Arsonists

3.6K 425 110
                                    






─ O que você acha de Arqueologia? ─ Ava perguntou, mostrando a página lotada de imagens e textos informativos para Henry.

─ É tipo Tomb Raider? ─ Sorriu, inclinando-se para mais perto. Ela deu um tapa em seu braço, soltando uma gargalhada antes de tomar mais um gole de seu chá.

─ Você jamais sobreviveria uma profissão que fosse como Tomb Raider, Garoto Igreja. ─ Virando a página, se deparou com a sessão de história e história da arte. Faltava uma semana até o fim do período de inscrições em universidades e Henry nem sabia o que pretendia cursar.

─ O que você acha de Economia? ─ Ele levantou a brochura de uma universidade, mostrando imagens de números, mulheres exibindo vestidos elegantes com maletas nas mãos e homens em ternos com uma aparência que gritava dinheiro. Ava arqueou uma sobrancelha. ─ Eu fico muito bem de gravata.

─ Mas você não consegue nem fazer uma adição sem errar. ─ Esse foi o veredito dela, enquanto empurrava o que sobrara de seu bolo de chocolate em seu prato na direção de Henry. Ele pegou um garfo e terminou de comer em alguns segundos. ─ Não entendi a razão de não poder simplesmente escolher literatura. É isso que você ama, não é? Literatura?

─ Não me parece certo. ─ Henry murmurou, suspirando. ─ Tipo, eu amo literatura, mas não como uma profissão. Faço por diversão, sabe? Ler, pesquisar escolas literárias e tudo mais.

─ Por que você não tira um ano para viajar e se achar? ─ Ela indagou, virando-se para observá-lo. Os olhos verdes dele estavam focados nos lábios dela. Ava riu, acariciando as bochechas alvas dele com a ponta dos dedos.

─ Talvez eu faça isso. ─ Disse distraidamente, inclinando-se e juntando seus lábios aos dela.

Henry já havia beijado Ava diversas vezes, mas sempre parecia uma experiência nova. Talvez fosse pelo fato de que os lábios dela eram macios e tinham gosto de morango por causa do gloss, ou talvez fosse pelo fato de que qualquer contato entre os dois fazia o coração dele pular, ou talvez fosse pelo fato de que ela tinha tanta experiência que receber seus beijos acabara se tornando uma jornada espiritual. 

Ela colocou as mãos em seu peito, empurrando-o delicadamente para longe.

─ Nós estamos aqui para fazer planos para o seu futuro, não se beijar.

─ Mas beijar é mais legal.

Ava riu, virando a página na brochura enquanto escutava Henry suspirar.

─ O que acha de jornalismo? ─ Empurrou o livreto cheio de textos na direção dele. Assistiu enquanto ele lia mordendo o lábio inferior.

─ Interessante ─ deu de ombros, deixando um beijo na ponta do nariz de Ava. ─, porém realmente estou considerando fazer uma viagem antes de entrar na universidade. Algo para trabalho voluntário seria excelente.

─ Tudo bem. Fale com os seus pais e depois me conte o que eles acharam da ideia. ─ Ela fechou as brochuras e arrumou os panfletos em uma pilha sobre a mesa.

─ Agora a gente pode se beijar?

─ Agora eu vou trabalhar, porque o meu horário de almoço acabou. ─ Ela se levantou da cadeira, alisando o vestido preto justo que marcava suas curvas suaves. Henry passou mais segundos do que era apropriado observando o decote generoso. E então, ao erguer a cabeça, se deparou com um sorriso divertido de Ava. ─ Cuidado para não babar, Garoto Igreja.

Deus teria de perdoá-lo pelos pensamentos impuros, porque eles simplesmente não saíam de sua cabeça.

─ Que horas você sai?

Homewrecker (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora