Capítulo III.

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Londres,  Maio de 2013.


O barulho de algo rompendo-se contra o chão ecoa pelo apartamento acorda Harry antes do horário definido por seu corpo exausto.

O burburinho de vozes é alto e impede que o cacheado retorne ao sono, o qual geme em frustração cobrindo seu rosto com o travesseiro, o objeto sendo inútil para abafar a movimentação de pessoas pelo apartamento.

Harry suspira, afastando-o cobertor de seu corpo, o relógio ao lado de sua cama indicando que ainda não se passavam das oito da manhã. Mesmo que suas horas de sono necessárias já estivessem sido supridas, o garoto sentia-se sonolento e a vontade de levantar-se era praticamente nula, na verdade o garoto almejava permanecer na cama até que o barulho cessasse e seu sono finamente pudesse ser retomado.

No entanto, embora Harry tenha tentado arduamente manter suas pálpebras fechadas os raios solares fustigavam sua face, a pele alva irradiando a claridade multicolorida da alvorada de forma que o calor resultante dos primeiros raios solares penetrassem sua derme impiedosamente, aquecendo-a.

Harry geme, os olhos claros flamejantes opondo-se ao contato direto e repentino com a luz solar fazendo com que o cacheado pisque incontáveis vezes, a ardência inicial dissipando-se a medida que as íris familiarizavam-se ao ambiente amplo e luminoso. O garoto senta-se sob a cama pousando seus pés no piso gélido e estendendo os braços, tentando afastar o cansaço de seu corpo. Com um pequeno e curto impulso pôs-se de pé e rumou até o banheiro, o sono ainda prevalecente.

O garoto não conseguiu conter uma risada inconsciente assim que sua face fora refletida no espelho fixado sob a parede. Seus olhos ainda levemente avermelhados possuíam olheiras arroxeadas que molduravam seu rosto abatido, os cabelos castanhos rebeldes e volumosos caiando sob seus olhos verdes aparentando compactuar com a desconstrução de sua imagem.

Harry suspira, apoiando os cotovelos sob o mármore do balcão e abrindo a torneira, a água fria encontrando seu rosto quente e levando consigo os vestígios da vagarosa noite anterior. O gosto habitual do creme dental sabor menta pousando sob sua língua enquanto a escova de cerdas macias movimenta-se sobre dentes, a espuma gerada pelo produto sendo carregada pela água corrente assim que o garoto livra-se da mesma.

Harry torna a encarar seu reflexo tentando dominar os cachos rebeldes que por fim, acabaram presos e aninhados em um elástico sob seu couro cabeludo.

O garoto boceja arrastando os pés preguiçosamente até o quarto, onde substitui a roupa da noite anterior por peças limpas enquanto o cheiro de algo entrando em combustão invade suas narinas, ele antevê deparar-se com o apartamento em chamas ao finalmente deslizar a porta de madeira de seu quarto, porém a lentidão abraça seu corpo como um manto espesso tornando a ação de controlar seus amigos, árdua e apática.

Quando Harry finalmente caminha em direção à cozinha, Niall está parado em frente a pia, a torneira aberta lançando jatos de água sob a panela em chamas e a fumaça acinzentada rodopia no ar como moinhos de vento.

Em dois anos possuindo Niall como colega de apartamento, Harry habituou-se a dirigir em direção ao supermercado todos os dias em busca de novas fontes de alimento e panelas, pois mesmo que a cozinha fosse seu ponto fraco, o loiro insistia em preparar algo novo durante suas manhãs de folga.

- Bom dia. - Harry murmura caminhando em direção à geladeira em busca dos suprimentos restantes e encontrando algumas frutas perdidas no fundo da mesma, às quais o cacheado pousa sob a bancada junto a um bowl azul-cobalto e uma faca, depositando-as no recipiente logo após cortá-las.

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⏰ Última atualização: Jan 27, 2018 ⏰

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