A volta da Vermelha

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Morgana pressionou a faca mais forte na garganta de Elizabeth. Uma fina linha de sangue desceu pelo pescoço dela. Nicholas se aproximou e ela pressionou ainda mais a faca.
- Mais um passo e ela morre! - Morgana se afastou puxando os cabelos de Elizabeth para trás.
- Use sua magia! - Auguratricis gritou. - Você pode matar Morgana com um estalar de dedos!
- Ele não pode matar duas ao mesmo tempo. - Úrsula se aproximou e ficou ao lado da mãe. Todos estavam nas ruínas da antiga casa senhorial de onde Auguratricis veio. A noite estrelada iluminava a todos.
- Eu mato a menina e você a mulher. - Auguratricis se aproximou atrás de Nicholas. - Vamos!
- Nao. - Nicholas parecia travado. Morgana deu uma forte risada.
- Você não pode me matar Nicholas. - Morgana de afastou ainda mais com Elizabeth. - Ela está comigo.
- Quem? - Bellona perguntou. Damra estava ao seu lado. Lilian tinha uma mão sobre a boca. Todos estavam assustados com a mudança repentina de Morgana e Úrsula. De uma hora para outra ela estava diferente.
- A nossa querida Auguratricis deve conhecer. - Morgana disse. Uma névoa começou a cobrir todo o terreno. Não dava para ver nada em volta.
- Nao. - Auguratricis murmurou. Sua feição mudou de desafio para medo e confusão. - Nao.
- Sim. - A voz ecoou por toda a parte. No meio da névoa, a mulher apareceu. Tinha os lábios vermelhos como sangue. Os cabelos negros presos em um coque no alto da cabeça. Suas roupas eram antigas como a de Auguratricis. Um vestido negro e uma capa escarlate. Ela sorriu. Os dentes brancos escondiam um sorriso maligno e perigoso. - Parece que nos encontramos novamente, irmã.
- Immitis. - Auguratricis disse.

                     Horas antes

Ema

Ema acordou com uma faixa de luz em seu rosto. Olhou Abbie se sentir aliviada. Sentia o corpo fraco, como se tivesse corrido por horas. Abbie sorriu para ela e segurou sua mão.
- Que bom que acordou. - Abbie beijou sua testa suavemente. - Dormiu por muito tempo.
- Frederick. - Ema tentou se levantar mas Maviza entrou no quarto.
- Quando chegamos ele estava inconsciente. - Maviza disse. - Depois que Abbie conseguiu te pegar, ele havia sumido. Suspeito que ele foi para a casa da irmã. Sibella.
- Sibella? - Abbie pareceu se lembrar de algo. - Minha tia me disse que a casa onde a gente morava pertencia a Sibella. Uma tataravó.
Ema conseguiu se sentar e pegou na mao de Abbie. Com poucas palavras disse a ela e a Maviza o que aconteceu naquela noite.
- Você usou magia de criação. - Maviza se levantou e abriu as cortinas. A luz penetrou mais profundamente no quarto. - Bruxas estão sempre fazendo isso por acidente. Vampiros e outras criaturas foram criadas assim.
- Vampiros existem? - Abbie pareceu impressionada. - Igual The Vampire Diaries?
Maviza franziu as sobrancelhas. Ema não pode deixar de sorrir. Não duvidava que depois que descobriu a bruxaria, poderia existir outras coisas.
- Mudando o rumo da conversa. - Maviza prosseguiu. - Você pode ter criado algum tipo de criatura nova. Quando voltar ao futuro, com certeza eles saberão o que é.
- Mas a pergunta é, quando? - Ema abaixou a cabeça. - Aquela mulher azul pediu pra esperar, mas...
- Deve esperar. - Maviza se encaminhou para a porta. - Nunca desafie uma bruxa. Veja o que aconteceu a Frederick.
Maviza bateu a porta. Ema encarou Abbie.
- Tem noção do que eu fiz? - Ema quase não usava a magia. Na verdade nunca usou, e quando usa, cria uma nova especie de monstro.
- Magia. - Abbie sorriu. - E aquele desgraçado bem que mereceu.
- Abbie! - Ema arregalou os olhos. - Ele é sua família.
- De anos e mais anos atrás. - Abbie deu uma gargalhada. - E você deu um jeito nele. Minha garota.

Ana

Ana tinha as mãos de Sophia pressionando a boca.
Maureen tinha saído para o lado de fora, não via como iria chamar a sua atenção para o lado de dentro da casa.
_ Sua irmã é depois._ Sophia tirou de trás de si um punhal. Seu cabo era de vidro. A lâmina negra como o céu sem estrelas._ Me entenda Ana_ Sophia passou a mão no rosto de Ana com delicadeza. Em sua testa tinha um risco de sangue._ Não vai doer muito, você não sabe o quanto lutei para te proteger não vou deixe ser um monstro.
Ana balançou a cabeça.
Seus olhos tinha desespero.
_ Não se assuste, não é culpa sua mas sim de Anabelah.
Ana fechou os olhos, não podia ser bruxa.
Ou podia?
Abriu os olhos.
Pensou o quanto queria Maureen junto de si agora.
Pensou no medo.
Sophia passou a mão em seu rosto.
Ana olhou para Sophia pensou em como aquela moça no hotel fora arremessada.
Sentiu algo despertar dentro de si.
Em segundos viu Sophia ser arremessada na parede.
Ana levantou sem a pressão de Sophia em cima de si.
_ É pra seu bem._ Sophia tinha um brilho selvagem nos olhos.
Sentiu o ar pesado, Sophia tinha a mão melosa pelo sangue.
Mesmo assim colocou a mão atrás de um quadro na parede.
Tirou um lâmina do tamanho do seu antebraço. Sua lâmina tinha um brilho diferente. Havia um símbolo na lâmina.
_ Sabe, esse foi o primeiro símbolo criado pela Ordem, bom a Ordem moderna pois o primeiro criado se perdeu no livro de Gretel. Proteção contra bruxas, o original cortava a alma das bruxas. Esse só machuca._ Sophia sorriu.
_ Não mais._ Maureen surgiu de trás e bateu com um vaso na cabeça de Sophia.
Ana se afastou.
Maureen empurrou Sophia contra o chão.
Ana rodeou a mãe no chão que tinha a mão na cabeça.
Maureen chutou a lâmina pra longe.
_ Tem uma corda no carro. Pegue ela pra mim eu fico de olho nela._ Maureen olhou com desprezo Sophia.
Ana posou a mão no pescoço.
Foi para a porta, o punhal estava perto da parede agachou e pegou.
_ O que é isso?_ Maureen olhou.
Ana mostrou a lâmina.
_ Deixe comigo._ Maureen ofereceu para pegar o punhal.
Ana pegou na lâmina e mostrou a parte do cabo.
Maureen pegou então Sophia passou a perna.
O punhal saiu da mão da irmã.
Ana segurou com força a lâmina.
Soltou quanto viu sangue seu.
Maureen escorregou e caiu no chão.
Sophia levantou, pegou a mão de Ana.
Sentiu algo metálico contra sua mão.
Algo redondo e gelado.
Sophia começou murmurar.
Não conseguia entender nada, puxou a mão.
Mas sentia as pernas falharem.
Soltou um grito de dor.
_ Solta ela!_ Maureen tinha os dentes trincados.
Sophia soltou a mão deixando Ana cair no chão.
Viu a mãe colocar algo brilhante no pescoço e tudo se apagou.
Só sentia a dor.

DarkWoods - Livro dois Onde histórias criam vida. Descubra agora