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Ela não sabia o porquê fazia isso. Talvez existisse algum tipo de botão que quando acionado todo o seu corpo entrava em estado automático. Nada fazia ela parar, não que ela perderia algo com isso. Pois não iria.

Matar já fora mais excitante. Até mesmo um pouco divertido ela confessava para si mesma. Era como uma brincadeira de gato e rato. Sabia o momento de atacar. Esperando sua presa ficar confusa e a beira da desistência. Algumas das suas presas saboreavam ser morta por ela. A sedução de longe era sua arma preferida. Para Seryn Sevina tudo era uma diversão, ao menos antes era assim.

Hoje era mais um dia qualquer para Seryn, não sentia absolutamente nada, já estava cansada e entediada em se sentir assim. Nem a fagulha que se acendia após sentir o frescor de sangue da pessoa em suas presas, escorregando facilmente pela sua língua.

O vermelho sempre atraiu a vampira.

Ela estava sentada na poltrona de couro marrom com a postura excepcional. A coluna reta com suas longas pernas cruzada e seus braços relaxados. Suas mãos acariciavam uma cabeça que jazia já sem vida em suas coxas. Apenas dois furos no pescoço. Era o suficiente para matar. O sangue do homem morto fora todo drenado de seu misero ser. Tinha certeza disso, pois, por mais de 600 anos esse ritual acontecia ao menos três vezes na semana, antes era mais, porém com a tecnologia e a evolução da humanidade as coisas ficavam cada vez mais difíceis. Não gostava de chamar atenção, nunca fora seu feitio mostrar suas presas como troféu, ela fazia a bagunça e limpava. Ultimamente vampiros começavam a chamar atenção, mas ela não. Não tinha medo de problemas, mas gostava de ser reservada.

A população de vampiros estava começando a crescer de maneira um pouco preocupante em sua visão. Como rainha do clã dos Altos, ela tinha sempre que ficar com os sentidos aguçados e firmes nas regras, entretanto ela sentia que as coisas estavam começando a sair de mão.

Seryn odiava os humanos. Não pelo o que eles representavam – ela tentava seriamente respeita-los- ou por suas armas ou até mesmo por estarem cada vez mais perto da descoberta de sua espécie. Havia um pequeno burburinho crescendo no setor norte que alguns seletos seres humanos já sobreviventes de ataques vampirescos, começavam a caçá-los, isso a irritava seriamente. Pois vampiros relaxados e desajeitados estavam começando a estregar o que sua espécie conservavam por séculos, a descrição. Seryn já recebera notícias de vampiros mortos por humanos. Além de novos vampiros inexplicavelmente começava a atacar a própria espécie, Seryn acreditava fielmente que de talvez, esse seletos humanos e esses vampiros estivessem trabalhando juntos. Pois eles conseguiam encontrar as famílias de vampiros e os ninhos e para isso ver feito, só era possível com ajuda de um vampiro.

Seryn chamava esses vampiros de híbridos, um escarnia nojenta que andava pela terra, ela ainda não sabia como eles tinham sido transformados. Eles não eram vampiros por completos, pareciam não ter qualquer insanidade.

Mas o que mais fazia a respirar fundo – o que não era necessário - e contar alguns segundos para restabelecer sua calma é que ela sabia que dependia dos humanos para sua sobrevivência. A única maneira de um vampiro sobreviver é consumindo sangue e quanto mais velho fica mais sangue é preciso.

Obviamente que tinham animais, muitos animais, mas única coisa que ela odiava mais além dos humanos era sangue de animal. Poderia perguntar a qualquer vampiro – que não esteja desesperado por comida-, sangue animal era a pior coisa que existia. E Seryn como uma boa sedenta por sangue colocara apenas uma vez o sangue animal em sua boca. Logo no começo de sua transformação. Tudo bem, isso era uma mentira, talvez algumas vezes, poucas vezes. Dava para contar nos dedos.

O Beijo da Morte (Romance Lésbico) DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora