III. Mirandum

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Lørdag, 14:20

Surpresa.

Um sentimento de reação relativo a um acontecimento inesperado. É uma emoção básica, que tem a especificidade de poder ser percpecionada pela pessoa como uma coisa positiva ou negativa, dependendo da forma e conteúdo que lhe deu origem por um lado e das expectativas ou situação em que o pessoa se encontra. Uma surpresa sendo uma coisa boa, pode ser quando você descobre que irá viajar para o exterior ou que irá em algum show. Uma supresa ruim, é quando você sofre algum tipo de decepção. Uma notícia não muito boa.

E quando Christoffer abriu a porta de sua casa dando de cara com o seu melhor amigo que vivia em Londres, esse foi o sentimento que ele sentiu. Christoffer ainda não acreditava que ele realmente havia voltado. Ele pensava que tudo não passava de um sonho. Ou um pesadelo. Ele não entendia o que havia acontecido, mas sabia que era algo a ver com Noora. A loira que William fora apaixonado, desde o segundo semestre do último ano. Ele se lembrava todas as vezes que William havia dito dela para ele, o que chegava a irritar o rapaz.

— Você voltou por causa da loirinha?

     Ele perguntou enquanto se sentava no sofá ainda tentando assimilar tudo. Mesmo no primeiro ano, William sempre foi pior do que Christoffer. Ele ficava com várias garotas praticamente em todas as festas. Fora nessa época que os dois garotos começaram com o russbus. Ele se juntou com alguns amigos que já haviam e criaram os penetrators. Nessa época, Christoffer ainda não tinha um histórico longo com meninas. Fora nessa época que ele havia começado a namorar Iben.

— Sim.

    William disse fazendo com que o garoto voltasse a realidade.

— Você a ama?

Christoffer sentiu a pergunta estranha sair de sua boca. Esse não era o tipo de coisa que ele falava. Até mesmo, o amigo vindo de Londres o olhou. William se perguntou se ele se importava com isso, mas logo afastou esse pensamento. William conhecia Christoffer tempo demais para isso acontecer. Ambos sabiam que as únicas coisas que ele se importavam eram com festas e com garotas.

— Foi por ela que eu voltei.

         O silêncio se fez presente no quarto. Ambos não sabiam o que falar ou o que fazer. Era tudo tão confuso. O fato de William ter voltado, só complicava ainda mais.

                             ❖❖❖

19:20

  Christoffer estava jogado no sofá da sala vendo tv. William havia decidido ficar no apartamento do garoto, já que o mesmo havia falado que sua mãe voltou com as viagens com o seu namorado, deixando-o a maior parte do tempo sozinho. Ficar sozinho era uma coisa que ele mais fazia, pelo menos a maior parte que estava sóbrio.

     William sabia disso. Ele sabia dos problemas que Christoffer tinha com os pais.

   Não era novidade para William que a mãe de Christoffer estava viajando. Durante o colegial, ela viajou a maior parte do tempo. Isso rendeu várias festas na casa de Christoffer. Mas, William sempre  soube que as festas eram um refúgio para Christoffer. Era o que fazia ele esquecer dos problemas.

   E ele começou a se envolver com garotas.

  Christoffer se tornou um fuckboy. O garoto mais desejado do colégio. O garoto que fazia garotas molharem as calcinha só de pensarem nele. Ele gostava dessa sensação. A sensação de poder que ele sentia em relação a garotas. Ele gostava de ver que quando ele passava, todas as garotas olhavam para ele.

Mas, isso não vem ao caso do que se passava na cabeça de Christoffer nesse momento. Quando o celular de William apitou, rezou para ser Noora quem tivesse mandado uma mensagem. Mas, não era. Christoffer havia postado uma foto com ele que havia tirado há poucos minutos atrás.

*Instagram*

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@ChrisSchistad: Olha quem chegou.

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00:20

Christoffer nunca pensou que a volta de seu melhor amigo iria trazer tanto problemas em só uma noite. Nesse momento, o garoto se encontrava jogado no chão tentando recuperar forças para se levantar do chão sujo e frio. Joseph, um dos Yakusa, estava praticamente espancando o Chris. Quando William recebeu uma ligação dizendo que os outros penetrators estavam com problemas, ele não esperou que fosse acabar assim. Pelo menos, dessa maneira.

— Chupa o meu pau. — Christoffer disse de modo arrogante irritando ainda mais o Yakusa.

      E mais socos rolaram. Joseph socou tanto Christoffer, que o moreno não tinha nem mais sangue para cuspir. Quando o rival finamente parou de bater, ele o encarou confuso. Tudo estava confuso. Ele não devia ter brigado com o Yakusa em primeiro lugar. E tudo isso por causa de garotas, festas e territórios. Quem fazia mais festas? Quem pegava mais meninas? Quem era o mais popular? Todos sabiam dessa resposta. Afinal, quem não sabe quem é Christoffer Schistad?

— Fique fora do meu caminho, Schistad.

     O garoto foi embora deixando Christoffer sozinho e completamente imóvel no chão. Ele estava no meio da cidade e longe de sua casa a ponto de ter que pegar um ônibus para a mesma, já que seu carro estava danificado deixo ao Yakusa. E então, ele fez o que qualquer pessoa sensata faria. Ele se levantou e se lembrou que tinha uma pessoa que morava ali perto. Uma menina de cabelos ruivos e pele clara, que apesar dele tratá-la como uma menina qualquer, ele sabia que ela significava muito mais do que isso.

    Mesmo que ele não admitisse.

— Só mais alguns passos, Chris. — O garoto disse baixo. Parecia que quando mais andasse, mais ele sentia todo o seu corpo se contrair. Tudo doía. A única coisa que não doía nesse momento era o seu dedo do pé, que foi só pensar no mesmo que ele começou a doer também. Havia levado tantos socos, pontapés, chutes e até mesmo tapas. Ele tentava não pensar em como foi parar naquele beco sozinho, mas provavelmente deve ser devido a ligação que William havia recebido alguns minutos antes. Maldito seja.

Quando menos esperou, Christoffer chegou ao seu destino. Uma casa de classe média, diferente da sua. Não que ele se importasse, afinal naquele momento, a única coisa que ele se importava naquele momento era que a menina lhe ajudasse. Afinal, eles tinham história. Não era uma história linda, mas não deixava de ser uma história. E parte dele, gostava dela. Se aproximou da campainha e a tocou esperando que alguém atendesse a porta o mais rápido possível.

A porta foi aberta.

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