Capítulo 2

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- Como ele morreu?

- Ah! Eu o matei.

O Rei levou sua mão imediatamente à arma.

- E o que veio fazer aqui? - Aquele maldito moleque de moletom. Quem vinha para a àfrica subsariana de moletom? Moletom com capuz, mochila, que devia ter revistado antes, talvez tivesse sido uma melhor idéia ter mantido o guarda. Não, podia lidar com um menino daqueles, perderia moral com as tropas se pedisse ajuda, mas e se ele tivesse uma bomba na mochila?

- Vim cumprir a missão no lugar dele.

- Como é que é? Você?

- Sim. Normalmente não me interessaria por isso, mas estou com tempo.

- Entendo. - Só podia ser brincadeira aquilo, mas ia ver no que ia dar, talvez ajudasse a ganhar tempo até conseguir contratar outro assassino - Você sabe o valor combinado?

- Não me interesso por dinheiro. Quero apenas uma informação. - Quando ele disse isso pela primeira vez o rei reparou nos olhos vermelhos do jovem. Por que aqueles olhos eram tão vermelhos e tão amedrontadores. Sacudiu a cabeça e decidiu não perder mais tempo com aquilo. Ia mantê-lo preso e se seu resgate não valesse nada poderia dá-lo à tropa para divertimento. Tinha certeza que alguns soldados iam gostar de um jovenzinho magro e imberbe como aquele. Apertou o botão de pânico.

Não demorou mais do que alguns segundos para que meia dúzia de soldados aparecessem com metralhadoras e pistolas em punho apontadas para o estrangeiro.

- Para que isso tudo? Imaginei que desejava manter a missão em segredo...- Levou as mãos à cabeça cruzando os dedos e voltando a reclinar a cadeira com os olhos fechados e o queixo levantado em uma expressão de desdém.

- Não estou com tempo para brincadeiras com crianças. Quero saber como você obteve essas informações sigilosas e onde está o homem que contratei.

- Bem, o coroa está nadando com os peixes. Como fiquei sabendo foi só coincidência. Já estava vindo para a ilha para conseguir o livro que preciso. Fiquei sabendo que o homem que o possui é muito difícil de achar. Pensei em fazer uma visita ao presidente da nação para que me ajudasse a encontrar ele. Fiquei surpreso ao descobrir que aqui é uma monarquia e que está havendo uma rebelião. Como simpatizo com reis, até por que pretendo me tornar um também resolvi ajudá-lo.

- E o assassino? Como soube da missão.

- Ah! Eu apenas o reconheci.É impressionate o que uma pessoa pode revelar à beira da morte.

- E como você poderia tê-lo reconhecido?

- É fácil saber quem já matou alguém. Por exemplo nenhum desses soldados aqui já matou uma pessoa.

- Sua história é péssima. Revistem sua mochila. - Ao ouvir aquilo o rapaz rapidamente voltou a cadeira à posição original e com um movimento rápido de ombros deixou a mochila cair no chão.

- Está vazia senhor.

- É milorde. Muito bem. Reviste-no. - O rapaz se pôs de pé e deixou ser revistado.

- Limpo.

- Certo. Você quer que eu acredite que você é um assassino sem nenhuma arma? Para que essa mochila vazia?

- Posso voltar a me sentar? - O monarca apenas fez m gesto com a palma da mão.- Pois bem, a mochila é para carregar o livro que vim buscar. - Voltou a debruçar a cadeira. Quanto a armas, bem, eu não preciso dessas coisas bobas.

- Não sou nenhum ignorante. Já ouvi falar de alguns assassinos prodígios, só não tenho como saber se você é um.

- Suponho que queira uma demonstração.

- Ajudaria a aceitar sua história.

- Ok. - Em uma velocidade sobre-humana jogou o corpo para trás dando uma cambalhota e deixando cair a cadeira com os pés para cima. Com salto pousou nas costas de um dos soldados o desequilibrando. Segurou sua cabeça e dando um novo mortal, dessa vez para a frente direcionou o corpo em queda para um dos pés da cadeira que atravessou o pescoço do soldado. As armas foram rapidamente engatilhadas enquanto ele já estava de pé pronto para um novo ataque.

- Já basta. - Gritou o monarca. - Vi o bastante. Já me convenceu.- Enquanto falava ouvia-se o barulho do soldado empalado respirando seu próprio sangue em uma traqueostomia sádica e exagerada.

- Posso partir logo? Quando começo a me divertir não me sinto propenso a parar.

- Pode ir. Por favor escoltem-no até o mais próximo possível da base inimiga.

Alguns minutos depois o general de seu exército veio falar-lhe.

- Acha mesmo que esse frangote vai conseguir cumprir a missão?

- Percebo que as notícias já chegaram aos seus ouvidos.

- Meus soldados me são fiéis.

- Percebo. Creio que pode dar certo. Um rapazinho como aquele pode se infiltrar em qualquer lugar. Na pior das hipóteses servirá como um distraidor até que consiga um novo assassino.

- Como queiro milorde. Peço sua licença.

- Tem toda. Ah! Mais uma coisa.

- Pois não? - Virou-se de volta apenas a tempo de ver o cano fumegante da magnum.45 na mão direita de seu rei. Um soldado veio em disparada.

- O que houve senhor?

- Ele foi destituído do cargo. Ninguém pode ser mais fiel a um general do que a um rei. Avise a todos.

- Si..sim senhor. - O soldado já sem sangue em sua fronte gaguejou em resposta e saiu em retirada.

- Ah! Já ia me esquecendo soldado. Não é senhor, é milorde. - E mais uma vez o cheiro de pólvora tomou o recinto.

Ninguém mais MorreráOnde histórias criam vida. Descubra agora