Observei pela espreita da porta a imagem da sala da casa da minha tia, onde vivíamos a mais de 3 anos. Hoje meu irmão tinha vindo nos visitar, ele era um soldado rebelde como éramos considerados.
Eu só tinha 7 anos na época, então era considerada nova demais para ter conhecimento de certas coisas do governo.
Estava com raiva pois não via meu irmão a 3 anos, não que fossemos tão próximos assim, só que era tão legal imaginar como era a vida do meu irmão. Estava totalmente pronta para fazer várias perguntas, quando me empurram para dentro do quarto com minha vó, que por sinal era considerada velha demais para ouvir certas coisas.
Os joelhos magros da minha mãe, caíram no chão fazendo um barulho incomodo, enquanto seus braços magros puxavam as calças verdes de soldado de meu irmão, num grito desesperado misturava com suas lágrimas escandalosas.
Meu pai, acariciava as costas da minha mãe, com o semblante triste, porém mais calmo do que o da minha mãe.
- por favor - gritou minha mãe - por favor ela é só uma menina - continuou sacudindo as o pano da calça que era capaz de segurar.
Ouvi meu irmão suspirar, e logo em seguida o vi olhar minha mãe jogada as seus pés, desfazendo assim a rosto de desprezo, que tinha se estalado com ele deis do momento em que entrou. Ele se ajoelhou com ela, e murmurou no seu ouvido, algo que não pude escutar.
Isso não a tinha acalmado!
Mas assim que meu irmão focou os olhos na minha direção, tive a certeza de que ele tinha me visto.
No mesmo instante bati a porta apressadamente, percebendo que iria levar uma bronca por estar ouvindo conversa escondido.Avaliei o quarto a minha volta, correndo para me ajeitar junto nos lençóis da cama da minha avó. E mesmo dormindo, - ou era o que ela parecia está - ela me apertou do seu jeito desconfortável de sempre.
Soltei um leve grunhido, antes se cobrir minha cabeça, ao ouvi o ranger da madeira velha, se aproximando de nós.
A porta se abriu e mesmo sem saber quem era, me encolhi mais ainda nos lençóis.
- Roxie - meu pai chamou, mesmo que eu apostasse que ele podia me ver. - Roxie preciso falar com você - sua voz estava calma e talvez um pouco triste. Eu não sabia se era um truque para me fazer confessar minha bagunça. Mesmo assim, descobri minha cabeça, só o suficiente para meus olhos, e o encarei finalmente. - nós precisamos conversar - declarou se virando e passando pela porta, provavelmente esperando que o seguisse. E depois de um leve momento de hesitação, foi o que eu fiz.
Quando eu vislumbrei a sala - agora sem o minúsculo espaço - Vi meus pais e minha tia sentados no sofá abatidos, enquanto meu irmão me encarava determinado, como sempre olhava para tudo.
Minha mãe não parava de chorar e parte de mim, queria ir abraçar ela. Mas quando a voz tão familiar e tão pouco ouvida do meu irmão começou a soar pela casa, formando pequenos ecos. Logo me percebi desviando minha atenção para ele.
- A quanto tempo não te vejo? - ele se abaixou a minha frente, fazendo sua frase se acentuar como uma pergunta.
- 4 anos, 5 messes e 2 dias - o informei orgulhosa. - É verdade, - garanti - eu contei. Eu ia contar o de hoje, mas... Como você está aqui - dei de ombros. - acho que não precisa!
Seus lábios formaram um largo sorriso, enquanto falava.
- É, não precisa. - afirmou. - Aliais nunca mais vai precisar.
- por quê? Você vai vir morar conosco outra vez? - sorri sozinha imaginando como seria ter ele de novo conosco.
Porém sua cabeça balançou negativamente. E logo em suas primeiras palavras, lembro de ter a sensação de não ter ouvido certo.
- você quem vai morar comigo! Não é legal Roxie?
- mas... Por quê? ... E o papai e a mamãe. E deis de quando você tem uma casa?
- vai ser só você é eu. E eu não tenho uma casa - explicou de modo muito vago para minhas muitas perguntas.
- não! - respondi me balançando para soltar se seu aperto. - Não... Eu não quero ir!
- você ouviu a menina. Ela não quer. - gruniu minha mãe ao fundo.
- isso não é uma escolha! - meu irmão se levantou autoritário. - Nem minha nem de ninguém. Roxie vem comigo! - ela caminhou até a porta acendendo um cigarro. - vocês tem alguns minutos para se despedir!
Lembro me, de correr pela casa, e de me esconder no porão. Lembro me de que logo meu pai me achou e garantiu que eu iria ficar bem. Lembro me por último de ver um borrão da janela do carro, que deveria ser meus pais.
E lembro me de, achar lindo o lugar de treinamento dos soldados.
Mas talvez se eu soubesse o que isso realmente significava, não teria me acostumado e me esforçado tanto para ser Roxie Vadan.
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Contos
Короткий рассказAlgumas das histórias que povoam minha mente. Que as vezes temos que transformar em palavras, para que mais pessoas possam conhecer as histórias personagens Autora: Bruna Delark. [Plágio é Crime]