I'm the only one

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POV BLAIR BLACK

 As minhas pálpebras começaram por despertar conforme as minhas pupilas iam lentamente se habituando à imensa claridade que queimava os meus pobres olhos por ainda estarem tão adormecidos e preguiçosos.

Olhei para o meu lado esquerdo e observei Tommy a dormir. Ele respirava fundo e parecia estar a ter um bom sonho, a sua respiração estava calma e a sua cara era de um completo anjinho. Fui lentamente erguendo os braços para cima espreguiçando-me, acabei por suspirei, é Blair, mais um dia. Como Tommy veio aqui parar? Justamente na MINHA cama? Não sei... Perguntam-se provavelmente porquê que eu e o Tommy nos envolvemos, correto? Pois bem, como eu disse anteriormente, Tommy é o meu único amigo, e não eu não estou apaixonada, apenas também tenho as minha necessidades como qualquer ser humano. Não vou mentir ao dizer que não sinto qualquer tipo de atração por ele, mas apenas se trata de carinho e afeto de bons amigos coloridos. Não estou psicologicamente preparada para assumir qualquer tipo de relação neste momento, e creio que ele também não o esteja. Somos almas bastante distintas, aliás, apesar das nossas "noites de amigos", nós não baralhamos as coisas. Somos livres e independentes de nos envolvermos com quem quer que seja, não é nada de mais, não é nada oficial.

Hoje vai ser mais um dia de consulta, mas em vez de psiquiatria, será com Bieber. O meu novo psicólogo. Eu sei que disse que não voltaria a lá por os pés, mas foi apenas o nervosismo do momento. Eu sei perfeitamente que se me foi aconselhado frequentar um psicólogo, é porque me irá ajudar. Não é que eu tenha qualquer tipo de esperança em que tudo isto melhore. Para mim, a vida é como uma bola de neve, a cada dia que passa mais porcaria vais acumulando. Até que simplesmente, um dia, essa bola fica tão grande que acaba por rachar a meio, começa a destruir-se por inteiro, até que por fim sobram apenas pequenos pedacinhos daquilo a que algum dia chamámos viver. Isto é o mundo dos ingratos, acham que tudo o que mais importa é um bom trabalho, hoje em dia tudo o que importa em comum à população e que lhes é ensinado desde crianças é "cresce filho, cresce, estuda, trabalha imenso e dá uma boa vida aos teus filhos", pelo menos os meus pais nunca proferiram uma palavra do género "força filha, segue os teus sonhos, não importa o futuro, importa-te com o presente". São todos ingratos. Dizem que a vida são só dois dias, mas em vez de os aproveitarem, aproveitam a matar-se de trabalho. Hoje em dia, nem mesmo os escalões de população mais alta, sabem aproveitar como deve de ser. Simplesmente, trabalham, trabalham e trabalham, para no final serem recompensados com meia dúzia de dias para aproveitarem como quiserem. Mas aí eu me pergunto, nesse espaço todo, onde é que está o que realmente importa? Onde é que está a dita felicidade? Como querem que eu me trate se o grande problema está emergido diante dos nossos olhos e ninguém faz nada, ninguém muda nada. Portanto, não, não é que eu tenha esperanças de melhorar, eu apenas não tenho grande coisa para fazer durante o dia, e sendo que Tommy vai trabalhar e eu não tenho nenhuma amiga, ao menos vou passar um tempinho a dizer coisas inúteis para fundos ainda mais inúteis.

A vontade não era muita, mas levantei-me de surrateira e tentei fazer o mínimo barulho possível, Tommy estava a dormir tão profundamente que seria uma pena acorda-lo agora. Portanto, acabei por ir em pés de lã para a minha casa de banho e fiz a minha higiene matinal. Tomei um bom banho, lavei e enxaguei os meus longos cabelos até estarem da forma que eu gosto. Vesti um crop top preto e uns calças de cintura subida com rasgões em ambos os joelhos brancas. Nos pés, pus os meus belos saltos altos pretos. Como make up fiz algo bastante básico, apenas um pouco de base para disfarçar qualquer imperfeição, e isto lê-se, toda a cara, passei um pouco de corretor e apliquei um pouco de rímel. Por fim, pus nos lábios um batom cor de rosa de leve, apenas para dar algum complemento. Peguei na minha prancha e estiquei todo o meu cabelo, peguei nuns brincos, no meu relógio e no telemóvel e saí da casa de banho caminhando lentamente até à porta da casa. Fechei-a com cuidado para evitar qualquer barulho e fui para o meu carro dirigindo-me até ao meu consultório predileto.

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⏰ Última atualização: Dec 14, 2016 ⏰

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