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Ele estava ali, sentado com a cabeça sobre os joelhos das pernas dobradas, a ser engolido pela sua tristeza e lágrimas. Estava tão perto e tão longe. Bastava esticar a mão até ao seu ombro e pronunciar o seu nome. Sentar-me ao seu lado, perguntar o que se passava, mostrar que estava ali disponível para o ajudar, para lhe servir de apoio. Mas pensei demasiado. Pensei nas consequências que isso teria para mim.

Podia ter feito a diferença. Mas não fiz. Limitei-me a ficar ali a olhá-lo, a vê-lo desistir. Com medo do que qualquer ato que eu fizesse pudesse mudar tudo para pior. Tinha tantas palavras, mas tão pouca coragem.

Desde então, todos os dias me lembro de que poderia ter feito tudo. Mas não fiz nada. Tudo por ter medo de problemas que eu própria inventei e que nunca iriam acontecer na realidade. Podia ter resolvido o problema dele, mas fiquei ali especada a pensar nos meus, que nem sequer existiam.

Agora é tarde demais.

11/12/2016

Come with me to somewhere over the rainbowOnde histórias criam vida. Descubra agora