IV

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Se Louis acreditasse nessa história de karma, podia se dizer que ele fez muitas coisas erradas e malvadas nessa vida para merecer isso. Talvez até outras vidas, porque nesse momento ele se encontrava perdido em um minúsculo vilarejo em algum lugar no interior da Inglaterra, onde aparentemente os habitantes não conhecem o significado da palavra táxi, já que ele acenava em direção à rua fazia uns dez minutos e já recebia olhares de pessoas prontas para chamar o hospício.

Bom, Louis pensava que pelo menos nada dava para ficar pior.

Mas como sabemos todos nós, quando você acha que nada pode piorar, é aí que piora.

Neve. Em todo lugar. De onde surgiu todo aquele gelo de uma hora para a outra? Louis não fazia ideia, mas sabia que agora estava todo coberto de flocos brancos. Até mesmo sua Vuitton, caríssima, estava branquinha. Ah, isso estragaria o couro.

Então por isso, correu o mais rápido que seu sedentarismo permitia e entrou em um pequeno estabelecimento que parecesse o mais decente para ele naquele momento.

O lugarzinho simples, mas aconchegante e bem arrumado, era uma pequena cafeteria. Tinhas os vidros embaçados pela presença do calor reconfortante de dentro e um cheiro agradável de café expresso e bolinhos. Tinha até mesmo um dourado sininho na porta, que anunciou a chegada de Louis.

O jovem entrou dando passos estranhos pelo fato de seu sapato estar escorregadio demais, tirou a neve da roupa e dos cabelos e analisou todo o local, que estava aparentemente vazio, exceto pelos enfeites extremamente coloridos de Natal.

Caminhando em direção do balcão, seu estômago reclamou de fome e Louis procurava por alguém que pudesse atendê-lo.

- Olá? Alguém? Eu quer-

Quando estava já entrando atrás do balcão, foi supreendido por um jovem que surgiu de trás de algumas caixas, com suéter branco de renas vermelhas e um chapéu de Papai Noel, que repentinamente se posicionou a sua frente.

Tomado pelo susto, Louis tentou recuar alguns passos, porém seus sapatos estavam escorregadios demais devido ao gelo e ele perdeu o equilíbrio. Sim, mais uma vez.

Já esperava pela pancada do tombo, porém ela curiosamente não veio dessa vez. Abrindo os olhos, que se fecharam por impulso, deu de cara com um par de olhos verdes brilhantes bem perto de si. Louis fora pego a alguns centímetros do chão e agora se encontrava nos braços do atendente da cafeteria de suéter fofinho e gorro natalino.

Bem, Louis realmente nunca havia imaginado que algum dia seria salvo pelo Papai Noel. Muito menos por uma versão extremamente charmosa dele.

Não que um dia ele admitiria isso.

Christmas Lights || l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora