Capítulo 6 (Parte 1)

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"Quando eu te vi, andava tão desprevenido que nem ouvi tocar o alarme de perigo. E você foi me conquistando devagar, quando notei, já não tinha como recuar."

Dois bicudos – Ana Carolina


Giulia

Depois de tomarmos banho, Filippo me leva no colo de volta para a cama. Ele me coloca deitada de costas para ele e me abraça por trás.

- Boa noite, Giulia.

Penso em dizer que é melhor eu ir embora, mas simplesmente respondo:

- Boa noite.

Fico acordada durante muito tempo com Filippo enroscado ao meu corpo, pensando no que aconteceu nesses dois dias. Eu saí de casa na sexta disposta a encontrar alguém para passar a noite comigo e o encontrei no bar. Para mim, ele seria apenas outro cara que eu conheci em uma noite qualquer na Lapa, mas Filippo acabou me mostrando coisas que eu jamais pensei que existissem.

"Eu preciso pesquisar mais sobre essa coisa de ejaculação feminina, pois ainda não estou convencida."

Mas o que me deixou mais impressionada foi a mudança no temperamento dele. Quando ele me disse que poderia ser outra pessoa, eu achei que ele usaria uma fantasia ou algo do tipo, mas ele mudou completamente. Até o olhar dele estava diferente, e quando ele me levou para tomar banho, eu vi uma terceira pessoa no mesmo homem.

Não sei quantas horas depois eu consigo pegar no sono, mas quando eu acordo no dia seguinte, Filippo não está ao meu lado. Pego meu celular em minha bolsa e vejo que já são duas da tarde. Levanto-me e vou procurá-lo. Ele não está nem na sala nem na cozinha, mas há café pronto na cafeteira.

Coloco um pouco para mim e quando me viro para sentar, o vejo em pé na porta da cozinha apenas com uma calça jeans preta.

- Bom dia – ele diz.

- Bom dia – respondo tentando avaliar quem ele é hoje.

- Estou revelando algumas das suas fotos. Você quer ver?

- Claro!

Ele me leva para um quarto que está iluminado por uma luz vermelha bem fraquinha. Filippo me mostra o processo de revelação e é incrível ver a foto aparecendo no papel.

- Você vai fazer isso com todas elas? – pergunto.

- Não. A outra máquina é digital e eu já coloquei para imprimir no outro quarto.

Começo a olhar as fotos que estão penduradas secando e uma é mais linda do que a outra. Eu praticamente não me reconheço naquela mulher sexy.

- Nossa, Filippo! Elas estão maravilhosas! Obrigada!

Eu o abraço, e ele olha para mim de um jeito estranho antes de me encostar na parede e me beijar violentamente até eu perder o fôlego. Sinto seu pau ficando duro, mas Filippo se afasta.

- Eu vou terminar tudo aqui. Enquanto isso você pode comer alguma coisa. Assim que estiver tudo pronto, eu peço um táxi para te levar para casa.

"Ué?"

Aproximo-me dele e toco seu peitoral definido.

- Eu pensei que nós ficaríamos juntos um pouco mais hoje.

- E eu pensei que você não passasse mais de uma noite com o mesmo cara. E nós já passamos duas.

- Acho que vou abrir uma exceção para você... – digo sorrindo.

DesesperadamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora