... O Príncipe ...
Olá amigos leitores, meu nome é Alexandro, mas isso vocês já sabem, o que não sabem é que eu tive um amigo alguns anos atrás, seu nome era Adriano, talvez você já tenha ouvido esta mesma história por algum fofoqueiro exibido e sem noção do que realmente foi esta amizade. Sempre fui solitário, meus pais me criaram sempre afastado de todos, tinham medo de alguém se infiltrar e me sequestrar, coisas que podem acontecer aos filhos de grandes empresários, ao iniciar os estudo no sétimo ano, conheci Adriano, bem divertido e bem prestativo, sempre estava ao meu lado para defender dos outros, e sempre me procurava para estudarmos juntos em minha casa, e ali eu conheci um relacionamento completamente novo e mágico, antes dele eu não tinha com quem jogar os games, ver animes, filmes. Os banhos de piscina eram sempre um tédio, cercado por empregados de caras fechadas. Mas com o Adriano era diferente, ele sempre concordava comigo, dizia coisas legais não mentia... nos tornamos inseparáveis, creio que todos vocês imaginam como era a cabeça minha naquela época, eu era apenas um riquinho mimado que não tinha com quem brincar, e de uma hora para outra tudo mudou. Mas assim como muda para a fortuna nossa vida, ela pode também mudar para ruína. Quando estava terminando o oitavo ano, minha mãe faleceu, e com sua morte meu pai tomou conta da minha vida, e quando eu falo isso entendam que é a vida em todo seu sentido amplo da palavra, com isso muitas coisas fui obrigado a deixar de usar, a piscina não era mais permitido, as horas de games, eram tudo uma perda de tempo segundo a opinião do velho, e assim eu só tinha Adriano agora, mas ele não me queria, como eu o queria, eu sentia amor, era assim que eu falava para ele, que eu o amava, que era meu único amigo, ele ria e dizia que isso era coisa de veado, tentava explicar que não era desse jeito, mas ele não me escutava começou a parar de mim ver, dizia que tinha outras coisas para fazer, que iria ajudar a mãe, quando então me vi só, e então caminhando pelos corredores frios sem saber para onde ir e com quem brincar ou conversar, escutei alguns empregados conversando: "Coitado, agora que o pai tirou toda a diversão, o aproveitador se mostrou realmente como é e deu no pé.", e o outro completava: "No Inicio até eu pensava que eles eram namorados, você se lembra da preocupação do pai dele, com medo do filho ser gay, ficava resmungando pelos cantos com o senhor Carlos, que se o filho fosse gay, ele o desprezaria, preferia vê-lo drogado, queimando tudo com o vicio..." São palavras que ninguém esquece fácil, ou eu estou enganado, me digam. Foi nesse dia que compreendi tudo, Adriano era apenas um aproveitador, e ai eu aprendi, e comecei a observar nas outras turmas e depois no ensino médio, como eram os relacionamentos deles com eles, mas quando era comigo, sua forma de falar mudava, sempre estavam na defensiva, eram sempre gentis. Como confiar em alguém que só consegue olhar para sua roupa, seu brinquedos caros, seu chofer, seu carro, seu emprego... Ok entenderam onde quero chegar. Não me juguem, não posso aceitar logo de cara que alguém com bem menos condições do que eu possa ser uma pessoa honesta ao se relacionar comigo sem antes provar, não com palavras, com atitudes. Calma, não digo desonesta no sentido que seja ladrões, ou coisa pior, falo no relacionamento que não seja por interesse próprio. E assim quero provas de que esse Lucas Daniel não é só mais um Adriano, e vou provar que estou certo, e que não é apenas paranoia minha como todos querem me convencer.
.... ..... .... ....Acordei naquela manhã, de quinta feira, incomodado, o rosto do Lucas persistia, sua expressão era uma mistura de raiva e tristeza, ele me batia com muita força, suas lágrimas caiam abundantemente. O sonho tinha uma imagem muito nítida dele, porém o restante da imagem era desfocada, apenas o via chorando. Não conseguia para de pensar nele, e isso me irritava, pois já não bastava ter que vê-lo todo dia, e agora até em sonhos ele vinha me atormentar.
Na faculdade, me encontrei com Claudio e Afonso, meus colegas Brothers, na verdade era só uma forma de chama-los pois nunca deu muita confiança para eles, eram os únicos que ainda dava para ter como companhia ali. Fomos ao banheiro antes das aulas. Lá quando eu ia saindo com os Brothers, um carinha entra, acho que já o vi na minha sala, mas seu rosto não me é estranho, não importa, deu vontade de tirar uma com ele, e os rapazes pareceu ter a mesma ideia, e logo eles estavam provocando ele, ele falou umas coisas que não lembro, mas então me lembrei, era o amiguinho do Lucas, tinha certeza de ser ele, então resolvi chamar os Brothers para sair dali e deixa-lo em paz, mas nessa hora. Amigos leitores não é cena de novela, mas sabe aquele momento em que tudo parece cinematográfico, pois bem, foi uma visão quase que onírica, entro em cena o Lucas Daniel, com uma nova roupagem, bem vestido, não com roupas caras, mas estava digno de passar e não me irritar, seu cabelo moderno curtinho de lado e com tesoura no topete, destacava seu rosto magro e afilado, deixando-o mais limpo, sim tinha tirado a barba também, destacava sua cor morena clara. Da mesma forma que estou aqui me perdendo na narrativa descrevendo ele, eu fiquei lá também o observando, mas foi segundos até notar que estava sendo encarado por ele, tentei desfaçar meu espanto e sai com os caras. O deixei com seu amigo, e não lembro se ele falou alguma coisa. As duas imagens dele se conflitavam na minha cabeça, a do sonho em lágrimas e a dele 'dois ponto zero' desafiadora. Tenho que admitir ele me surpreendeu naquela manhã, eu estaria feliz se não o visse novamente mas o infeliz do professor de Anatomia não tivesse a ideia de apresentar os novatos para a turma, idiota todos nós já sabíamos que tinha aluno novato, mas bem, apresentou-os e ai o Lucas fica de pé e a turma de babacas ficou dando gritinhos e assovios, vai entender, pior de tudo foi o Lucas me pegar o encarando, e ele com aquele sorriso de bobo recebendo os agrados das meninas, do que eu tinha medo, eu era mais bonito, e claro, mais rico, mais tudo, só uma coisa que ele tinha que eu não tinha isso me irritou pois o motivo que me prendeu minha atenção nele naquele momento foi o fato dele está sem barba que destacou sua covinha enquanto sorria, sério, estou parecendo bobo em dizer isso, mas aquela barroquinha que o Adriano também tinha e eu ficava sempre pedindo para ele sorrir para ela aparecer no canto da face. Mas eu me concentrei não queria mais vê-lo, seria já um abuso, então o baitola do professor fez o lindo favor de usá-lo como modelo de sua aula, pode parecer inveja da minha parte, já que eu era sempre o escolhido, e as meninas adoravam, não é isso, juro, é que o Lucas ficou na frente de toda a classe e o pessoal parecia gostar dele, um cara novato que chega de metido e ainda ficava me provocando. Ele ficou lá de costas para nós enquanto o professor que nunca decorei o nome, ficava usando-o como boneco de laboratório. Suas pernas fortes, sua bunda... sou homem, não olho bunda de outro, sua bunda... nem sabia que homem tem bunda... sua bunda no jeans apertado... ele se vira, não notei, não sei o que aconteceu, mas foi ai que notei a parte frontal, tinha volume também. Que maldito jeans. Sim foi ai que acordei, ele tinha se virado e eu ainda o olhando. Procurei meu livro na banquinha, fiquei puto comigo mesmo, não me reconhecia, como um simples carinha poderia me incomodar tanto. E ainda me pegou o observando pela terceira vez naquela manha.
Quando ele voltou para seu lugar, tentei não olhar, ele andava sem nenhuma particularidade, no restante da aula procurei manter minha posição, e o que mais me irritava era está na mesma turma que todos eles, e ainda não entendia porque eu tinha que aturar tudo isso.
Terminando as aulas que pareciam infindáveis, me preparei para se levantar, acabei atrasando mais que o normal, queria sair antes que ele já para evitar de vê-lo novamente, mas então escuto o professor pedindo para ele esperar. Claro, fiquei curioso, o professor nunca tinha me pedido para esperar nem nada... ai ele fala sobre telefone e coisas do tipo todo prestativo, que cara mais metido, estava era dando em cima dele, que garoto tapado, será que ele não notou. Sai dali o mais rápido que pude estava ficando com nojo de tanta viadagem. Acabei esbarrando no braço dele, que ódio.
Eliza me esperava no lado de fora, eu abracei-a e fomos nos encontrar com os rapazes, depois resolvemos sair, a Eliza ainda que puxar assunto da aula, mas eu logo a cortei, pois já foi logo dizendo como o aluno novo era bonito... "Bonito? Só porque está arrumadinho?" perguntei e ele disse que não, já tinha notado ele, mas que eu não precisava se preocupar pois não tinha como ele ganhar de mim. Fala sério, ela ainda fez a questão de nos comparar. Quando íamos saindo do campos próximo a parada de ônibus os vejo, a turminha do Lucas Daniel, ele ao sol, não realçava nada de especial, eu o encarei, e ele me encarou, seus olhos me fuzilaram, eu tinha certeza que aquela indiferença toda dele com migo, diferente das dos outros naquele colégio era por que ele não gostava de mim, e ao invés de ficar me bajulando como muitos, ele fazia o contrario me provocando e me torturando. Mas como eu tinha que o aturar, eu prometi par a mim mesmo que iria mostrar ao meu pai que eu era capaz de lhe dar com aquela situação, iria provar que Lucas iria se mostrar um verdadeiro interesseiro como muitos.
Deixei Eliza na casa dela e passei no escritório, Patrícia estava de saída para o almoço.
─ Boa tarde Alexander, vai almoçar hoje aqui enquanto assina os contratos.
─ Olá! São muitos? E como estão as visitas da tarde?
─ São dose na verdade, estão na sua sala, e tem só duas agendadas, marquei todas para depois das quatro como o senhor pediu.
─ Então pode ir, eu assino e almoço em casa.
─ Sim, os corretores pediu que agendasse uma reunião com o senhor amanha aqui no escritório, eles pediram preferencia no horário das quatorze, foi o único horário que dava para eles...
─ Sobre?
─ Tem novos investidores querendo negociar com nosso escritório.
─ Tudo bem, pode agendar.
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O Príncipe e o Plebeu
Historia CortaAlexander Gonsalves Junior é filho de um mega empresário, enquanto Lucas Daniel um garoto humilde que está tentando reconstruir o que sobrou de sua vida, depois que seus pais morreram em um trágico acidente. O caminho dos dois se cruzam ao se verem...