Capítulo II.

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Seattle Coast, 2013.


Naquela noite de quinta-feira, enquanto dirige pelas ruas vazias de Londres, os dedos firmes sob o volante e os olhos sonolentos apreciando a escura imensidão celestial, Harry não sabe o que virá a seguir.

Apenas a luz do luar ilumina a cidade silenciosa enquanto todos permanecem mergulhados em seus sonhos particulares, mundos singulares sendo protegidos pela madrugada densa e desconhecida.

O único som sendo proveniente do rádio perdido entre as estações ecoa do painel e paira sob o ambiente vago, a imensidão inexplorável revelando o esplendor das estrelas incapazes de serem vistas sob as luzes artificias da cidade.

Harry boceja reduzindo a velocidade ao avistar um semáforo e leva uma das mãos até o rádio, sintonizando o mesmo em uma estação desconhecida na esperança de manter seus olhos abertos.

"Boa Noite, Londres! Uma noite fria revela-se no horizonte e a previsão é de precipitações isoladas ao longo do dia. Nesse momento a movimentação nas rodovias permanece tranquila e não há indícios de congestionamento."

"Eu sou Robert Pattinson, e você está ouvindo à First Night, a sua fonte de informações de Londres e o mundo.
Curta agora: Gnash' Ilusm."

Harry sorri abrindo a janela do carro, o vento frio balançando seus cachos à medida que o carro se desloca pela cidade vertiginosamente, os lábios carnudos e avermelhados se movimentando à medida que as batidas calmas da música ecoam pelo automóvel.

"U always see the end way before the star"

" I've been trying finding that things going right"

O cacheado suspira pousando o olhar sob seus pés cobertos por um sapato social de couro escuro, as meias coloridas esquecidas dentro dos mesmos arrancando risadas do garoto.

Alguns minutos depois, distraído com a paisagem outonal coberta pelo manto negro da escuridão, Harry finalmente encontra seu destino.

É comum que durante a madrugada tudo permaneça com as portas fechadas, sendo necessário aguardar até a manhã seguinte para que os estabelecimentos retomem suas funções habituais.

Mas não é possível prever quando alguém precisará de atendimento médico e quanto tempo essa pessoa poderá aguardar até que ser amparada por alguém capacitado.

Motivo para Harry dirigir-se até o hospital naquela madrugada fria de inverno com olheiras profundas em contraste com um sorriso suave em seus lábios.

O cacheado boceja pela última vez, desligando o rádio que ressoa solitário e estende o braço direito em direção ao banco traseiro, onde seu jaleco permanece desde a noite anterior. Dr. Styles bordado em linhas perfeitas e esverdeadas sob o bolso à altura de seu peito.

Harry veste o mesmo o mais rápido que pode e abre a porta, o som leve das travas sendo ampliado devido ao silêncio da madrugada. O cardiologista suspira sonolento e verifica a hora em seu relógio de pulso antes de caminhar até o hospital.

— Boa noite, Ni. - Harry murmura caminhando em direção à máquina de café expresso e esbarrando com o loiro parado em frente à mesma, o cheiro doce de cafeína misturando-se ao odor cítrico dos produtos de limpeza usados na higienização do lugar.

— Hey Buddy, café? - Harry concorda e leva uma das mãos ao cabelo, afastando os cachos rebeldes que envolvem seu rosto e prendendo os mesmos.

— Já sabemos qual o caso? – Indaga o cacheado, as costas apoiadas sob a superfície gélida da parede enquanto pousa seus olhos sob nenhum lugar aparente.

Supermarket Flowers || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora