DarkWoods - Livro dois

Natal em DarkWoods

Elizabeth

A neve caía em DarkWoods. Todas as casas enfeitadas, luzes por todas as praças. E bruxos por toda a parte. Já faziam dois meses desde que eles haviam se estabelecido em um sítio para o treinamento de Nicholas. Elizabeth olhou para os lados e viu o demônio andando ao seu lado. Parecia de mal humor com todo o clima natalino. Sua avó tinha deixado uma adaga de madeira repleta de símbolos para ela de livrar do demônio. Mas somente Selena tinha o conhecimento para usar a arma. Sem ela, Elizabeth teria que conviver com o demônio. Auguratricis tentou detectar ela usando objetos de Bellona, mas Auguratricis não sentiu a magia de Bellona em lugar algum. Isso presumia que ela estava morta. Damra chorava dia e noite por isso.
Ela parou de frente a uma loja de objetos natalinos. Lilian tinha lhe dado uma lista do que comprar. As únicas pessoas que podiam sair do sítio eram Abbie, Niara e Elizabeth. As únicas que não tinham presença mágica. Eric, como havia ido embora, ainda não deu notícias de onde estava. Só disse que estava bem.
Niara a aguardava na porta da loja. Não usava nada mais que um sobretudo preto.
- Não sente frio? - Elizabeth brincou, mas já sabia a resposta. A mae estava morta, literalmente.
- Você também não sentiria se você igual a mim. - Niara sorriu e as duas entraram na loja. - Meu empresário ligou. Três nova propostas para filmes.
- Por que não vai? - Elizabeth disse. - Não perca seu sucesso por mim e nem por tudo que está acontecendo.
- Estou adorando viver no anonimato. - Niara pegou um gorro de papai Noel e colocou na cabeça de Elizabeth. - Ninguém sabe que estou aqui. Estão dizendo que estou morta. Se bem que isso é verdade.
Elizabeth riu e tirou o gorro da cabeça. Tirou do bolso a lista e pegou uma cesta. Aos poucos foi colocando tudo dentro do cesto.
- Acho tão desnecessário fazer um Natal com todos os acontecimentos. - Niara disse. - Já vi umas quatro bruxas hoje na cidade. Me olharam e perceberam o que eu era mas não fizeram nada.
- Por isso que Lilian está fazendo o Natal. - Elizabeth pegou um conjunto de bolas vermelhas e dourada e colocou no cesto. - É um momento para tentarmos esquecer tudo. Immitis pode estar tramando alguma coisa. Quando descobrirmos o que, Nicholas tem que agir.
- Nicholas. - Niara reprimiu uma risada. - E ai? O que anda rolando entre os dois pombinhos?
- Estamos namorando. - Elizabeth disse de uma vez. Não queria esconder o que ela e Nicholas eram. Ele tentava de dividir entre ela e Auguratricis. - Apesar do treinamento, ele e  eu estamos muito próximos.
- Ownnn. - Niara riu e Elizabeth também. A mae sempre a fazia rir. Até nos piores momentos.
- Niara. - Elizabeth se lembrou da dúvida que tinha. - Como você tem se alimentado?
- Normalmente. - Niara sorriu. - Eu não mato ninguém se é isso o que está pensando. Sugo o sangue até eles ficarem tontos. As vezes até compro um lanche para eles se fortalecerem
Elizabeth assentiu, aliviada.
Alguém bateu no vidro na porta. Elizabeth se assustou com a brancura de Abbie. Abbie foi se encontrar com a tia e descobriu que ela também era uma Alba. O nome de Abbie até é uma homenagem a criatura que Ema criou no passado.
Abbie levantou as mãos para mostrar as sacolas de compras. Abbie foi comprar a comida.
Elizabeth pagou as compras no caixa e saiu da loja. Abbie estava usando roupas de frio também. Ao contrário de Niara, Abbie era um tipo de criatura ainda viva.
- Temos que voltar antes de anoitecer. - Abbie disse pegando as chaves do carro e entregando para Niara. - Diriga rápido.
- Olha o jeito que fala comigo. - Niara pegou as chaves. - Já te falei como deve me chamar.
- Eu ja falei que não vou te chamar de Mestre Ni só porque você está me treinando.
- Pois devia. - Niara saiu andando e as duas a seguiram. Niara alugou um camaro preto.
- Bem discreto. - Elizabeth riu quando entrou no carro.

Ana

A casa estava vazia. Tinha poeira em alguns cantos.
_ Todos especulam nosso sumiço._ os saltos de Maureen faziam barulho no piso.
Ana tossiu quando chegou perto da janela.
_ O que eu falei?_ Maureen foi até ela.
_ É a poeira Maureen!_ Ana espantou a ajuda da irmã com a mão.
_ Não me diga._ Maureen revirou os olhos. Bateu a mão em uma cadeira e trouxe para se sentar.
Ana respirou fundo e se sentou.
_ Eu disse para não treinar muito ontem.
_ Mas se eu sou a caçadora então tenho que treinar.
_ Mas isso não vai durar muito. Eu vou caçar Sophia e pegar sua magia de volta.
_ Ela pode ter usado.
_ Christopher voltou para a Ordem. Disse que tem muitas bruxas na cidade e precisava ficar ali. Mas ele me garantiu que iria ficar de olho em Sophia.
Maureen foi até uma pequena mesa e  pegou um retrato e foi até Ana.
_ Isso já faz dois meses?_ Ana murmurou.
Christopher havia tirado elas da floresta.
Tinham alugado uma casa afastada e trazia remédios todos os dias para ela. Mas mesmo assim a fraqueza persistia.
Depois do movimento de bruxas, ele sumiu. Ela o via muito pouco. Maureen e Ana se viraram para treinar.
Treinavam todos os dias.
Maureen com mais intensidade mas Ana tentava acompanhar.
_ Acho que vai ser o primeiro natal sem ele._ Maureen mostrou a foto.
Ela com o cabelo maior e Maureen também.
Tinha um sorriso maior que o mundo. E Daniel no meio das duas.
_ Você já passou natal longe de dele._ Ana pegou a foto.
_ Mas ele não estava sumido. Estava aqui.
Vivo. Eu não sei se ele está vivo.
_ Claro que está._ Ana a olhou.
_ Anabelah disse que ainda procura._ pôs o retrato em uma sacola.
_ Acho que está com outras pessoas._ Ana se levantou.
Com cuidado foi até as escadas.
_ Gostaria de saber "quem"._ Maureen saiu da casa com uma sacola.
Ana olhou em volta.
_Quer dar uma olhada antes?_ Maureen indicou a porta aberta.
_ Vamos embora.
Maureen assentiu.
_ Ok. Está dentro do carro tudo que precisamos.
Ana deu uma olhada na casa.
Saiu pela porta sem olhar para trás.
Maureen fechou a porta e foi até o carro.
Entrou  junto de Ana.
_ Belah ligou nos chamando pra passar o natal com ela._ Maureen ligou o carro.
_ Só quero esquecer tudo. Voltar no tempo.
_ Duas._ Maureen suspirou seguindo em frente.