Capítulo Seis

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Cheguei na casa de Maisa do mesmo jeito que ela chegou na minha, gritando. Ok, na casa dela não tem campainha.

— MAISAAA!!!

— TÔ INDO...! — acreditei ser a voz dela, não dava para ouvir muito bem, eu estava com fones de ouvido.

O portão foi aberto e logo a figura de Maisa é mostrada. Segurei a tosse porque o perfume dela estava muito forte.

— Já está pronta? — questionei-a

— Sim, só faltam os sapatos. — afirmou.

— Vai colocar logo que vai chover e eu acho que você não vai querer borrar essa maquiagem tão bonita... — eu digo um pouco alto enquanto Maisa estava a buscar seus All Stars.

— Aish, parece até a minha avó falando. Essa maquiagem não tá tudo isso, para mim está feia. — Ela disse calçando seu par do calçado pretos. Ela estava tão arrumadinha, parecia até que tinha saído do Tumblr.

— Vamos?

— Espera aí que eu vou buscar a minha bolsa. — disse.

Que demorada, parece que ela vai para um casamento.

— Você não acha melhor eu vir aqui depois? — digo com ironia.

— Não, eu não quero olhar na cara da minha mãe de novo.

— Então tá. — reviro meus olhos.

Fomos caminhando como de costume para minha casa, o caminho foi silencioso até que eu pergunto:

— Você quer impressionar o Arthur, ou quer aprender a tocar violão sem ter um? — fui bem direta no que eu queria.

— P-por que você a-acha que e-eu gosto dele? — sua expressão de preocupação era visível e óbvia. Nossa, qual o problema de gostar dele?

— Tá na cara Maisa, literalmente —dei uma risadinha para não ficar muito tenso. — Não precisa ficar preocupada, se você gosta ou não e não quer me dizer, você pode esquecer o que eu perguntei.

— Tá, eu acho ele bonitinho sim, mas...

- Mas... O quê?

— Será que ele é comprometido? — ela diz corada.

— Eu acho que não, ele é muito tímido. — eu disse dando uma forcinha para ela se animar e querer ficar com ele. Não vejo problema em querer isso.

— Vou ser sincera, ainda tô bem insegura enquanto a isso, eu nunca namorei de verdade. — ela disse fechando o portão da minha casa.

— Ah, nem eu, mas eu já tô shippando! O nome vai ser Mathur — eu disse animada. Ela responde, com uma risadinha fofa.

Eu queria muito que ela fosse feliz de algum jeito. Ela era muito triste apesar de não parecer. E descontava sua tristeza na grosseria.

Entramos em casa, peguei meu violão e fomos caminhando para a garagem e entramos no carro em silêncio. Meu pai estava demorando muito pra chegar, isso é irritante, eu já estava atrasada.

— Que demora! Né? — eu digo em meio ao silêncio, pra puxar algum assunto. Odeio o silêncio.

— Você não tá tão atrasada assim. — ela diz irônica, provavelmente revirou seus olhos, não consegui ver porque ela estava de cabeça baixa, mexendo em seu celular, seus cabelos longos, castanhos e lisos estavam em seu rosto também.

Meu pai entra no carro, logo abrindo as janelas e tossindo. Quando diz:

— Qual das duas está com o perfume forte assim?

— Eu. — digo cabisbaixa.

— Se quiser impressionar algum garoto, não vai ser desse jeito. Garotos gostam de atitudes, seu cheiro nem faz diferença pra ele, a menos que vocês se beijem.

Eu e Maisa nos entreolhamos, supresas. Quando eu digo:

— Por que o senhor acha isso pai?

— Eu não nasci ontem meninas.

— Não acha que eu sou muito nova não?

— Não existe idade para o amor.

— Tá tudo bom contigo pai?

— Tudo ótimo, filha. — ele diz ligando o rádio e saindo com o carro.

❁ ❝The Truth  》Lolla❞ ❁Onde histórias criam vida. Descubra agora