cool ◈ lrh + mgc [c]

epílogo

A sineta da porta tilintou, um som não tão agudo quanto o que soara há três anos por conta da ferrugem. Porém, o cheiro que invadiu as minhas narinas continuava o mesmo.

O rosto daquela curiosa mulher ainda continuava o mesmo.

Sem nenhum sinal diferente.

Mesmo depois de tantos anos...

Espera, o quê!?

Balancei a cabeça levemente, tentando me livrar de alguma lembrança desconhecida para a minha mente.

Loja esquisita.

Lugar esquisito.

O cabelo, agora curto e rente, não balançou quando seus olhos castanhos capturaram os meus.

Aquela mesma sensação, de não entender o que estava acontecendo, assim como na primeira vez em que eu trocara uma palavra com ela, me consumiu.

E então eu não conseguia lembrar o motivo para estar ali.

— Vejo fumaças saindo pelas suas orelhas, Michael. — Brincou, as maçãs do rosto altas e um sorriso divertido. — Não force o seu cérebro desse jeito. Irá precisar dele descansado mais tarde.

Eu perdi a habilidade de falar. Ela me assustava de um jeito absurdo, como se soubesse tudo o que iria acontecer. Tivesse consciência de cada ação que eu faria.

Previsse, até.

— E quem disse que eu não sei? — As sobrancelhas marcadas arquearam-se e eu dei um passo para trás. — Aproxime-se, por favor, docinho.

Eu andei.

Simplesmente andei, sem sequer cogitar, apoiando os dedos no balcão. Forcei minha boca a abrir e minhas cordas vocais a funcionarem, formulando uma pergunta da qual eu provavelmente não precisaria falar, sendo a única coisa fixa em meu cérebro em meio àquela confusão.

— Por que eu estou aqui?

— Na Terra? Nesta linha temporal? Neste Universo e não em outro paralelo?

— Não, — neguei com a cabeça para reforçar o quão mais perdido eu me sentia ficar — aqui na Voodoo Breath.

Madame Ashley soltou um "ah" não muito satisfeito, espalmou a mão na madeira e se aproximou dos meus olhos.

— Porque o destino quis assim.

Uma risada exasperada escapou de minha garganta.

— E por que o "destino" quis assim?

— Porque quando as coisas são para acontecer, elas acontecem. Cada um tem o seu destino através de todos os anos vividos, guiando você para um objetivo, em sua maioria compartilhando o mesmo destino. — Ela suspirou. — Que fará de tudo para isto acontecer. Nem que por anos, nem que por meses, nem que por dias ou apenas algumas horas. Nem que não seja em uma só vida. Nem que, no fim de tudo, ele não acabe com você, afinal, existe o destino de outras pessoas por aí. Nem que vocês destruam um ao outro e você mande-o para a insanidade. Ao menos por um momento, vocês terão se amado. Ao menos por um momento, o seu destino terá feito você cumprir o seu objetivo. Mesmo que nem sempre você me veja quando está com ele.

Respire fundo.

— Vocês são meus. Eu sou responsável por vocês.

Não trema as mãos.

Respire fundo, mesmo que ainda sinta a cocaína rodando pela sua via nasal. Espera, o quê!?

Eu nunca usei cocaína.

— Você apenas não se lembra. Assim como não se lembra de tocar em mim em uma certa noite dos anos oitenta...

Faça parar o tremor em sua perna, faça parar a sensação de que ela está queimando.

Eu nunca me queimei.

— Isso é tão... — A mulher bateu uma mão contra a outra, apreciando minha confusão. — Plot twist? É assim que se fala atualmente?

Ela é louca.

Eu não sou louco.

— Se você soubesse o quanto eu tive de escutar essa frase e ainda ser chamada por um nome ridículo que o seu namoradinho inventou...

Eu travei. Mas o meu cérebro começou a funcionar, como engrenagens cheias de óleo.

— O "ele" que você falou é Luke? — Questionei. Ainda travado.

— Finalmente, docinho! — Um sorriso de orelha a orelha estendeu-se por seus rosto. — Dê-me suas mãos.

Não me mexi.

— Dê-me suas mãos. — Repetiu, dessa vez autoritária. E eu obedeci, agora sabendo o porquê. — Olhe em meus olhos. E nao desvie.

Seus dedos entrelaçaram-se aos meus esticados. E, naquele exato ponto da cidade, ela sorriu.

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FLEIX ANO NOVOOOOOOOOOOOGA LERAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ISSO AQWIU LOOGO A SEGUIR FOI ANTES DO ANO NOVO ENTAO É DESUCPLAP

E COOL ACABOU HAHAHAAHhahahahah boatos que esse prólogo continua em succubus. e que aí, quem não pegou ainda o que acontece por trás de todas as histórias, terá uma resposta mais clara.

Obrigada para quem acompanhou e me acompanha nesse mundo doido das fsnfics. Perdoem-me qualquer coisa e lembrem-se de que vocês são maravilhosos.

Beijinhos, eu amo vocês.

Feliz Ano Novo.

Com todo o amor do mundo, Julia.