Último suspiro

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—Então você veio- Mary falou não contendo o sorriso estampado no rosto

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—Então você veio- Mary falou não contendo o sorriso estampado no rosto. Emma havia chamado os seus pais, para falarem com aquela moça "desconhecida" pelo menos por ela. Tamanha foi a surpresa de Emma ao saber que aquela mulherzinha, tão arrogante e linda, era a filha de Ana.
—Claro! Qual a parte do "Estarei aí em três dias que você não entendeu?"- Falou impaciente. Mas depois deu um sorriso cínico, ao ver a quão envergonhada Mary estava.

–Vamos ao que interessa! Aconteceram alguns imprevistos, na qual só pude chegar a essa hora.- Deu uma pausa, parecendo temer ao que diria a seguir- Onde está ela? – Regina estava muito nervosa, suas mãos começaram a soar, e já suspirava pesadamente.

—Irei chama-la agora mesmo. Bom, ela já havia se recolhido. Imaginava que você não viria mais.- Falava bem entusiasmada- Só um minuto querida.- Então Mary e David saíram para chamar Ana. Restando na sala apenas Emma e Regina.
Elas passaram alguns segundos encarando uma a outra. (Fala alguma coisa, fala alguma coisa. Porque você está tão nervosa?) Emma pensava.
—É impressão minha, ou te deixo bem nervosa meu anjo?- Regina cortou o silêncio, e da pior forma possível. Emma não sabia onde enfiar a cara, queria um buraco naquele momento, ou talvez seus pais poderiam chegar logo com Ana, para ela fugir logo daquele ambiente, ou melhor, das garras daquela mulher. Mas não! Ela não acreditava em milagres mesmo! Esperou mais alguns segundos, suspirou. Ela precisava falar.
—Cla...ro que não- Gaguejou mais uma vez, demostrando total insegurança no que falava- Por...que eles nã...o vem logo em?- Regina soltou uma enorme gargalhada
— Desculpe querida, é a primeira vez que converso com uma gaga. E estou achando bem interessante- Continuou rindo.


(Que idiota! Quem ela pensa que é! Seja mais clara Emma Swan! Mostre para ela que você a acha uma qualquer sem modos) Emma pensava.
—Olha aqui querida...- Quando ela ia rebater, as duas ouviram gritos!
—Ajudem, pelo amor de Deus!- Mary gritava do quarto!
Apressadamente, Emma correu! Regina foi junto.
—Mãe, o que houve?- Falou ao chegar no quarto de Ana.

—Ela não está nada bem filha, precisamos de um médico. Ligue para o Doutor Medeiros agora. E peça para ele vir imediatamente- David falava em um tom bem elevado. Eles estavam temendo o pior. Emma correu até o telefone.
—Eu não vou aguentar! Ai meu peito! Eu não vou aguentar!- Ana sussurrava. Ela estava deitada na cama, muito roxa, Mary a amparava e pedia para que ela se acalma-se. –Tenha força Aninha, você é uma mulher forte! Já passou por tanta coisa! Tenha fé.
—Minha filha... Minha filha...- Ana havia notado a presença de uma morena na porta do quarto. Ela não tinha entrado. Estava com uma cara de espanto, como se não soubesse o que fazer. Regina se aproximou lentamente. Aquela seria a primeira vez, que ela estaria tão perto da sua mãe, e como o destino gostava de brincar com ela, poderia ser a última.
—Filha... Filha...- Ana tentou esticar o braço, para tocar nela, mas não conseguiu- Ai, ai! Eu não consigo- Regina se aproximou mais de sua mãe, e a abraçou- Ela não sabia por que estava fazendo aquilo. Afinal, ela teria que odiar aquela mulher que a havia abandonado. Mas não! Algo bem dentro de Regina, pedia para ela apenas a confortar, talvez ela tivesse seus motivos para fazer o que fez, talvez ela não seria uma pessoa tão ruim assim...
—Eu estou aqui mãe!- Ela sussurrou!
—Me perdo....a, eu te a...mo!- Ana falava com muita dificuldade. As duas estavam abraçadas, sentadas na cama. Mary, David e Emma que viam aquela cena, estavam muito emocionados.
—Hey, não vamos falar do passado! Estou aqui com você- Regina falava, já não podendo mais conter as lágrimas.
Elas passaram alguns segundos assim. Até que Ana olhou para Mary e David. Um olhar bem intenso, de agradecimento, de alegria...

Ela sussurrou para os dois –Cui...dem dela po... por mim...
Ana deu o seu último suspiro. Ela estava com um sorriso no rosto. Pois mesmo no seu último momento de vida, estava nos braços daquela que passou anos para encontrar. Daquela que nunca saira dos seus pensamentos. Daquela que por noites rezava, pedindo a Deus para que a protegesse de tudo. Ana havia realizado seu grande desejo. Sua filha estava ali.

—Não! Ela não pode morrer! ELA NÃO PODE MORRER! ACORDA! ACORDA!- Regina gritava, tocando sua mãe, na esperança que ela acordasse, na esperança que seria apenas um desmaio. Mas Ana não "acordava".
Ela estava morta.

Algum tempo depois, veio a ambulância para levar o corpo.
David estava ao lado de Mary, consolando a esposa, que não conseguia parar de chorar. –Minha Aninha se foi. Ela se foi!- Chorava desesperadamente.
—Calma amor... Ela está em um lugar melhor- Ele falava..

Emma também estava em prantos. Sua segunda mãe havia partido. Aquela que a ensinou tantas coisas. Aquela que tinha sempre os melhores conselhos, e também o melhores cafunés... (Que injusto) Emma pensava...
Em um momento, ela observou o quarto, e pode ver uma figura morena. Ela estava no mesmo lugar. Regina já não chorava mais. Estava paralisada, parecia pensar. Emma se aproximou

– Ela era uma pessoa maravilhosa sabe- Falou tocando no ombro de Regina.
—Não! Eu não sei. Pois infelizmente nunca tive a oportunidade de conviver com a minha mãe. (Falava ainda com o olhar fixo em um ponto qualquer) –Mas olha como a vida é interessante, no momento em que venho ao seu encontro para tentarmos uma aproximação, ela se vai! Em meus braços- Sussurrou as últimas palavras. E logo lágrimas vieram ao seu rosto.

Emma não sabia o que fazer. Afinal, aquela mulher, que parecia tão grossa, tão cruel e vazia, também tinha sentimentos.
—Nós estaremos aqui, podemos ser a sua família.- Emma falou abraçando Regina. A mesma não retribuiu o abraço, se assustou até, com tamanha aproximação.
—Eu não preciso de vocês! EU NÃO PRECISO DE NINGUÉM! E nunca mais ouse encostar em mim, NUNCA MAIS, OUVIU? (Regina gritava, olhando para Emma com total desprezo)
E alí estava a mulher cruel, na qual Emma passou a odiar a partir daquele momento. Ela só queria ajuda-la, consolá-la. Mas o que ela ganhara em troca? Gritos, e muito desprezo.
As duas se encararam por mais alguns segundos, olhares profundos, e de muita, muita raiva.
—Preciso ir- Regina falou, e se foi.

Emma ficou paralisada. E falou para si mesma- Pretendo nunca mais te ver na vida! Tenho pena de você. Disse como se a morena ainda estivesse lá. Queria falar tudo isso na cara daquele ser desprezível.
Ela não sabia, mas a vida era mesmo interessante. E o destino preparava coisas para os Swans, mas precisamente para aquelas duas mulheres, que até então se odiavam.

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