Alguns dias se passaram desde a última vez em que Jeon encontrara Jimin em seu apartamento. E não podia negar a surpresa em descobrir a novidade que Yoongi havia trazido para todos do grupo. Na segunda feira, enquanto levava a belíssima novidade de que entraria no semestres de provas e revisões, sua vontade era de continuar dormindo naquela carteira reta e dura. Porque não existia travesseiro melhor do que uma bela mochila cheia de caderno para tirar um cochilo.
Não que Jungkook fosse lá um péssimo aluno, é que andava pensando tanto sobre as coisas que existia esse tão famoso “sol da manhã” onde os seres humanos era obrigados a fazer tarefas. Naquele momento ele queria é não ter tarefa alguma, havia dormido apenas três horas na madrugada e jurava de pés juntos que a culpa não era por ter ficado até quase sete da manhã dialogando com Jimin sobre fósseis de insetos. Não tinha nada a ver, era só insônia.
Entretanto, não negaria que havia valido a pena. Embora tenha dormido quase dois tempos seguidos, sentia-se com muito mais energia do que antes, quando ainda estava brigado com o ruivo. Talvez fosse normal, aquele brilho bobo em seus olhos e o fato de ficar rabiscando no próprio caderno enquanto lembrava do mesmo. Não sabia dizer, nunca havia passado por aquilo antes. Chegou até mesmo a perguntar seu professor de ciência pra ver se não andava com alguma doença estranha, sei lá... Vai que ele morre?
Quer dizer, quem em sã consciência pensa vinte e quatro horas numa mesma pessoa e consegue ter disposição a tarde inteira só por que lembrou de um sorriso? Cara, é sério, aquilo devia ser uma doença séria.
Mas felizmente – ou não – Jeon estava normal; e segundo seu professor de ciência, este sofria apenas do mal da paixão adolescente e começou a divagar sobre como as crianças viviam as coisas à flor da pele e blábláblá... O moreno perdeu-se rapidamente quando o velho saiu da área química para a filosófica, citando até mesmo Shakespare e seus romances tristes. Coisa que embaralhou mais sua mente, já que, bom, parando para pensar, era só a Julieta ter colocado o dedo no nariz do Romeu e descobrir se ele ainda respirava.
Era mesmo preciso beber o veneno também? Se bem que o único Romeu e Julieta que havia visto fora o filme com o Leonardo Dicaprio e, sendo sincero, ninguém resistiria a um veneno por ele, convenhamos. Falando em veneno, não existia um que deixava a pessoa paralisada como se tivesse morrido de verdade? Provavelmente fora este que Romeu tomara. Qual era o nome mesmo?
— Ainda não acredito que estamos fazendo essa loucura. — Taehyung falou baixinho, observando Hoseok e Yoongi arrastaram a enorme caixa de som de Namjoon para o canto da sala, completamente suados e ofegantes. O moreno tomou um susto ao ouvir a voz do amigo, saindo completamente de sua linha de raciocínio e olhando para o mesmo.
— Hm? — o loiro revirou os olhos. Ah, era óbvio que Jungkook não prestaria atenção em si, quando fazia isso? Devia estar fazendo mais uma de suas analogias toscas com comidas e insetos, certeza. — Desculpe, estava pensando no veneno que matou o Romeu. — Kim fez um careta e olhou para o amigo. Romeu?
— Romeu? Aquele de Romeu e Julieta? — perguntou curioso, estranhando o fato do amigo gastar alguns neurônios pensando em um romance trágico. Tanta coisa no mundo para se ocupar, como o fato de Yoongi estar lindo com aquelas bochechas coradinhas, ou Hoseok com o corpo suado. Era possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo sem ter um infarto em algum momento?
— Esse mesmo.
— E por que está pensando nisso?
— Meu professor de ciências disse que sofro do mesmo mal que eles. — respondeu simplista, dando de ombros. Se bem que, parando pra pensar, se sofria do mesmo mal que aqueles dois idiotas, significava que um dia acabaria bebendo um veneno por conta de Jimin? Então, no final, estava certo! Acabaria doente por causa desse ruivo miserável! — Não! Não quero acabar do mesmo jeito! — falou consigo mesmo, arrancando um olhar arregalado do mais alto.
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Fullgás • Jjk + Pjm / jikook
RomanceCONCLUÍDA ✓ Jungkook é um garoto atípico com a maturidade emocional de uma pedra. Tão apático quanto uma segunda-feira seria. Sem a capacidade de entender o que é sentir ou lidar com suas emoções, ele aprende pela primeira vez o que é estar apaixona...