A Última Chance

Capítulo 1

- Vamos ao jogo de vôlei? – entrei dizendo no apartamento que divido com minha melhor amiga, Solange, jogando minha mochila em cima do sofá.

- Ãn? – ela perguntou confusa ao retirar seus olhos do livro de Biologia Marinha, que estava estudando. – Não entendi!

- Eu consegui dois ingressos para a semifinal do jogo de vôlei das olimpíadas.

- Como?

- Um amigo que conseguiu de um cara e....

- Tá bom Vivi! Já entendi você conseguiu com alguém...

- Sim - falei batendo palmas de felicidades. - Você vai comigo?

- Não! Tenho que estudar.

- Ah! Não Sol! Eu não aceito não como resposta.

Droga a Sol tinha que ir, depois do trabalho que eu tive para conseguir esses ingressos, e tudo foi por causa dela. A Sol nutria um amor platônico por meu irmão, Tony, há anos.

Mas... O Tony se apaixonou por outra pessoa, Thais, uma feiosa que detestei desde a primeira vez que a vi. Assim, como eu não gostava dela, ela não gostava de mim. Ela era mais velha que eu, nerd como meu irmão, então não tínhamos contato algum.

Na época, eu já sabia que a Sol era doida por Tony, apesar de negar era possível ver em seus olhos de menina o quanto brilhavam ao vê-lo. Quando ele tinha 15 anos, Tony chegou a casa com a Thais para apresentá-la aos meus pais, eu tomei um ódio daquela menina, pois eu via minha amiga desmoronar literalmente na minha frente. Como eu a amava como irmã eu peguei uma raiva pela namorada do meu irmão

Hoje em dia eu analiso que no começo ela tentou ser legal, até ser minha amiga, mas eu tinha tomado as dores da Sol. Foram tantas às vezes que ela me trouxe presente e eu simplesmente joguei no lixo, e via as lagrimas em seus olhos, mas não me comovia.

Hoje me arrependo, mas já é tarde para isso, pois Thais pegou muita raiva de mim e nossa convivência ficou insustentável. Sempre soltávamos farpas uma contra a outra. Mas graças a Deus, o relacionamento não prosseguiu.

Quando eles se separam amei, pulei de alegria, minhas esperanças era que ele deixasse de ser bocó e olhasse para a Sol. Assim, ela seria minha melhor amiga e cunhada. Tinha coisa melhor que isto?

Mas ele foi bocó mais uma vez e não ficou com minha amiga. Agora é a minha chance de juntar esses dois. Tony está voltando dos Estados Unidos, para passar o mês de férias no Brasil após três anos sem ver a família. Meus pais estavam muito felizes em rever seu filho gênio.

Estávamos na época das olimpíadas, eu e meu irmão amamos vôlei, papai comprou os ingressos para a grande semifinal do Brasil. Mas claro que eu disse que só ia se a Sol fosse. Então papai comprou um para ela também, mas eu não ia dizer esse fato a minha amiga, ou seja, todo o meu plano diabólico para junta-los. A Sol não fazia ideia que ele estava chegando essa semana, eu não contei a ela, na verdade eu menti para ela, a Sol pensa que ele chegará apenas na próxima semana, porém a informação é falsa, na realidade ele chegará amanhã.

- Você vai Sol! Ah se vai... Por favor, você não vai me deixara sozinha vendo aqueles gostosos dos jogadores russos?

- Mulher tu és brasileira deve apreciar os jogadores brasileiros.

- Deus me livre! Ali só tem o Bruninho de gostoso, Lucarelli também. O resto é mais ou menos ou feio, então partimos a apreciar os Russo. - Sol se acabava de rir das minhas loucuras.

- Tá certo! Eu vou! - primeiro passo confirmado.

Agora só resta esperar o meu irmão chegar na sexta de manhã.

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