- Como ele morreu?
- Ah! Eu o matei.
O Rei levou sua mão imediatamente à arma.
- E o que veio fazer aqui? - Aquele maldito moleque de moletom. Quem vinha para a àfrica subsariana de moletom? Moletom com capuz, mochila, que devia ter revistado antes, talvez tivesse sido uma melhor idéia ter mantido o guarda. Não, podia lidar com um menino daqueles, perderia moral com as tropas se pedisse ajuda, mas e se ele tivesse uma bomba na mochila?
- Vim cumprir a missão no lugar dele.
- Como é que é? Você?
- Sim. Normalmente não me interessaria por isso, mas estou com tempo.
- Entendo. - Só podia ser brincadeira aquilo, mas ia ver no que ia dar, talvez ajudasse a ganhar tempo até conseguir contratar outro assassino - Você sabe o valor combinado?
- Não me interesso por dinheiro. Quero apenas uma informação. - Quando ele disse isso pela primeira vez o rei reparou nos olhos vermelhos do jovem. Por que aqueles olhos eram tão vermelhos e tão amedrontadores. Sacudiu a cabeça e decidiu não perder mais tempo com aquilo. Ia mantê-lo preso e se seu resgate não valesse nada poderia dá-lo à tropa para divertimento. Tinha certeza que alguns soldados iam gostar de um jovenzinho magro e imberbe como aquele. Apertou o botão de pânico.
Não demorou mais do que alguns segundos para que meia dúzia de soldados aparecessem com metralhadoras e pistolas em punho apontadas para o estrangeiro.
- Para que isso tudo? Imaginei que desejava manter a missão em segredo...- Levou as mãos à cabeça cruzando os dedos e voltando a reclinar a cadeira com os olhos fechados e o queixo levantado em uma expressão de desdém.
- Não estou com tempo para brincadeiras com crianças. Quero saber como você obteve essas informações sigilosas e onde está o homem que contratei.
- Bem, o coroa está nadando com os peixes. Como fiquei sabendo foi só coincidência. Já estava vindo para a ilha para conseguir o livro que preciso. Fiquei sabendo que o homem que o possui é muito difícil de achar. Pensei em fazer uma visita ao presidente da nação para que me ajudasse a encontrar ele. Fiquei surpreso ao descobrir que aqui é uma monarquia e que está havendo uma rebelião. Como simpatizo com reis, até por que pretendo me tornar um também resolvi ajudá-lo.
- E o assassino? Como soube da missão.
- Ah! Eu apenas o reconheci.É impressionate o que uma pessoa pode revelar à beira da morte.
- E como você poderia tê-lo reconhecido?
- É fácil saber quem já matou alguém. Por exemplo nenhum desses soldados aqui já matou uma pessoa.
- Sua história é péssima. Revistem sua mochila. - Ao ouvir aquilo o rapaz rapidamente voltou a cadeira à posição original e com um movimento rápido de ombros deixou a mochila cair no chão.
- Está vazia senhor.
- É milorde. Muito bem. Reviste-no. - O rapaz se pôs de pé e deixou ser revistado.
- Limpo.
- Certo. Você quer que eu acredite que você é um assassino sem nenhuma arma? Para que essa mochila vazia?
- Posso voltar a me sentar? - O monarca apenas fez m gesto com a palma da mão.- Pois bem, a mochila é para carregar o livro que vim buscar. - Voltou a debruçar a cadeira. Quanto a armas, bem, eu não preciso dessas coisas bobas.
- Não sou nenhum ignorante. Já ouvi falar de alguns assassinos prodígios, só não tenho como saber se você é um.
- Suponho que queira uma demonstração.
- Ajudaria a aceitar sua história.
- Ok. - Em uma velocidade sobre-humana jogou o corpo para trás dando uma cambalhota e deixando cair a cadeira com os pés para cima. Com salto pousou nas costas de um dos soldados o desequilibrando. Segurou sua cabeça e dando um novo mortal, dessa vez para a frente direcionou o corpo em queda para um dos pés da cadeira que atravessou o pescoço do soldado. As armas foram rapidamente engatilhadas enquanto ele já estava de pé pronto para um novo ataque.
- Já basta. - Gritou o monarca. - Vi o bastante. Já me convenceu.- Enquanto falava ouvia-se o barulho do soldado empalado respirando seu próprio sangue em uma traqueostomia sádica e exagerada.
- Posso partir logo? Quando começo a me divertir não me sinto propenso a parar.
- Pode ir. Por favor escoltem-no até o mais próximo possível da base inimiga.
Alguns minutos depois o general de seu exército veio falar-lhe.
- Acha mesmo que esse frangote vai conseguir cumprir a missão?
- Percebo que as notícias já chegaram aos seus ouvidos.
- Meus soldados me são fiéis.
- Percebo. Creio que pode dar certo. Um rapazinho como aquele pode se infiltrar em qualquer lugar. Na pior das hipóteses servirá como um distraidor até que consiga um novo assassino.
- Como queiro milorde. Peço sua licença.
- Tem toda. Ah! Mais uma coisa.
- Pois não? - Virou-se de volta apenas a tempo de ver o cano fumegante da magnum.45 na mão direita de seu rei. Um soldado veio em disparada.
- O que houve senhor?
- Ele foi destituído do cargo. Ninguém pode ser mais fiel a um general do que a um rei. Avise a todos.
- Si..sim senhor. - O soldado já sem sangue em sua fronte gaguejou em resposta e saiu em retirada.
- Ah! Já ia me esquecendo soldado. Não é senhor, é milorde. - E mais uma vez o cheiro de pólvora tomou o recinto.
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Ninguém mais Morrerá
ActionNinguém mais Morrerá. Não importava quantos precisaria matar para isso.