Capítulo 4

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Lilian estava sentada nervosa na sua cadeira, parecia que cada minuto demoravam uma hora, já eram 15h46 e Vinicius ainda não tinha trazido nenhum tipo de retorno sobre os dados do filho da Fátima.

Seu estômago estava nervoso e parecia que existiam muitas borboletas na sua barriga. Até parecia que ela era a Fátima, esperando pela resposta de outra pessoa para poder reencontrar o seu filho e sair da rua.

Claro que existia uma outra hipótese, do Vinicius na verdade não conseguir contatar o filho de Fátima e com isso Lilian ter um problema de não saber o que fazer com a senhora.

Mas já tinha pensado nisso, levaria a senhora para a sua casa nessa noite, tem um quarto de hospedes fechado, limpo e arrumado que ela poderia usar. E no dia seguinte pensaria em alguma coisa, ou cuidaria da senhora, ou conseguiria algum lugar para deixa-la até conseguir um contato com o filho. Mas para isso teria que convencer a senhora a passar o nome completo para que ela pudesse procura-lo pelas redes sociais.

Olhou novamente para o relógio, 15h50. Se levantou, foi até a mesa de Paty.

A amiga estava freneticamente escrevendo uma coluna que a chefe tinha pedido para revisar.

- Quer ajuda? O tempo não está passando lá na minha mesa. – Falou Lilian.

- Ah quero sim, poder ler minha coluna até agora? Aquela bruxa mandou eu mudar tudo. Dá para acreditar? Ela disse que já usamos muito gengibre essa semana e queria que eu trocasse por limão, segundo ela ouviu que ele faz milagres.

- Me conta uma coisa Lily, - continuou Paty inconformada, - quem fez Nutrição? Eu ou ela? E porque diabos ela não me disse isso no começo da semana? Eu já teria feito tudo com limão e não gengibre!

Lilian começou a gargalhar da raiva da amiga, toda a vez que Paty ficava nervosa falava sem parar e rapidamente.

- Mas ela me aguarde, vou guardar essa matéria para usar daqui a dois meses. Quer apostar quanto que ela vai adorar? –Falou Patricia nervosa sem parar de escrever e sem olhar para o lado.

Lilian riu, fez algumas correções gramaticais para a amiga e alguns comentários de frases que achava que ficaria melhor. Sabia que quando a amiga ficava nervosa ou quando era contrariada ela acabava ficando com uma certa dificuldade de escrever.

Terminaram e já era 16h23.

Patricia se espreguiçou, levantou da cadeira e falou animada.

- E aí minha boa menina Lily, agora que estamos sozinhas me conta, que ideia foi aquela de ajudar a velha?

- Eu tinha certeza que você não tinha ficado tão emocionada e animada como pareceu no almoço. – Disse Lilian rindo e olhando para a amiga. – Eu não sei porque fiz o que fiz, mas alguma coisa me fez ajuda-la.

- Porém eu vou te dizer uma coisa Paty, para mim foi um aprendizado. As vezes reclamamos tanto da nossa vida, dos nossos problemas e quando vemos uma pessoa como a Fátima, contando sua a história, que claramente é pior do que tudo que já passamos, e ainda assim muito animada, dá uma certa vergonha de não ter forças, sabe?

- Sei sim, eu só estou brincando boba. Claro que fiquei emocionada, mas é que só com você posso fazer minhas brincadeiras sem você achar que eu sou sem coração.

- Eu sei. Eu vou lá no Vini para ver se ele tem alguma novidade do caso, quer vir comigo? –Perguntou Lilian.

- Vamos! – Disse Paty animada, fazendo com que Lilian ficasse em dúvida se a animação foi por conta de ter mais um motivo para ver o Vini ou se foi porque a amiga estava mesmo interessada na história.

A próxima fase - A guerra dos anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora