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Sim, eu estava bêbado para dirigir, mas que liga, não é? Se um policial me parasse, eu estaria ferrado, mas era difícil isso acontecer. O tempo estava bem fechado, mas o motel nem era tão longe. E logo eu estava lá. Estacionei o carro perfeitamente em uma das vagas, mesmo que várias delas estivessem vazias. Bati a porta, ativei o alarme e fui a procura do meu quarto. Acabei indo parar na porta número três, mas minha chave não dava certo ali. Só então dei-me conta de que a minha chave dizia sete. O quarto número três era o de Louis.

Joguei-me na cama e respirei fundo, ouvindo a chuva que agora caía do lado de fora. Eu nem mesmo sabia se ele voltaria. Ele tinha parte do dinheiro com ele. Poderia muito bem ir embora com quem quer que ele quisesse sem nem mesmo dar satisfações para mim. Afinal, éramos apenas duas almas problemáticas e sozinhas que não tinham lugar nenhum para estar – então nós resolvemos fazer juntos aquela coisa de ficar sozinho. E agora estávamos aqui. E eu era o maníaco bobo que se apaixonou pelo ladrão adorável três dias após conhecê-lo.

Não sei quanto tempo fiquei ali deitado, ouvindo as trovoadas e pensando em ir bater na porta dele. A cena se passou muitas vezes pela minha cabeça. Eu bato na porta do quarto três; Ele vê que sou eu e fecha a porta na minha cara. Eu seguro a porta e ele reclama. E no fim ele me deixa entrar. Eu só nunca tinha pensado que aconteceria ao contrário.

No fim, foi ele quem bateu na minha porta e eu que tentei fechar a porta na cara dele. Fiz careta e revirei os olhos, observando-o parado em minha porta.

Tomlinson havia acabado de chegar. Seu roupa estava mais colada em seu corpo - se é que isso ainda era possível - , completamente encharcada e seus cabelos que antes estavam em um topete, agora estavam pingando jogados em uma franja mal feita para o lado.

– Convide-me para entrar, Styles – Ele abriu um sorriso mínimo.

– Você nunca precisou de convites, Tomlinson – virei as costas, deixando a porta aberta.

Louis entrou e correu até mim, me abraçando. Mais uma vez, não tive reação por alguns segundos, então retribuí o abraço.

– Eu nunca diria isso para ninguém, porque geralmente sou orgulhoso demais – Ele começou a falar sem parar, andando de um lado para outro – Mas estou bêbado mesmo, então não estou nem ligando para isso – Ele parou, me encarando com uma expressão de surpresa – Eu acho que estou apaixonado por você Harry e só percebi hoje quando vi seu olhar... Porque foi aí que eu percebi que estava com o cara errado.

– Está dizendo isso porque está bêbado – falei, sentando na cama.

– Sim, exatamente. Não entende? – Ele ajoelhou-se em minha frente – As pessoas falam a verdade quando estão bêbadas.

– É, pode ser – disse pensativo, apenas o observando.

– Só isso? Sério Harry? – Ele me olhou com expectativa – Diga-me que está sentindo o mesmo – continuei em silêncio, em dúvida – Ou pelo menos me agarre e me jogue na sua cama ou qualquer coisa do tipo.

– Agora você está apelando – ri, negando com a cabeça – É, acho que eu posso fazer isso.

– Ainda bem, porque já estava quase me atirando na cama e puxando você comigo.

– Eu não estava falando disso. Ia dizer que eu sentia o mesmo – Ele sorriu ao ouvir aquilo – Mas é, eu também posso fazer isso.

E eu fiz. O peguei no colo e o joguei naquela cama. Fui por cima dele, já tirando sua jaqueta molhada, logo em seguida sua blusa.

Ele tirou minha camiseta e riu em deleite. Faríamos aquilo novamente. Mas dessa vez, seria algo para lembrar no outro dia, para falar sobre e não simplesmente fingir que não aconteceu. Desta vez tinha sentimento envolvido. Sentimentos nunca nos levavam a lugar nenhum que fosse bom, mas parecia que agora valia a pena tentar. Eu só esperava não estar enganado.

partners in crime (shortfic l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora