2. 6 SEMANAS

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HELOUISE

Sem revisão.

2 MÊSES E MEIO DEPOIS

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2 MÊSES E MEIO DEPOIS

Olha, sinceramente, eu não sei o porquê que ainda tento arrumar um emprego se nunca paro em nenhum, não fico mais do que um ou dois meses. Ainda mais quando o serviço é de garçonete ou atendente, não tenho paciência com pessoas mau educadas e descaradas, no final sempre acabo discutindo com alguma delas ou sempre um café, leite... melhor dizendo, algo liquido e pastoso, acaba acertando milagrosamente a cabeça do ser humano. Juro, num segundo está na minha mão e do nada acaba parando na cabeça da pessoa.

Enfim... mais uma vez aqui estou eu, atendendo mesas e telefone vestida com um uniforme cafona pra caralho, que mal tampa a minha bunda e para piorar a cor mostarda misturado com o amarelo limão, combina bastante com o mau odor que esse pedaço de pano tem, que nem com reza braba sai. Deus me livre! Chega me embrulhar o estômago.

— Querida, pode levar esse pedido para o senhor da mesa seis por favor! Estou meio ocupada aqui — pede Tiff, uma das garçonetes. Ela está ao telefone tirando o pedido de algum cliente xarope, enquanto mastiga seu chiclete impaciente. — Ah Lolo, cuidado! Ele tem a mão meio boba.

— Ele não é nem louco Tiff — dou uma picadinha para ela, lembrando-a da semana passada que quebrei dois dedos de um homem que enfiou a mão por dentro do meu vestido horroroso.

Levo o pedido do senhor da mão boba, já alertando-o de que vou corta seus dedos se ousar em tocar em alguma parte do meu corpo e já passo em outras duas mesas para tirar o pedido. É quase horário de almoço e esse lugar costuma ter um movimento grande, o que é bem estranho considerando o cheiro de mofo misturado com leite azedo que tem esse ambiente, sem contar da comida horrorosa e extremamente gordura. Depois esse povo tem um infarto e não sabem o porquê.

Sigo com meu horário de trabalho certinho, ansiosa para que acabe logo e que eu possa ir para casa me deitar, pois o cheiro constante de fritura já está me embrulhando o estômago há algum tempo. O último grupo de pré adolescente metidas a sonsas foram embora logo após de eu ter derramado, sem querer, milk shake no colo de uma das meninas e vomitado na outra, Tiff vira a placa pendurada de aberto para fechado e começamos a limpar tudo.

— Podemos conversar senhorita Vallahar?

Deixo o pano encharcado de lustra móveis de lado e olho para o cara alto igual lombriga, parado a alguns centímetros de distância, mastigando um pedaço de palito de dente.

— Claro, senhor Luiz. O que o senhor deseja? — sorrio, simpática.

— Não seja tão cínica mulher — esbraveja impaciente e mordo a minha língua para não rir, assim como o resto do pessoal —, desse jeito você vai por meu negócio a falência. Nunca tive tanto prejuízo em quinze anos de negócios igual estou tendo em três semanas e meia.

Possession - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora