3.0

2.8K 319 376
                                    

Nem mesmo a manhã barulhenta de domingo impediu Jongdae de se preocupar com o novo amigo.

Sentado na mesa da cozinha, observando o pai ajudar a mãe a fazer o almoço e seu irmão se pegando com a namorada, ele ainda esperava a mensagem de Luhan.

- Não deveria ficar tanto tempo nesse celular, filho. - a mãe sentou-se à sua frente.

- Desculpe, estou esperando mensagem de uma pessoa! - ele respondeu, guardando o aparelho no bolso.

- Namorada? - sua irmã mais nova Seulgi perguntou maliciosamente. A mulher levantou uma sobrancelha enquanto cortava as cebolas, fazendo o garoto corar um pouco.

- Por Deus, não, é de um amigo! - ele sentiu o celular vibrar no bolso da calça. - Com licença. Alô?

- Jongdae?

- Luhan!

- Ah, desculpe não mandar mensagem, era mais prático ligar!

- Sem problema! E então, como o Minseok está?

- Está bem, trouxemos ele para o hospital a tempo.

- Hospital? Foi tão grave assim?

Luhan ficou em silêncio e depois disse:

- Não não, foi só uma precaução. Agora preciso ir, até depois.

Jongdae tirou o telefone da orelha. Pela menos Minseok estava bem. Ou era isso que queriam que ele pensasse. Por algum motivo, a voz de Luhan parecia nervosa e hesitante, como se estivesse escondendo algo.

◊ ◊ ◊

- Luhan, cadê o Minseok? - ele correu até o chinês assim que chegaram na escola.

- Ele não veio. Não queria vir pra aula hoje.

- Não queria? - Minseok sempre queria vir para a aula, pelo que sabia.

- É, ele tava se sentindo meio mal… - o garoto foi interrompido pelo som do sino que indicava o início das aulas e saiu, acenando.

- Chen, vamos? - Baekhyun puxou-o pelo braço até a sala.

- Vamos lá, anime-se! - Chanyeol tentava arrancar um sorriso do amigo. - Aquele baixinho te preocupa mesmo, hein?

- Talvez um pouco! Para com isso! - ele reclamou ao ver Chanyeol sorrir sugestivamente. - Eu não gosto dele não, tá? É que eu que dei o copo pra ele!

- Mas você forçou ele a beber?

- Hã, não!

- Então a culpa não é sua, relaxa! - o comentário fez Jongdae se acalmar um pouco.

- Sr. Kim Jongdae? - a professora chamou-o, apontando para a secretária ao seu lado. O garoto seguiu a mulher até a sala dela onde seu pai o esperava.

- Pai? O que faz aqui?

O homem agradeceu à secretária e puxou o filho para dentro do carro.

- O que aconteceu?

O garoto encarou o homem à sua frente, com os olhos vermelhos. Ele estava chorando? Jongdae só vira seu pai chorar uma vez.

- Seulgi foi atropelada! Eles disseram que o estado dela não é grave, mas vai precisar de cirurgia! - ele disse, parando o carro em frente ao hospital. O menino sentiu seus olhos se encherem de lágrimas instantaneamente. O Kim mais velho abraçou o filho e os dois ficaram ali por um tempo, depois enxugaram o rosto e entraram no local. A recepcionista indicou o quarto que ficava no início do corredor no segundo andar. Sua mãe e Jongdeok estavam lá, os dois com os olhares tristes. Sua irmãzinha estava deitada inconsciente na cama. Um cara, aparentemente novo demais para ser um médico, saiu do quarto, segurando uma prancheta.

For Life | xiuchen Onde histórias criam vida. Descubra agora