Fullgás • Jjk + Pjm / jikook

Capítulo 00 - Prólogo

N/A: Essa foi minha primeira fic do BTS. Ela é de 2016, então relevem, ok?

Meu twitter e curious cat:
@fanfunk_

- Você me encara tanto que parece até estar apaixonado por mim! - brincou Jimin enquanto ria de sua suposta piada, mas a mesma engasgou em sua garganta quando viu que o amigo não o acompanhava. Está certo que Jungkook vivia com aquela cara de bunda, mas pareceu estranho ele continuar mantendo-a devido às circunstancias. - Vo-você por acaso...

- Hm? - Jungkook olhou Jimin curiosamente esperando-o terminar.

- Por acaso gosta... - Jimin tentava falar, fazia gestos estranhos com a boca e as mãos a fim de que Jungkook entendesse a pergunta mais facilmente. E claro que o mesmo entendia, não era burro. Porém não fazia questão de demonstrar tal entendimento. - De mim?

Jungkook observou a expressão desconcertada de Jimin, que esperava ansiosamente uma resposta ao seu questionamento, já imaginando que dali partiria uma negativa. Suas feições, por outro lado, não mudaram. Não era como se ele controlasse isso. Na verdade, ele possuía um grave problema em não conseguir compreender suas emoções e sentimentos. Como por exemplo, não entendeu a razão da queimação súbita que lhe acometeu a barriga ou o umedecimento repentino em suas mãos que sucederam, curiosamente, a indagação de seu amigo bochechudo que se encontrava com uma afeição abobalhada em sua frente. Mas sabia que estava nervoso, era a forma de seu corpo lhe mostrar isso. Apenas não compreendia o porquê de seu corpo ter reagido assim.

Jungkook é um garoto bonito. A pele branca em contraste com o negro de seus cabelos lisos revestia um corpo alto e magro, mas que não chegava a ser desengonçado. E uma boca com dentes tão bonitinhos que o lembravam a um coelho. Bonito, mas não estúpido. Ele sabia discernir sentimentos, simplesmente não os entendia ou tampouco sabia demonstrá-los. Naquele exato instante tinha plena consciência - apesar do motivo ainda permanecer desconhecido - do desejo de enfiar suas mãos pelas madeixas de um vermelho desbotado devido à ação do tempo e bagunçá-las. Apesar de opacas ainda preservavam toda sua beleza. Ou talvez a beleza estivesse no fato de elas pertencerem a Park Jimin.

Ele usava sua razão e percepção para distinguir quais eram seus sentimentos ou emoções. Ele sabia o nome e os efeitos, mas simplesmente não sabia como mostrá-los ou explicar. Não sabia transparecer e muito menos compreender. Quer dizer, era tudo uma reação química do corpo, certo? Mas porque isso fez sua percepção acerca da beleza do ruivo mudar aos poucos à medida que os dias foram passando?

Jungkook não era burro, sabia a resposta para aquilo. Estava apaixonado por Park Jimin há um bom tempo.

Então, de súbito, ele fez o que estava acostumado a fazer quando se tratava de irradiar suas emoções para o mundo afora. Foi direto. Simplista. Fez uso de sua razão - embora economizando nas palavras - e deu a resposta, que a seu ver, era a mais coerente naquele instante.

- Sim, gosto. - Ok, talvez não tenha sido tão coerente assim. Talvez tenha dito algo errado ou impróprio, pois assim que seus lábios calaram-se com a resposta, saciando finalmente as dúvidas do menor, a expressão abobalhada que antes habitava o rosto de Jimin deu lugar a um par de olhos arregalados. Tal mudança foi sucedida, também, por passos apressados - quase amedrontados- que afastaram os corpos dos dois garotos. Para Jungkook aquela reação fora até um pouco engraçada.

Após expelir aquelas palavras o moreno sentiu a familiar sensação anestésica se apossar de seu corpo e então, já não sentia mais nada. Nenhuma queimação no estômago, tampouco umedecimento nas mãos. Era assim que o mais novo reagia com suas emoções. Sabia driblá-las e assim não lhe trariam problemas. Não por hora.

Por não saber lidar com suas próprias confusões internas, as expelia, de forma temporária, de seu consciente. Não era uma solução definitiva, atuava mais como um band-aid, um curativo que, infelizmente, não tardaria a ser arrancado. Mas o fato de suas emoções estarem longe, por hora, proporcionava uma sensação de calmaria que lhe seria bastante conveniente em meio ao caos que aquelas duas únicas palavras causariam dali em diante: Sim, gosto.

- Ai. Meu. Deus. - falou Jimin pausadamente antes de correr para longe de seu amigo, que permanecia com a mesma feição indiferente do início da conversa.