Come with me to somewhere over the rainbow

10

Cá dentro uma enorme tristeza apoderava-se de mim. Sentia-me presa. Presa em memórias, em coisas que me faltam agora e queria ter aproveitado mais no passado.

Continha as lágrimas. Apesar de não estar a chorar, não consrguia esconder a minha tristeza, não conseguia rir. Os meus olhos expressavam tristeza e a minha boca permanecia calada.

- Porque estás triste?- perguntou-me uma voz que conhecia muito bem.

- Não estou triste.- respondi.

Sabia que tinha acabado de mentir e que toda a gente entendera. Mas não queria dizer porque estava triste. Pois nem eu sabia o porquê.

Ele agarrou-me firmemente os ombros, fazendo com que ficassemos cara a cara, e repetiu:

- Porque estás triste?

A sua expressão permanecia séria.

Não o queria olhar nos olhos. Preferia fugir dali sem ter que dar nenhuma explicação. Mas não consegui evitar. Os meus olhos acabaram por se cruzar e fixar nos dele, que me observavam atentamente com preocupação.

Olhei-o nos olhos por uns segundos, que mais me pareciam horas. Aquele silêncio e olhar só me faziam afogar num mar de constrangimento. O que haveria de dizer? Não tinha nada a dizer. Ainda nos encontravamos na mesma posição; frente a frente, com as suas mãos prendendo-me os ombros.

- Eu estou bem. Não te preocupes.- quebrei o silêncio, oferecendo-lhe uma resposta, que era o que ele ansiava.

Sabia que ele não tinha ficado satisfeito com a resposta, mas também não lhe conseguia dar outra.

Tocou para entrada.
Desta vez fui salva pela campainha, mas sabia que esta não seria a última vez que ele me faria a mesma pergunta. Aliás, esta não tinha sido a primeira. Era assim, um ciclo vicioso que insistia em não terminar, por mais que ambos estivessemos fartos dele.

Era um ciclo de mentiras.

Olá!!
Aqui está um texto, que não tem nada a ver com o Natal, mas que espero que seja do vosso agrado. Espero muito que gostem!

Feliz Natal e vemo-nos no próximo capítulo!

23/12/2016