Capítulo Nove - Ordem e Poder

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O ruído de animais asquerosos e pequenos arrastando-se pelo chão absurdamente sujo e úmido ecoava feito uma canção torturante nos ouvidos de Sunsea, enquanto que essa se concentrava em não se render à confusão de sentimentos que surgiam cada vez mais em seu interior. Medo, desprezo, dúvidas, ódio, agonia. Parecia que o mundo, recém-descoberto pela garota, estava determinado a fazê-la sofrer até sucumbir, mas não sem antes ter desfrutado de toda a energia existente nela.

Com as forças completamente ausentes, o cansaço tornou-se devastador, fazendo com que os ombros da jovem pendessem e se recostassem rente à parede extremamente gelada. E seu rosto, meramente ocultado por alguns aventureiros fios de cabelo, fitava o vazio escuro presente no minúsculo cômodo, sendo o estreito espaço presente entre a maciça porta e o chão a única luz que timidamente entrava na pequena prisão, a qual era precariamente estruturada por quatro rachadas e velhas paredes. Era a segunda vez, em menos de dez dias, que ela ficava presa e era obrigada a encarar uma escuridão promiscua e infinitamente insuportável.

Mas nada era pior do que ouvir os dolorosos gritos de Damiel, que atravessavam com facilidade as barreiras da sucinta sala de aprisionamento e que atingiam feito uma bomba nuclear o coração de Sunsea. Era impossível determinar as diversas perguntas que os desprezíveis soldados da Dinastia Imperial realizavam para bombardear Dam, porém, era certo que o jovem encontrava-se em uma assustadora interrogação. E, no fundo, Sunsea sabia que era uma tenebrosa e imperdoável fatalidade ocorrendo por causa da sua chegada repentina no planeta conhecido como Cadent.

Cadent. Um planeta que ela tão pouco conhecia, mas que já marcara a sua vida de maneira irrefutável. E, do outro lado de uma das divisões sólidas, a garota escutava sem querer as frases desconexas de Jassana, todas dizendo sobre um fim tão próximo que nada mais poderia ser feito.

Amon... Amon está vindo... – A escrava de Casca-Feia ria perdidamente, afogando-se nas próprias gargalhadas enlouquecidas. E ele vai encontrar a menina... Com certeza, vai encontrá-la... E depois matá-la. – As palavras de Jas saíam ríspidas entre intervalos de risadas, além de juntamente acompanhadas por um áspero som de correntes sendo duramente arrastadas sobre o piso sebento.

Sunsea encolhia-se apertadamente, ao mesmo tempo em que levava as mãos até os ouvidos e buscava inocentemente silenciar os dizeres de Jassana. Contudo, não foi necessário tanto sofrimento para calar as amaldiçoadas previsões da mulher, pois o ranger de uma porta nitidamente pesada se abrindo interrompeu quaisquer barulhos antes vivos no local.

Os amargos passos de talvez cinco membros da Dinastia Imperial tornaram-se claramente audíveis no ambiente, evidenciando que o lastimável interrogatório com Damiel havia terminado. E o sonido do corpo de Dam sendo cadenciado sobre a superfície do pavimento pareceu ser altíssimo, como se todos os universos estivessem com os olhos centralizados naqueles tenebrosos segundos, terminando somente quando o rangido de mais uma porta ressoou e o som dos grandes ossos do jovem chocando-se sem pena contra o chão cantou para os presidiários daquele calabouço preenchido por inúmeras celas minúsculas.

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