O Mistério da Floresta Negra

Capitulo 13: Fim

Trilha sonora da história acima!

Narrado por Victor

– Não podemos a deixar Erick! – André grita tirando seu braço do aperto de Erick.

– Concordo – digo automático segurando Anne no colo.

– Olha eu quero viver. Ela mesma pediu para irmos, estou sentindo um ódio imenso dela sério, por mim a jogava no rio de lava – o olho com reprovação e posso perceber André apertando as mãos – Você pode ir André, já que ela é sua irmã, mas pensa a Vivi morreu por causa dela e você Victor? Pensa na Anne tem que tira-la o mais rápido daqui, imagina o quanto essa menina está traumatizada depois de tudo isso...

Erick ia terminar de falar quando uma espada atravessou seu peito fazendo o coração ficar na ponta da mesma, Anne olha a cena horrorizada e coloca seu rosto em meu pescoço envolvendo me em um abraço.

– Corre – escuto André dizer baixinho enquanto Lucy avança em cima dele.

Corro o mais rápido que consigo sem olhar para trás, completamente assustado posso sentir minha pulsação descompassada e meu corpo bombeando mais sangue que o normal para o meu coração. A cada pisada do meu pé posso ver camadas de terra levantando por causa da correria. Escuto o grito esganiçado de André, penso em parar, mas continuo correndo. Preciso proteger minha filha a todo custo!

Um vento gélido me envolve enquanto a minha volta é tomada por grandiosas árvores, o gosto da chuva invade minha boca e molha meu rosto e eu agradeço aos céus por isso, olho a minha frente e posso ver uma abertura direcionada diretamente a uma estrada, a mesma que usamos para chegar a fazenda, aumento mais minha velocidade, porém é tarde demais.

– Só falta você amorzinho – Lucy diz se aproximando de mim – Eu sempre te amei sabia, mas você sempre pensou na Eliza, sempre percebi você toda noite ligando para ela – os olhos vermelhos de Lucy se enchem de lágrimas – Eu só queria que você me amasse de verdade, até peguei essa criança inútil em um orfanato, custou achar uma garotinha que parecesse comigo, tive que incrementar o DNA dela.

– Do que você está falado sua louca? – indago quase gritando enquanto aperto mais Anne no meu corpo.

– Ela não é nossa filha, tive que fazer alguns experimentos para que ela se parecesse com nós então não sei o que vai acontecer com seu corpo frágil – ela se aproxima mais de mim e posiciona a espada em minha barriga – Veja pelo lado bom, vão morrer juntos!

Fecho os olhos ao vê-la sorrir pronto para receber o golpe.

– Victor vai! Corre antes que as sombras venham, eu seguro ela enquanto isso! Sai daqui! – escuto a voz de Eliza e olho para o lado.

A vejo em cima de Lucy, ela soca o rosto de sua irmã diversas vezes até que ela desmaie.

– Vamos Eliza! Não vou sem você! – grito tentando me aproximar.

– Estou atrás de você – ela se levanta.

Volto a correr acompanhado de Eliza, mais um pouco. Só mais um pouco...

Jogo-me na pequena abertura envolvendo mais Anne em meus braços, sinto meu coração desacelerar aos poucos.

– Conseguimos pequena – digo afagando os cabelos loiros de Anne – Você viu Eli! Conse...

Olho para os lados e não vejo ninguém.

– Eliza?! – levanto devagar e coloco Anne no chão que esta completamente fraca.

Olho pela abertura e a vejo chutando algumas sombras, Eliza me olha e tenta vir em minha direção, porém é segurada pelo pé por Lucy. As sombras começam a crescer e tornarem-se mais assustadoras que o normal enquanto voam rapidamente em minha direção, ajoelho no chão sem forças.

Olho para Eliza que segurava uma pedra vermelha nas suas mãos.

– Eu te amo... – leio seus lábios antes da enorme floresta desaparecer em frente aos meus olhos.

– Eli? – pergunto com a voz embargada pelo choro.

– Papai precisamos ir – Anne diz apoiando suas mãos nos meus ombros – A mam... Digo a Lucy, vai voltar e precisamos fugir logo.

– Não posso fazer isso – falo baixinho colocando as mãos no rosto.

– Papai por favor – Anne diz docemente. A olho e posso perceber que ela está um pouco maior com aproximadamente dez anos.

– Mas o que?

Narrado por Eliza:

– Como você se atreve a fazer isso sua... – Lucy grita e pisa com tudo nas minhas costas.

– Ahhhh – grito sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

– Fiquem ai – olho para frente após a fala de Lucy e vejo as sombras pararem de se aproximar de nós – Você deve estar achando que me venceu né – ela se senta ao meu lado e levanta meu queixo fazendo-me a olhar.

– O que aconteceu com você? – pergunto sem forças tentando levantar.

– Você quer saber? Vou te contar então – ela diz sorrindo, ela se levanta e começa a fazer uma encenação esquisita – Nossos pais, nossos amigos, nossa escola... Todo mundo só amava você, eles sempre lembravam de você e me esqueciam... Quando era seu aniversário todo mundo te chamava para sair, te davam presentes e no meu? Ninguém se lembrava se você não falasse – Lucy começa a andar de um lado para o outro e a posso sentir perturbada – Sempre foi assim Eliza! Até que a escuridão me acolheu, as vozes me contaram que você tinha poderes, que era uma bruxa de gelo – ela começa a gargalhar sem parar – Isso foi hilário, mas era verdade. E novamente fui deixada para trás, você foi a escolhida, você nasceu como a perfeitinha. Então eu consegui me comunicar com Ava, e ele me deu os poderes que eu precisava, o domínio das sombras e das almas mais perturbadas, em troca de eu conseguir o mundo todo para ele, no começo achei impossível, porém depois dos duros treinamentos durante a noite eu percebi que posso fazer o que quiser – ela enfia sua mão em uma das sombras e esmaga seu coração a fazendo desaparecer – Eu tenho tudo agora irmãzinha e você não tem nada, você perdeu tudo Eliza tudinho. Você se sacrificou para salvar o Victor e aquela garotinha inútil né – ela olha para onde estava a abertura de antes – Só que você esqueceu que sou uma bruxa – das suas mãos sai uma fumaça vermelha que se dissolve no ar – Essa floresta é apenas uma miragem, é só veem quem quer que eu veja, e nesse momento não quero que o Victor a veja, quando eles respirarem isso, se é que ainda não respiraram né, eles vão se esquecer de você.

– Você é completamente maluca Lucy – digo a olhando com ódio.

– Não me olhe assim irmãzinha – ela coloca as mãos fingindo estar sentindo dor – Brincadeirinha olhe como quiser, eu sempre te olhei com ódio também – ela se agacha em minha frente e novamente segura meu queixo passando sua enorme unha vermelha na minha bochecha direita, sinto uma ardência enorme e um liquido quente escorrer até minha boca – Isso é para não se esquecer mais de mim.

Lucy levanta e se vira indo em direção a abertura de antes que novamente aparece.

– N-Não...

– Aquela pedrinha que você destruiu é fácil fazer outra, rapidinho, com ela posso ir e voltar daqui. Para você ver que não sou tão ruim vou te deixar viva, aí você pode se defender e tentar sair, agora com licença tenho um mundo para dominar e um rei para achar, bons sonhos minha pequena e doce irmãzinha Eliza...

Lucy desaparece rapidamente na abertura, enquanto as sombras em volta cantam a mesma música de Lucy alegremente se aproximando de mim.