Parte 3

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- Lucien, eu não tenho culpa se o meu irmão te feriu - as palavras escapavam de minha boca.

-  O sangue dos Mikaelson corre por seu corpo e em determinado momento de sua vida você será como eles! - ele soltou minha mão e foi então que percebi o quanto estava machucando - Dafne Mikaelson, eu não pretendo te machucar, mas isso só depende de você!

Dafne Mikaelson? Por um instante achei que ele estivesse falando de  outra pessoa, só até eu me dar conta que esse era o meu nome. Havia passado tanto tempo desde a última vez que alguém o pronunciou - só que simultaneamente parecia que foi ontem - tudo isso era muito estranho. 

- Como assim? - as lágrimas escorrem pelo meu rosto e ele começa caçá-las com seu polegar.

- Davina, você já pode começar! - ordenou Lucien.

- Eu só posso fazer esse feitiço com a permissão dela...

- Daf, você tem duas opções, aceita e eu serei o mais doce possível ou escolha lutar, mas não se esqueça que também terei que lutar contra você e ambos sabemos quem vai perder - disse de forma cínica  me pressionando com mais intensidade contra porta. 

Estava tudo acontecendo de uma forma tão rápida e eu só conseguia pensar no quanto meus irmãos sentiriam vergonha de mim, como poderia olhá-los novamente? Elijah, o mais nobre de todos me olharia com aquele olhar superior e não diria nada e o seu silêncio seria como uma faca contra o meu coração. Kol, iria me bater e gritar palavras ofensivas. Rebekah, me abraçaria, afinal, ela também é mulher e compreende exatamente o que estou passando. Finn, eu nunca tive uma relação muito forte com ele, então acredito que nem se importaria. E, por último, Klaus, o irmão que mais amava e que mais era ligado a mim. "Niklaus, como gostaria de ser forte igual você para não te envergonhar, espero que um dia me perdoe!" pensei. 

 Lucien ainda me olhava e o meu silêncio lhe fez sorrir, afinal, aquele ditado estava certo "quem cala sempre consente" - por mais que eu não quisesse consentir.

- Fez uma ótima escolha! 

- Agora só preciso que diga em voz alta - disse Davina

- Não, por favor não me obrigue assumir isso em voz alta... - Lucien me pegou no colo como se eu fosse uma pena e me colocou em cima do sofá. 

- Não quero te obrigar, mas farei se for preciso! - suas palavras saiam em tom de ameaça.

- Eu aceito... - disse rapidamente com medo de sua ameaça  - por favor não me machuque!

- Eu não vou te machucar meu amor. Te dou minha palavra!

Pela primeira vez senti verdade em sua voz. Dar sua palavra a alguém é coisa séria, mas não foi isso que me fez sentir calma, foi a sinceridade que ele não iria me machucar. 

- Já podemos começar? - perguntou Lucien.

- Sim - respondeu Davina.

Davina me pediu perdão, só que dessa vez com seu olhar. O olhar que ela me dava penetrava em minha alma e me fazia tremer.  "O que está acontecendo? O que ela fará comigo de tão ruim?". Lucien sentou de joelhos no chão e me puxou para sentar em sua frente:

- Esse é um feitiço perigoso e em hipótese alguma vocês podem soltar! Se vocês soltarem as mãos um se perderá para sempre! - alertou Davina.

Nada daquilo fazia sentido, eu sempre via minha mãe fazendo algumas poções, mas nunca achei que magia realmente existisse. Davina começou dizer algumas palavras estranhas e uma corrente invisível percorreu meu corpo. Conforme as palavras iam escapando de sua boca pálida eu me sentia atraída por Lucien, como se os nossos corpos estivessem completamente conectados. 

Davina ainda dizia palavras estranhas e junto com elas as velas que estavam no chão se acenderam, mas eu não prestei atenção nem em suas palavras e nem nas velas. Estava longe, bem longe dali:

- Se entregue pra mim amor - ouvi a voz de Lucien dentro de minha mente - se entregue totalmente pra mim!

- Lucien... não... - disse, mas já era tarde. 

THE ORIGINALS - A garota esquecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora