Sempre fiz tudo por todos, sempre fui usado ao máximo; tanto que ao chegar ao final do dia não tinha energia nem para pegar o cobertor. Amanhã é um dia especial para mim, amanhã completa dezesseis anos que eu venci a morte; a dezesseis anos atrás eu nasci com uma doença que poderia me matar, mas no final tudo deu certo e hoje estou aqui, exausto mas aqui. Amanhã tem a tão esperada festa, não será una festa grande, será uma festa apenas para os mais próximos, Lisa vai vir também, não há vejo desde os doze anos quando ela teve que ir embora, foi embora bem no dia em que eu me abri para ela, quando eu disse tudo o que sentia e entreguei uma rosa mas, era tarde de mais, as malas já estavam prontas e os pais dela já estavam no carro; ela só veio de despedir mas levou com ela uma parte de mim que nunca mais retornou.
Já era cinco da tarde e os convidados já estavam chegando, esperei um tempo ansioso até a campainha tocar e quando eu atendesse seria a garota dos olhos verdes que me inebriam quando os vejo, mesmo fazendo anos que não há vejo, ainda lembro de como seu olhar inocente era tão encantador, seu cabelo que nunca cortava era tão escuro e combinada com o tom pálido de sua pele. Parado pensando, escuto um barulho ensurdecedor, era a campainha tocando corri para atender mas não era Lisa, era meu tio chato que disse para minha mãe não convidar. Já era oito da noite, sem esperanças alguma de vê-la mais uma vez; caminho para a escada do andar de cima onde fica meu quarto, quando estou prestes a entrar no quarto e morrer nas minhas lágrimas a campainha toca novamente e lá de baixo minha mãe grita:
- Charlie! Vai atender a porta!
- Já vou! - respondi com desânimo e quem não queria mais fazer nada.
Ao atender a porta sou surpreendido por Lisa, quase nem a reconheci mais, ela agora está com o cabelo curto mas ainda está escuro, nem comentei nada sobre seu novo corte de cabelo para não parecer demasiado rude.
- Achei que não viria mais - dou uma risada desengonçada. Sem resposta só recebo um abraço e isso era tudo o que eu queria naquele momento.
- Feliz aniversário Charlie! - sua voz suave me confortava que eu podia relaxar e focar pensando na lei o dia todo.
- Obrigado! - agradeci pegando em sua mão e puxando para dentro sem dizer mais nada.
- Mãe a Lisa chegou! - grito da porta para minha mãe que estava na cozinha - vem ela tá na cosinha. - chamo Lisa para falar com ela.
Chegamos na cozinha e lá está minha mãe fazendo as comidas preferidas da Lisa, nem parecia meu aniversário e sim uma festa de boas vindas para Lisa.
- Oi tia! - Lisa vai em direção a minha mãe e a abraça forte assim como fez comigo - quanto tempo! A senhora continua linda como sempre. - Lisa adora elogiar minha mãe, ela sempre fez isso por gostar do sorriso que minha mãe dá ao ouvir os elogios.
- Obrigada Lisa! Aliás você também tá linda, cortou o cabelo? Menina ficou linda!
- Obrigada, pelo menos a senhora notou, acho que o Charlie nem lembrava mais de mim. - diz essas palavras e olha para mim e retruco:
- Claro que reparei, você ficou linda, só não disse nada antes para não parecer rude - fico com o rosto todo vermelho por elogiar ela já que não era mais segredo para mim o que eu sentia por ela.
- Charlie cadê seu pai? - pergunta Lisa.
- Não sei; mãe onde o pai foi? - jogo a pergunta para minha mãe já que não sabia o que dizer.
Minha mãe não diz nada mas seu silêncio já diz tudo, meu pai voltou a beber fazia quatro anos que não bebia; ele parou de beber por se tornar agressivo com as pessoas, minha mãe vivia com hematomas de espancamentos, já tive que esconder as facas de casa para ele não acabar matando ela.
- Vamos crianças! Hoje é dia de festa! - enxuga as lágrimas que não pode conter, sai com a bandeja para o jardim do fundo onde todos estavam.
A festa foi muito boa dançamos, Comemos e bebemos muito; meu pai ainda não tinha voltado para casa e já era duas horas da madrugada; Lisa ainda estava em casa ela vai passar o final de semana em casa.
Três horas da madrugada e finalmente meu pai aparece.
- Pai onde você estava? - tento falar com ele mas não tenho resposta alguma. Ele vai para o jardim do fundo, e lá está minha mãe limpando as coisas da festa, Lisa está ajudando ela, ele se aproxima delas sem que elas percebam e passa a mão en Lisa e diz coisa obscenas, eu sem pesar duas vezes ao ver a cena corri e dei um soco na cara dele que caiu fácil por estar bêbado, nada conseguia mais me tirar de cima dele. Eu bati tanto nele que o sangue em minhas mãos já eram mais previsíveis que areia no deserto; eu fiquei cego nesse momento até que Lisa consegue me tirar de cima dele, com sangue nas mãos e nos olhos já não me reconhecia mais.
Fiquei trancado no banheiro sentado na banheira, liguei o chuveiro e nem tirei a roupa, só quis ficar ali chorando e pensando.
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Me Desculpe, Lisa
רומנטיקהQuando não sabe mais o que fazer, Charlie resolve sair de casa e viver uma aventura com sua melhor amiga Lisa; drama e romance são as palavras que definem esses dois.