Capítulo 3

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As músicas do capítulo são: Wake up - Arcade Fire / De passagem - Cícero

- Finalmente em casa.

Disse abrindo a porta dando passagem para meu pai apoiado em Enrique.

- Nem me fale. Não aguentava ficar mais no hospital.

Enrique apoiou meu pai na cadeira da sala.

- Ai pai, só você mesmo para se machucar no primeiro dia por aqui.

Maggie disse pegando um copo de água na cozinha.

- Pelo menos eu não quebrei o joelho.

Ele disse se espreguiçando.

- Sim, e que bom que você poderá tirar essa tala daqui duas semanas.

Respondi.

- Sim, será que agora podemos ir dormir?

Meu pai perguntou levantando.

- Isso é tudo que eu quero. Deixa eu te ajudar a subir velhinho.

***

Abri os olhos devagar sentindo o sol bater em meu rosto, procurei meu celular para sabe o horário e me surpreendi em ver que já eram duas horas da tarde. Tomei um banho e fui para a cozinha.

- Boa tarde, dorminhoca.

Maggie disse com um sorriso enquanto mexia em alguma coisa no fogo.

- Hey Maggs.

Disse sentando na bancada.

- Com fome?

- Um pouco.

- Estou terminando de fazer nosso almoço, daqui a pouco está pronto.

- Ok. Cadê o papai e o Erique?

- Foram em uma loja de esportes.

- O papai foi naquele estado?

- Sim, eu fiz a mesma cara que você quando o Enrique me contou.

- Ele não sossega nem machucado.

- Aquele lá não gosta de ficar parado de jeito nenhum.

Rimos juntas de nosso pai.

- Quer ajuda aí Maggs?

- Eu prefiro deixar minha cozinha inteira, obrigada.

- Nossa, muito engraçada você.

Disse entrando na cozinha, começando a picar os legumes.

- Eu estou brincando Lu, você sempre foi uma excelente cozinheira, melhor que eu até.

- Ok, agora você está exagerando.

Ela riu da minha careta e tocou de leve no meu ombro.

- Como você está Lu? Desde que vocês chegaram por aqui, não tive a oportunidade de te perguntar. Lembro que da última vez que nos falámos as coisas não estavam tão bem.

Respirei fundo.

- As coisas melhoraram Maggs, consegui passar minhas inquietações para meus desenhos então toda aquela bagunça e confusão está focada no papel.

- Fico feliz de você ter encontrado uma válvula de escape que produza coisas tão bonitas como seus desenhos.

Sorri.

- Você nem viu eles.

- Eu não preciso ver para saber que eles estão maravilhosos, como sempre. Nunca vou esquecer dos primeiros desenhos depois da morte da mamãe, a dor ativa sua veia artística de uma forma tão pura e linda.

Christmas time is hereOnde histórias criam vida. Descubra agora