miragem, algo como "o destino está te pregando uma peça", mas aconteceu, ele estava ali, do meu lado.
Mais especificamente do lado esquerdo, numa perfeita postura. Com um walkman em sua mão, ele escutava música clássica. Como eu sei disso? O volume estava tão alto que eu pude ouvir o que estava preenchendo seus ouvidos: Beethoven.
Ele tinha uma áurea diferente, uma energia que eu nunca havia sentido ao estar perto de outra pessoa; era misterioso, sombrio e excitante.
Sua expressão inexpressiva me intrigava, eu tinha a impressão de que não dava para tentar ler seus pensamentos.
De repente me peguei desejando que aquele elevador simplesmente parasse, como nos filmes, e eu tivesse algum momento a sós com ele, mas isso não iria acontecer, por mais que o elevador fosse muito velho.
Toda essa tensão estava me deixando desconfortável, pois ele não parecia perceber, e do nada me peguei pensando como uma garota certinha que está apaixonada pelo cara badboy ou coisa assim, era ridículo.
Ele me nota como eu noto ele?
A verdade mesmo, é que eu estou um bom tempo sem fazer sexo, e carne nova na cidade significa possibilidades.
E possibilidades leva a garotos na minha cama.
Auch, estou soando como a merda de uma prostituta, mas para algum rapaz se envolver comigo é só na base da relação carnal, então o que eu poderia pensar além disso, hum?
Eu confesso que sou bastante inteligente, e decifro casos como ninguém, mas o que eu sei fazer além disso? Para a maioria dos caras que saio, sou apenas um corpo bonito, e se isso me beneficia de alguma forma, não me ofende que eles pensem assim, porque é o que eu sou mesmo.
Eu não sou complexo como um concerto do Beethoven, eu sou como aquele velho punk rock de fácil entendimento e agressivo.
É melhor eu tirar meu olho dele, não faz sentido eu querer me envolver com esse homem.
Eu não sei como pude pensar esse monte de coisa em tão pouco tempo, e foi só quando o elevador abriu em seu andar que eu percebi que era a hora de não o ter mais em minha presença.
Antes de sair do cubículo o mais alto me fitou em meus olhos, e eu senti o mesmo arrepio que nem o dia do café.
Seus olhos pareciam ler a minha alma em poucos segundos, e eu me senti completamente desnudo, pela forma que ele me olhava intensamente. Eu já imaginava mil coisas em minha cabeça, como seria o ter segurando em minhas ancas com suas mãos grandes e másculas, ou como fazia bastante sentido subir e descer em cima de seu falo (por mais que eu ache ele iria preferir ficar por cima, de um jeito superior) enquanto falava palavras de baixo-calão.
Ele faria o tipo dominador? Me colocaria em seu colo e daria umas boas palmadas na bunda por ter o desobedecido?
Quem dera eu pudesse descobrir tudo isso.
Eu não sei por quanto tempo eu fiquei pensando essas coisas, mas quando abri os olhos depois de imaginar isso, ele não estava mais lá, e o elevador já havia me levado ao meu andar.
Peguei as chaves de dentro da bolsa e entrei em meu apartamento, sentindo as pernas fracas, uma pressão em meu baixo ventre e o membro ereto.
Retirei meu sobretudo, juntamente com o cachecol e acessórios, o colocando em cima de qualquer lugar, enquanto seguia apressadamente para o banheiro.
Estava impossível ignorar a ereção, então eu toquei em meu falo, fazendo movimentos frenéticos e imaginando como seria com o dono dos meus pensamentos.
Hoje eu descobri como é difícil tocar-se pensando em alguém que eu nem ao menos sei o nome.
Ao sair do banho, eu passei cremes no corpo todo enquanto vestia uma roupa confortável para terminar o trabalho.
Hoje na delegacia eu consegui dados valiosos sobre o caso, e isso ajudaria muito na minha linha de pensamento.
O assassino em questão que pareava na minha mente, era o mesmo do caso da boneca, mas não tem apenas isso.
Eu acredito que os outros casos brutais que vem ocorrendo na cidade (que ainda não saíram na mídia), são todos comandados pela mesma pessoa.
Há esse controle do que nós queremos ou não queremos que seja noticiado pelo simples motivo de que o Estado controla tudo que pode e não pode passar na TV, e por mais que as pessoas fofoquem, só é decretado que isso realmente aconteceu quando é passado na rede de comunicação.
Vejamos:
Padre que fora estripado e erguido em uma cruz, na posição clássica de Jesus Cristo;
Político indiciado em corrupção, encontrado morto em sua residência, coberto por montes de dinheiro que foram resultado de desviação das verbas sociais;
Está claro que quem cometeu isso, não é um oportunista (visto que poderia muito bem ter roubado o dinheiro) e muito menos um simples assassino, ele planeja seus crimes de forma calculada e que faça sentido, como uma espécie de justiceiro, talvez?
A questão é que se trata de um caso de psicopatia, e como psicopatas são simplesmente quase impossíveis de se decifrar, qualquer um pode ser o assassino, até o homem que eu estou atraído.
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nunca imaginei que isso aqui fosse tao dificil de escrever socorro
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monster • jikook
Fanfiction➵ com uma série de crimes macabros ocorrendo na cidade, nunca se passaria pela cabeça do delegado park jimin, que o principal suspeito seria seu pacato vizinho. @pakrrjimin