Inveja? [Capítulo 16] - capítulo repostado

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*Olá pessoas, o capítulo foi repostado, com alguns acréscimos.  

Havia dezenas de pessoas correndo pelo estúdio, preparando tudo para o ensaio fotográfico que começaria em instantes. Ao meu lado Mickey esperava ansioso, seria seu primeiro trabalho como modelo é ele não tinha experiência nenhuma com esse tipo de coisa. George tentava acalma-lo, explicando como ocorreria tudo e fazendo milhares de promessas.

Eu ainda não havia digerido toda essa história. Mickey estava realmente animado com as possibilidades que poderiam surgir. Eu não queria parecer egoísta, nesse momento eu deveria está alegre por ele, torcendo para que desse tudo certo. Mas ainda me sinto ressentido como as coisas aconteceram com Mickey. Pensar que meu namorado sendo exposto a outras pessoas, me traz um grande desconforto. Porém Mickey não estava disposto a me ouvir. Ele estava disposto a levar aquela história para frente, então eu tentava fingir que não sentia ciúmes de toda a situação.

— Você está pronto, Mick? – perguntou George, pegando na mão de Mickey.

— E Mickey! – disse com o cenho franzindo. Ambos olharam para mim. — O nome dele é Mickey!

— Não me importo que me chamem de Mick. – Mickey sorriu e seguiu George.

Franzi o cenho. Apenas eu e os amigos dele o chamava de Mick. George sorriu, apoiando uma das mãos nas costas do meu namorado, conduzindo-o até o local onde as fotos seriam tiradas.

A sessão durou pouco mais de duas horas. Mickey estava adorando a atenção que estava recebendo, ao ponto de praticamente não olhar em minha direção, mesmo durante os pequenos intervalos entre as fotos. Ele nem ao menos percebeu meu mal humor, ou o meu ressentimento com o seu descaso. Optei por desligar minha mente até que aquela sessão terminasse ao ser ignorado pelo meu namorado.

— Vamos comemorar na casa do Dog. Ele disse que a Mary Jane chegou essa semana. – disse Mickey enquanto colocava um dos braços em torno de mim.

— Eu vou para casa! – minha voz saiu mais rude do que eu pretendia.

— Pensei que você queria fumar um pouco. – ele se afastou o suficiente para ver meu rosto. — Qual e o seu problema?

— Só quero ir para casa. - eu não queria ter aquela conversa ali, não me parecia o momento certo, mas Mickey estava disposto a continuar.

— Você está diferente desde a festa do George. – ele bufou. — Não posso acreditar que você está com inveja.

Fiquei boquiaberto. Qual era o problema dele? Mickey estava tirando onda com o trabalho novo as minhas custas e ainda tinha coragem de dizer na minha cara que eu estava com inveja.

— O que? Inveja? – empurrei Mickey.— Não.

— Você não gosta do fato de eu ter me dado bem. – ele gritou. — Eu pensei que você iria me apoiar.

— Você não tem me dado atenção depois que George o convidou para tirar essas fotos. Praticamente me abandonou aquela festa e pensa que eu tenho que ficar feliz com essa situação? – segurei as lágrimas que se formaram em meus olhos. — Não quero ter essa discussão. Diferente de você, Mick. Não quero dizer nada que possa magoa-lo.

Deixei Mickey sozinho e fui embora para casa. Sentia-me péssimo por toda aquela situação. Não fazia tanto tempo que nós reatamos e nosso relacionamentos já estava entrando em uma nova crise.

Aquele momento foi um divisor de águas em minha relação com Mickey. O meu deslumbramento por ele somado a insegurança causada pelo descobrimento da traição de Kyler, me deixou submisso a um cara que estava interessado em mim, apenas quando lhe era conveniente. Mickey não era muito diferente de outros babacas que passaram pela minha vida, eu só fui estupido o suficiente para me apaixonar por ele, quando meu coração estava quebrado. Mas eu ainda não sabia o que deveria fazer. Minha tolice fez acreditar que talvez as coisas poderiam mudar. Mas não mudaram.

Sentei em minha cama, quando cheguei em casa naquela noite, e as lágrimas que vinha prendendo escorrem por meu rosto. Comecei a acreditar que eu e Mickey não somos feitos um para o outro. Assim como Kyler. O egoísmo dele começava a me incomodar, algo que já devia ter acontecido a muito mais tempo.

Peguei o meu celular é não havia nenhuma mensagem ou ligação de Mickey. Eu não sei por que esperava que ele fosse se importar. Pelas atitudes de Mickey, eu começava a desconfiar de que ele nem ao menos me amava. Era horrível passar por essa situação, sem alguém com que pudesse conversar sobre. Eu estava completamente sozinho, com minha vida bagunçada e começando a ficar desesperado para começar uma vida nova.

Será que é o fim de tudo?

Eu precisava tomar uma decisão em relação ao meu relacionamento, mas meu coração estava divido. Terminar com Mickey me quebraria, não como acontecendo quando terminei com Kyler, seria algo ainda mais devastador. Meus sentimentos por Mickey era algo que não sabia explicar. Todas as vezes em que estavam juntos e bem, era como se ele injetasse adrenalina em minhas veias. Redescobrir o mundo quando o conheci, ele me mudou, fez com que eu pudesse finalmente dizer "foda-se" a todas as coisas que me incomodava. Continuar com ele, seria minha própria ruina. Não sei em que momento eu me tornei tão dependente de Mickey. Minha vida passou a depender dele em todos os sentidos. Algo de que ele estava se aproveitando sem que eu percebesse, ou melhor dizendo, sem que eu tomasse uma decisão coerente.

Escutei o som de vozes no andar de baixo e pouco tempo depois na fechadura da porta do meu quarto. Sequei minhas lágrimas depressa, antes da minha mãe entrar no quarto.

— Olá, querido. – disse ela, depois franzindo o cenho. — Está tudo bem?

— Tudo ótimo. – mentir.

— Você e o Mickey brigaram? – ela sentou na beira da minha cama, pegando minha mão.

— Foi um coisa boba, nada para se preocupar. – forcei um sorriso amarelo para minha mãe.

— Eu sei que você gosta desse garoto. Mas você tem certeza se ele é bom para você? Depois que o conheceu, você mudou muito e o vejo sofrendo sempre. – ela deslizou a mão sobre o meu rosto.

— Está tudo bem, mãe. Foi apenas uma briga boba. Vamos ficar bem.

— Nos dois sabemos que não está. - ela estalou a língua. — Mais cedo ou mais tarde você vai perceber o que realmente deseja. - minha mãe ficou de pé e caminhou em direção a porta.

— Mãe. - ela se virou para me encarar. — Obrigado! - eu não sabia exatamente o porque estava agradecendo, talvez por ela me oferecer um conselho quando eu não havia ninguém mais que o fizesse. Ela apenas sorriu e virou novamente. — Tem mais uma coisa... Eu já escolhi para qual universidade eu vou no próximo ano.

— Que noticia maravilhosa, David. - disse ela.

Assim que minha mãe me fechou a porta, peguei meu telefone sobre a cama e enviei uma mensagem de texto para Mickey, pedindo para que ele me ligasse. Não demorou muito para que meu telefone tocasse e a foto do Mickey abraçado a mim surgisse na tela.

— Me desculpe, príncipe. Por ser um otário contigo. - disse Mick, assim que atendi o telefone.

— Precisamos conversa, Mickey. 

Será Que é Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora