-Ai meu pé, Felipe!
-Ai meu ouvido, Jas!
Felipe estava atrás de mim, enquanto observávamos de trás de uma moita, um casal muito combinante, rindo e se beijando. Como eu iria separar alguém assim?
-Não chora.
Franzi a testa para o energúmeno ao meu lado.
-Não vou chorar.
Revirei os olhos.
-Grossa, eu só vi você fazendo uma carinha de bebê chorão e quis te ajudar.
-É porque o casal é aquele ali...-apontei.-Natalie e Cameron.- fiz bico.
-Eles parecem.... Tão felizes.
-Eu sei que sim, foi eu que os juntei.
-Convencida.
-Irritante.
Nos trombamos numa tentativa minha de ficar mais confortável naquele "agachamento" e eu ia cair, mas o mesmo me amparou. Pela bunda.
-Tira a mão dai.
Rosnei, mas ainda estava desequilibrada.
-Você quer cair?
Ele sussurrou no meu ouvido. E soltou uma risadinha quando me arrepiei. Desgramado.
-Não. Mas a minha mão quer cair bem no meio da sua cara.
Ele me levantou e me deixou totalmente equilibrada, antes de me soltar.
Pelo menos tem um pouco de educação.
-Você precisa mesmo de um advogado?
Olhei para eles, e decidi que podia ser um pouco cruel, mas tinha que ser. Eles tinham que se separar... De uma forma mais... Natural.
-Não. Mas preciso de você.
*
-Então.
Continuei minha explicação.
Eu estava com uma régua na mão, um quadro ao meu lado com todos os meus esquemas, e na minha casa com Felipe deitado no meu sofá, me observando.
-Aqui é o parque que com certeza eles vão estar.
Apontei para um quadrado com uma árvore de natal mal feita dentro do mesmo.
-E como tem certeza que eles vão estar lá?
Felipe se sentou com pose de pensador e me encarou. Virei minha cara para ele, porque mesmo eu queria ele no plano?
Ah certo, seduzir a mulher do cara.
-Ora! Qualquer um saberia, hoje é noite de Natal e pessoas que não são como nós- gesticulei com a régua, mostrando ele e eu- vão estar lá, observando a linda paisagem e namorando com seus respectivos parceiros.
Não sei se me sentia triste ou lisonjeada por não ter problemas de casal.
-Porque você acha que eu não tenho ninguém para ficar no natal.
O encarei. Ele queria mesmo, aquela resposta?
-Simples, você está aqui.
Sorri para ele cinicamente, e em troca recebi uma virada de olhos.
-Continuando, em algum momento, algum deles vão ter que sair de perto um do outro. Dai PAH.
Fiz uma pose estranha metendo a reguada no quadro, e ele caiu na gargalhada.
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Casamenteira (Conto de Natal)
RomanceJasmin se vê presa aos próprios planos quando por causa de um mal emprevisto ela tem que correr para um de seus encontros arranjados de natal, que daria casamento na certa, e fazer com que não se indentifiquem. O problema é que o casal combina ta...