2.Inferno doce Inferno

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Sigo para a sala ao lado para encontrar minha parceira, todo feliz, mas ao mesmo tempo perdido, sem saber ao certo como chegar, nem o que dizer. "oi" não isso é muito simples, "olá eu sou o Joshua" parece meio bobo. continuei andando olhando para o papel, quando uma voz doce interrompeu meus pensamentos:

— Com quem saiu? Parece que todo mundo já tem um par — falou Maribel sorridente.

Jamais havia visto ela sorrir, jamais havia visto um sorriso tão lindo.

— Ma-Mari... Você... Sai com você — gaguejei sem saber ao certo como reagir.

— Vamos então, temos um dia para passar juntos — falou enquanto me puxava pelo braço.

Eu nem tive reação, apenas deixei que me puxasse, apenas deixei que a garota mais linda do mundo me levasse para seu mundo, aliás, quem não deixaria ?!

— Pra onde vamos ? — Perguntei enquanto corria.

— Para o jardim, o melhor lugar daqui — respondeu indicando uma porta.

Paramos aos poucos de correr, chegando a grande porta de vidro, os caquinhos da vidraça formavam imagens de santos, ou divindades, provavelmente, aquele lugar havia sido uma igreja a um tempo atrás, ou pertencia a uma. O jardim era um lugar enorme, dividido em partes, uma delas com muitas rosas, outra com flores variadas, a melhor parte era onde havia uma árvore com um banquinho em baixo, provavelmente uma mangueira ou abacateira, era difícil saber.

— Venha sente aqui — falou a doce voz de Maribel.

Sentei-me ao seu lado, enquanto ela me encarava fixamente.

— Você é meu vizinho, poque nunca falou comigo ?— perguntou-me, colocando o cabelo atrás da orelha.

— Bom, eu não sou muito bom em fazer amizades, principalmente com meni...— calei-me.

— Meninas ? Tudo bem, finja que sou um garoto. — falou sorrindo.

— Nã-não prefiro assim — sorri também, recompondo-me do gaguejar. 

Ela novamente colocou o cabelo atrás da orelha, mas desta vez olhando para o céu, perguntou-me:

— Aê, porque cê tá aqui ?

— Bom, minha mãe me inscreveu, não tive muita opção — respondi, um pouco mais à vontade.

— Só eu farei perguntas ?— cutucou-me.

— ha-ha, foi mal, então, porque você tá aqui ? — perguntei, olhando para cima também.

O céu estava realmente incrível.

— Meus pais acham que posso acabar me matando — falou com voz de zombaria.

— E você pode ? — encarei-a fixamente.

Ela balançou as pernas no banco, olhou para mim e disse:

— Você permitiria que me matasse ? — falou sorrindo, com um sorriso maléfico.

— Claro que não, quem seria louco?! — respondi levantando-me.

— Como dizia o "Chorão" "Só os loucos sabem" — respondeu sorrindo.

Ela se levantou, e começamos a andar pelo jardim, mas agora um silencio tomava conta do lugar, ela começou a saltitar, e cantar um lálálá perturbador, comecei a realmente acha-lá louca.

— Me acha louca ?— perguntou-me, parando em minha frente.

Como era possível, ela  parecia ter lido minha mente, eu sem saber o que responder, perguntei:

Espectro da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora