- Quando você quiser! – Falou uma voz masculina atrás dela.
- O que? – Lilian deu um grito e perguntou assustada. Não tinha percebido que tinha mais alguém ali no elevador e nem que estava de olhos fechados respirando fundo.
- Desculpa, não queria te assustar. – Falou o homem com uma cara de preocupado. – É que você está bem na frente dos botões do elevador, desculpa. Sou novo aqui e quis fazer uma brincadeira com você, mas poderia ter falado de outra forma. –Ele parecia estar muito sem graça pelo acontecido, fazendo isso fez com que Lilian ficasse ainda mais envergonhada da sua loucura.
- Não, não, me desculpe eu. É que as vezes fico com um pouco de medo de elevadores.
"Oi? Que desculpa é essa? Fala sério! Se esse o cara estava me achando maluca antes, agora ele tem certeza! " – Pensou Lilian.
Ela olhou bem nos olhos daquele desconhecido, sentiu algo por dentro, era como um frio, um gelo, como se ele estivesse a capacidade de ler através dela, descobrir todos os seus segredos. Por mais que aquele olhar fosse frio, ela sentiu uma certa segurança, uma certa proteção, e percebeu que ele continuava olhando para ela com um sorriso simpático no rosto.
Aquele rapaz, novo ali como ele mesmo disse, era lindo, lindo demais. Ele era alto, alto de verdade! Tinha cabelos bagunçados e escuros, quase pretos. Tinha um rosto bem masculino, com traços marcantes e muito bonitos. Ele era um homem muito marcante, tinha um rosto quadrado com o maxilar largo, seu cabelo era de um castanho escuro que acompanhava seus olhos e sobrancelha. Sua pele era bronzeada, como se não estivesse a muito tempo naquele tempo frio como os demais.
Algo dentro dela começou a se mexer, o coração continuava batendo forte, mas dessa vez não era de medo e sim de excitação.
- Será que agora eu posso apertar o meu andar agora? –Perguntou o rapaz ainda sorrindo, estava achando graça do jeito perdido que Lilian estava naquele momento. – Ou prefere que a gente suba de escadas? Será que os elevadores daqui são muito perigosos?
- Não, não, perdão! Qual andar? – Perguntou Lilian, sentia que o seu rosto estava pegando fogo! Devia estar muito vermelha, o que acontecia com frequência quando estava envergonhada e sem graça.
- Eu vou para o... 4º andar. – Disse o rapaz depois de olhar em um papel que segurava.
- Ah legal. Está indo para a revista? – Perguntou Lilian.
- Sim. Hoje é o meu primeiro dia, você também é de lá? –Perguntou percebendo que ela não apertou nenhum outro botão além do 4º andar.
- Sim, sim. Escrevo para um site feminino da Nova Vida, se chama Vida para dois. Já ouviu falar?
- Claro! Você é a blogueira que fala de relacionamentos, não é?
- Na verdade sou jornalista. – Lilian odiava ser chamada de blogueira, ela tinha estudado muito tempo para poder ser chamada de jornalista.
Ela era uma garota que sempre teve a vida difícil, seus pais faleceram quando tinha 10 anos em um acidente de carro, com isso ela passou toda a adolescência sendo criada pelos avós de parte de mãe.
Eram um casal muito querido e simples, porém que pela idade só recebiam a aposentadoria e não podiam esbanjar muitos luxos.
Com isso ela teve que estudar a vida toda em escolas públicas, ganhando suas roupas e sapatos das doações da igreja que sua avó fazia parte. Aquelas que não tinha jeito e precisavam comprar sempre eram do modelo mais simples e barato que existia.
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A próxima fase - A guerra dos anjos
FantasyCOMPLETO - Lilian escreve todos os dias para uma coluna de relacionamentos de um jornal local. Sem entender o sentido da sua vida, não tem perspectivas para o futuro. Até que em uma ma-nhã seu mundo muda completamente, se depara com Fátima, uma mend...