Capítulo 8

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 Cheguei numa parte do beco que era completamente escura, e fiquei receosa em passar, mas eu passei. Quando comecei a andar no meio do breu só senti alguém me puxando pelo braço e me jogando na parede, e nisso arrancando as minhas roupas. Desesperada eu gritei e tentei me soltar, só que do nada, alguém empurrou quem tava me agarrando no chão e nisso eu lembrei de um feitiço que aprendi quando era pequena.

- Lumus Maximi.

  E um clarão apareceu nas palmas da minha mão e logo conseguir visualizar, D'Lauro estava em cima de um homem, dando socos no rosto dele. No momento que ele viu a luz ele se virou e se levantou e veio em minha direção.

- Vem comigo!

E do nada ele puxa a minha mão e saímos correndo.

Depois de muito correr paramos um pouco, para respirar.

- Você é maluca? só pode! Que ideia é essa de passar em um beco, de madrugada onde está tudo escuro?

- Eu não sabia que iria ter alguém lá!

- SEMPRE TEM CARALHO!

- Eiiii, pode abaixando a voz comigo, entendeu?

-Desculpa por me exaltar o senhorita recatada do lar -Diz ele com deboche, o que e faz ficar com muita raiva.

- Por quê estava me seguindo?

-Por quê não me agradece?

- Obrigada por me ajudar, agora tem como falar!

- É que eu sabia que você ia precisar da minha ajuda.

-Você é vidente? 

     Pergunto sem querer e ele olhar para meu rosto e rir. Era como se ele estivesse conversando com uma menina de 6 anos de idade. 

- É só olhar para sua cara, menina. Você é indefesa, pode até ser filha de Jesus, de Deus, sei lá quem, mas você vai continuar sendo uma menina fraca!

- Ok então, obrigada, já estou, tchau D'lauro!

- Pensei que gostasse de verdade, ue não entendi.

- Eu sempre gosto da verdade, porém não gosto de grosseria e muito menos de você.

  Me viro e dou as costas para ele.

-Ei, volta aqui!

- Foi bom te conhecer, até nunca!

- Sua teimosa!

- Eu sei disso!

- Não me faça ter que te salvar de novo, menina.

- Não se preocupe, eu não vou precis...

Mal terminei de falar e me senti estranha, e com isso caindo no chão. D'Lauro correu na minha direção para me ajudar, novamente.

- Maria, ta tudo bem?

- Não, eu to me sentindo fraca.

- Que foi?

- Eu preciso de graça, eu vivo disso, os anjos vivem disso.

  Mostrei meu cordão, onde fica armazenada a graça, e ela já tava quase no fim. Nesse momento ele encostou no meu cordão e passou a sua graça para mim, eu fiquei surpresa com esse gesto

- Como você tem graça? Você é um demôn...

-Demônio?

- É.

- Você ainda não sabe né? 

- Do que? 

-  Nada! vamos, levante.

- Espere aí. Me conte.

- Não Maria.

- Não me trate assim.

- Assim como, alteza?

- Como uma criança.

- Você pode ter certeza que em nenhum momento eu te tratei como criança.

  Nisso ele se aproxima de mim e ficamos numa pequena distância. Senti sua respiração no meu rosto, algo que e fez suspirar, mas rapidamente virei-me o rosto.

- Não precisa se assustar, menina. Eu não vou te beijar.

- Não?

- Não.

- Que bom!

- Vou esperar você pedir!

    Disse ele com um sorriso sacana no rosto.

- Se eu fosse você esperaria sentado então!

- Sim, clar... -Nisso ele percebe que minha cabeça está sangrado e vem checar o ferimento.

- Por que sua cabeça ta machucada? 

- Longa história.

- Me conta.

- Vai me contar a sua?

- Negociadora você né, gostei.

- Tenho meus dotes. 

- Disse eu não duvido nada. -Ele fala com um olhar bem safado olhando para mim.

-  Laauroo.

- Só quando você pedir. Existe honra entre os demônios, menina!

- Existe?

-Não.

   Caímos na gargalhada de novamente.

- Fugi dá aula de voo com a minha amiga e acabei quebrando a asa e e caí aqui. Meus pais não fazem a menor ideia que estou na Terra, porque eu sou proibida de vim aqui e aproveitei e fiz um amigo Demônio para completar a bela história. 

- Uau! Mais um pouco e consegue me superar hein!

- Haha, engraçadinho.

- Posso ver suas asas?

- Claro doutor.

    Nisso ele encostou nas minhas asas e as verificou com o maior cuidado do mundo.

- Eai doutor? Vou morrer?

-Bom, não é sempre que temos anjos caídos por aqui, mas para sua sorte, não, você não vai morrer não!

- E parar de voar?

- Também não, não foi nada grave!

- Como eu vou voltar para casa?

- Eu te levo, não se preocupa!

- Você pode ir no céu?

- Eu posso ir a todos os lugares. Mas você precisa me ensinar o caminho.

- É só seguir as nuvens mais lindas.

- Mas está de noite, não dá para ver as nuvens. 

- Mas dá para ver as estrelas, só seguir as mais brilhosas, o nosso céu fica atrás delas.

 -Nosso?

- Desculpa, modo de dizer. - Digo sem graça.

- Você é engraçada, sabia?

- Sabia, agora vamos?

- Se segura!

Ele mal acabou de falar e me pegou no colo e subiu em alta velocidade, em rumo ao meu Céu. 

Anjos CaídosDonde viven las historias. Descúbrelo ahora