Capítulo 1

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*Apenas esse capítulo em específico será narrado pelo ponto de vista da personagem. A maior parte, ou todos os outros, serão em terceira pessoa

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O despertador toca às seis da manhã avisando que eu teria que me levantar mais um dia e enfrentar meu maldito chefe.

A vida não tem sido nada fácil até aqui. Trabalhar de secretária para um velho barrigudo e quase inteiramente careca, não é o sonho de consumo de todas as mulheres de vinte e cinco anos do mundo.

Mais uma vez me levanto e olho em volta... tudo que vejo são apenas a simples cama junto a uma cômoda que ocupam o espaço do que seria meu quarto. Banho e escovp os dentes mecanicamente como todos os dias. Visto o mesmo terninho do começo do ano, calço minhas sapatilhas e saio rumo ao trabalho com a certeza de que nada irá realmente surpreender ou melhorar. Como não fica muito longe logo avisto "o grande prédio", como meu chefe intitulou, mas que de grande não tem nada. É apenas uma pequena empresa de transportes que provavelmente não é capaz de lucrar o que gasta, mas, ainda sim se mantém de pé. O que agradeço, já que é de onde eu tiro meu sustento, mesmo que o que ganho seja pouco ainda dá para sobreviver no meu estilo de vida.

Entro e na recepção está a mesma pessoa de sempre: Zara. Uma mulher morena, de cabelos encaracolados e seus trinta e poucos anos, nunca tive real curiosidade em perguntar sua idade.

Zara: Bom dia. — Ela deseja, sorridente.

Apenas aceno com a cabeça e continuo meu trajeto. O "prédio" tem apenas dois andares, com dois lances de escada chego ao segundo andar onde se encontram as mesmas coisas. Mesa, cadeira, telefone, um computador da época dos dinossauros, outra mesa com uma cafeteira velha e a porta que dá para a maldita sala o meu maldito chefe, que é por onde entro no segundo seguinte. E como todas as manhãs ele pergunta:

— Dormiu mais que a cama, querida? — Diz, olhando para os papéis que estão em suas mãos. Olho no relógio da parede de seu escritório e ele faz rapidamente o mesmo, só que em seu relógio de pulso.

Annie: São seis e trinta e cinco, faça-me o favor. — Suspira

Senhor Monteiro: Seu horário é às seis e trinta, se continuar acordando às seis vai acabar desempregada. — Tira os olhos dos papéis e olha para mim que estou de pé segurando na maçaneta da porta. — Mas esse sermão você sabe de cor. Vá para o seu posto e me traga um café.

Annie: Sim senhor. — Me retiro, fechando a porta.

Talvez ele não seja de todo ruim, eu é que não sou muito boa em gostar das pessoas, mas mesmo assim. O velho quer que eu acorde às cinco da manhã por conta de cinco, dez, ou às vezes quinze minutos. Também não é como se e fizesse alguma diferença já que pela manhã tudo é calmo por aqui.

Ela prepara seu café e o leva para sua mesa, deixando ali e voltando para "o seu posto".

Me sento na mesma cadeira velha e pelas próximas quatro horas procuro me ocupar em jogar paciência, já que ser secretária de alguém que não é importante não ocupa muito do meu tempo e dar espaço para pensamentos também não é uma boa opção. E então o telefone toca. Me recomponho na cadeira, e solto um riso irônico, não é como se a pessoa do outro lado pudesse me ver.

Annie: (nome da empresa — não definido), bom dia, no que posso ajudar? - Atendo com minha voz de funcionária dedicada.

Nossa, até me senti importante agora.

Annie: Eliese? Quantas vezes te disse pra não ligar no meu trabalho? Digo, indignada.

Muitas, mas você não tem um celular! — Isso era verdade, mas talvez fosse porque eu simplesmente não quisesse ser incomodada.

Essa não é umas história de amor normalOnde histórias criam vida. Descubra agora