Capítulo Cinco

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Ainda era sábado de manhã, Maisa dormiu em minha casa. Nós estávamos conversando sobre a vida dela e eu dando uma de psicóloga, já que ela fazia questão de reclamar da vida comigo. Eu não fazia muita ideia do que ela falava, era informação de mais para mim, entender tantas novidades assim.

Por que será que tais coisas haviam ocorrido? Achei que éramos melhores amigas. Apesar de tudo, eu a perdoei mesmo sem que ela me pedisse desculpas por ter sido falsa e mentirosa, eu contava a minha vida toda para ela, por que ela não me mostrava a dela também?

Quando eu acabei de dar alguns conselhos clichês, como: "vai ficar tudo bem", "você não tem que dar ouvidos para esses garotos", "ele e muitos não passam de crianças imaturas", "tamanho não é documento, ele não é homem", "para de andar com moleques eles não valem nada"... E coisas do tipo. Ela realmente achava que uma pessoa de 17 anos queria alguma coisa além de sexo com uma menina de 13? Eu realmente estou precisando de mais informações sobre aquela pessoa, eu mal a conhecia mais.

Eram 12:00 PM, eu tinha que preparar o almoço para quando o meu pai chegasse do trabalho, e então disse à ela que tinha que fazer isso. Ela assentiu e disse:

— Então eu vou me lamentar sozinha em casa, vou ficar embaixo do chuveiro chorando. Tchau. - Não tinha como fazer mais drama não? Tá, eu até entendo que ela estava sofrendo e tudo, mas ela nunca foi assim porque se fosse, ela não iria me falar ela ia chorar e sofrer em silêncio como MUITOS fazem.

— Drama.com — disse eu dando um leve soquinho em seu ombro, em cima de uma cicatriz que ela tem (ela já quebrou o braço e precisou fazer duas cirurgias, foi grave).

— Ai! Doeu sabia? Você sabe que não pode bater aí. — ela disse colocando a mão no local.

— Tá, foi mal eu nem percebi que encostei em uma mínima parte de sua cicatriz, que por acaso que eu saiba o seu braço não esta mais quebrado. — eu disse irônica.

— Continuando, eu vou embora tchau. — ela ignorou o que eu disse mandando de assunto.

— Fica para o almoço — sugeri — você pode dormir aqui, meu pai não liga. — a morena mordeu seu lábio inferior, ela parecia pensar em alguma coisa muito bem. Talvez achasse que não era uma boa ideia.

— Tá. Mas eu tenho que ir em casa buscar algumas coisas. — Assenti surpresa, acreditei que ela recusaria.

— Ok. Você vai ir buscar agora?

— O que você acha? — pareceu ironia mas eu não percebo isso muito fácil. Admito, sou lerda às vezes.

— É melhor você ir logo, parece que vai chover e vai ser forte. — eu disse olhando através da janela da sala. O céu estava escuro de mais para estarmos apenas no meio do dia.

— Beleza, te vejo mais tarde.

— Até. — levei ela até a porta e fechei a mesma.

Fui fazer o almoço. Terminei de cozinhar e me joguei no sofá da sala ligando a TV.

[...]

Eram quase três da tarde, fui me arrumar pra aula de violão. Ela acontece todos os sábados às 4.

[...]

Meu pai já havia chego do trabalho, o irritante de sempre. Eu tive que implorar para que ele me levasse de carro para minha aula já que tava perto de cair uma tempestade das grandes.

Ele finalmente concordou, fui até a casa de Maisa buscá-la, meu pai ficou em casa.

Ela até que gostava de ir comigo e também ela não fazia a mínima ideia do que acontecia naquela aula. Eu suspeito que ela gosta de um garoto da minha turma. Arthur. Eu acho que ela “gosta” dele por sua aparência, porque aquele garoto não falava nada nunca. Eu sinceramente acho que ouvi a voz dele umas três vezes na minha vida.

❁ ❝The Truth  》Lolla❞ ❁Onde histórias criam vida. Descubra agora