Existem momentos na nossa vida, em que nos sentimos perdidos. Abandonados e se rumo. Algumas pessoas mesmo não passando por crises financeiras, mesmo vivendo uma vida "estabilizada", mesmo tendo sempre o melhor, ainda assim são inundadas com esse vazio. Ou seja, é como muitos falam "Dinheiro não é tudo na vida", ele nem sempre trás felicidade. Infelizmente para algumas pessoas a situação é ainda pior. Regina havia crescido em um orfanato, ela tinha de tudo, pois aquele era o melhor do país. Todas as crianças eram bem educadas, tinham uma alimentação equilibrada, e um ensino bem qualificado. Desde muito cedo Regina se destacou pela sua beleza, e pela maturidade. Ela não era como as outras crianças, não passava o seu tempo livre correndo, ou fazendo coisas que para ela eram desnecessárias e não ajudariam no seu crescimento. Ocupava seu tempo lendo, e ajudando as freiras a ensinar as outras crianças. Assim que completou seus 18 anos, resolveu que iria embora daquele lugar, não que lá fosse ruim, longe disso! Ela apenas acreditava que precisava respirar novos ares, precisava seguir seu rumo, e talvez acabar com aquele vazio que ela tanto sentia. Uma das irmãs do orfanato, que sempre fora mais próxima da morena, a apoiou e indicou Regina a uma amiga empresária, dona de uma indústria de calçados. Ela havia conseguido o emprego, e alugado uma casinha bem simples, morava sozinha, e estava muito feliz, estava se sentindo quase que completa... Tudo estava indo bem, mas depois de uns anos, a empresa foi se desequilibrando pela crise, e acabou sendo fechada, deixando assim uma Regina arrasada, e sem saber o que fazer. Ela precisava pagar o aluguel, tinha muitas contas, e ainda tinha as parcelas do carro. Sim, Regina havia feito um consórcio de um carro bem simples, mas pelo visto, não teria mais condições de arcar com as outras inúmeras parcelas. Infelizmente, o emprego não era de carteira assinada, então ela não recebeu muita coisa da indústria, mas com o dinheiro obtido comprou a casa onde morava, e fez algumas reformas. Todas as tardes saía para procurar emprego, até que em um certo dia antes de ir, foi pega de surpresa pela visita de dois estranhos na sua casa, falando da sua mãe.
***
Regina havia saído as pressas da mansão Swan.
Saiu sem rumo. Ela precisava sentar e tentar se acalmar. Afinal, eram muitos acontecimentos em poucos dias. Tinha conhecido sua mãe, aonde ela morava, e o pior COM QUEM! Aquelas pessoas aparentemente eram muito boas, mas era isso que a assustava. Por que eles queriam ajudá-la? Por que insistiram em procurá-la? Ela realmente não entendia. Ainda estava em choque, sua mãe havia morrido em seus braços, aquela que Regina passou muito tempo pensando em como seria seu rosto, sua voz. Ela estava morta, e Regina não sabia o que fazer.Teria que esperar até o dia seguinte para ir para casa, pediria uma carona para alguém, pois não tinha dinheiro para voltar. Sentou-se em um banco de uma praça que ficava alguns quarteirões depois da mansão. Logo começou a chorar. Como a vida é injusta! (Pensava) Nós poderíamos ter passado mais tempo juntas! Regina já não controlava o choro. Não sabia ao certo quanto tempo havia se passado, cerca de uma hora, duas enfim, a mesma foi tirada dos seus pensamentos com uma voz bem grave e alterada – Ei gatinha, o que faz aqui sozinha em?- O homem estava embriagado, e olhava para a morena com um olhar malicioso. Regina logo levantou do banco e saiu andando, mas o homem começou a segui-la. –Pra onde pensa que vai?- Puxou-a pelos braços, e começou a beijá-la. Ela estava apavorada, era uma mistura de nojo, pavor e medo, muito medo! O homem rasgou a sua blusa e começou a tocar seus seios. A morena tentava empurrá-lo, mas ele tinha uma força absurda e a apertava muito forte. –Me solte, me solte! Alguém me ajude!- Gritava ela.
—Solte-a agora seu velho nojento- Uma mulher havia chegado por trás do homem, com um pedaço de madeira, jogando-o forte na cabeça do mesmo, que logo desmaiou por tamanha força do impacto.
—Você está bem?- Perguntou indo em direção a morena, a ajudando a colocar a blusa, que já estava muito rasgada.
Regina chorava muito! Não conseguia parar, ela estava aflita! Se aquela mulher não houvesse chegado? Ela poderia estar... Morta!
—Eu... eu... eu estou bem- Falou com a voz trêmula, e embargada, pelo choro.
—Pra onde você vai?- A mulher perguntou.
—Eu nã....o seeei...- Regina falou sinceramente para a outra.
—Vem! Vem comigo.
A morena hesitou de imediato, afinal, não era de confiar assim tão rápido nas pessoas. Mas ela não poderia ficar naquela praça até o dia seguinte. E se durante a madrugada outros homens como aquele aparececem? Ela não suportaria. Concluiu que seria melhor acompanhar a outra. Apenas assentiu com a cabeça, e acompanhou-a até sua casa. A moça foi até um carro, e conduziu Regina a entrar.
—Pode ficar tranquila, aqui você estará segura- Ela falou, abrindo a porta da sua casa, e levando Regina até uma poltrona para que se acalmasse.—Eu sou a Ruby- Falou rapidamente, e estendeu a mão para Regina. Ela ainda estava assustada, mas cumprimentou a outra.
—Eu sou a Re...Regina! Regina Mills! E muito obrigada Ruby, não sei como eu poderia estar agora, se você não estivesse chegado naquele exato momento. Muito obrigada- Disse, e logo começou a chorar novamente. Ruby se aproximou da morena, e a abraçou. Regina estava tão vulnerável, que não disse nada, apenas retribuiu o abraço. Minutos depois já estava mais calma, ficou algum tempo parada, apenas pensando , enquanto Ruby, falava toda a sua vida para ela. Pegou no sono alí mesmo, e por um momento acreditou que tudo não havia passado de um pesadelo.
Mas as coisas vieram a tona no dia seguinte.
Regina acordou com uma forte dor de cabeça. Logo lembrou de tudo!
—Hey, não precisa se assustar- Regina pulou da poltrona!
—Está tudo bem, fique calma- Ruby falava pausadamente.—Eu preciso ir- Levantou as pressas
—Ainda está muito cedo, vamos tomar café primeiro. Você precisa ficar mais calma. Lá fora é muito perigoso, não é bom ficar andando sozinha por aí.
Regina parou e sentou novamente.
Ruby foi preparar o café para as duas. Em poucos minutos, Regina já conversava abertamente com a outra. Ela realmente era uma pessoa muito boa, e divertida.—Então foi isso- Regina havia contado todos os acontecimentos daquela semana para a mulher que ficou super chocada.
—Caraca! Você passou anos para conhecer a sua mãe, e quando isso acontece ela morre em seus braços? Isso sim, é muita falta de sorte, viu? Meus pêsames...- Ela se aproximou da morena e a abraçou –Tipo, você pode até rir da minha cara, afinal, nos conhecemos ontem a noite, e em uma situação não tão interessante, mas eu de cara já simpatizei contigo. Então pode contar comigo, eu estou aqui e quero te ajudar.- Ruby falou apertando muito a morena em um abraço. Regina se emocionou, não era todo dia que você encontrava uma pessoa tão solidária.
—Você me falou a alguns instantes que está desempregada, e que já faz um bom tempo que está procurando emprego. Como eu falei Regina, eu quero te ajudar. Posso conseguir um emprego para você, tenho muitos contatos, e você pode ficar aqui em casa, até se estabilizar- Regina ficou surpresa! Ela estava oferecendo a sua casa? Ela mal a conhecia, e já confiava tanto assim?
—Não, eu não posso aceitar!- Respondeu de imediato.
—Claro que pode, você está precisando e eu estou querendo ajudar! Que mal tem nisso? Afinal, são só por alguns dias, pois tenho certeza que logo, logo vai conseguir um emprego. Vamos Regina! EU quero, e vou ajudar você!Ela realmente estava muito surpresa! Ela teria que voltar para casa, tinha construído a sua vida lá, não poderia simplesmente abandonar tudo. Ou poderia? Ela precisava de um emprego. A oportunidade estava alí.
—Eu aceito então! Mas não vou lhe incomodar por muito tempo, eu prometo! – Regina falou timidamente para Ruby.
—Você não encomoda. Pode contar comigo!
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A GOVERNANTA
Non-FictionEmma Swan tinha controle total da sua vida. Tanto profissional, quanto amorosa. Mas tudo muda quando ela esbarra na nova governanta, contratada por sua mãe. Uma morena, que mudará a vida da loira para sempre! E no fim? Bom, veremos o que acontecerá!