- quem sao voces? e porque estao assim? - perguntei com algum medo da resposta.
- o meu nome e Johanna, e ela chama-se Angie. - responderam- eu vou-te contar o porque de estarmos assim.
"Ha muito tempo atras, antes dos Numbadianos chegarem a estas terras, existia perto desta floresta uma aldeia. A aldeia era pequena e tinha poucos moradores. Um dia eu e Angie decidimos que era tempo de explorar-mos a floresta, que nao ficava muito longe dali. Nos mal sabiamos o que nos esperava, oculto pelas sombras desse lugar amaldiçoado pelos deuses. Chegamos a orla norte da floresta. Paramos e perguntamo-nos se realmente valia o esforço. Chegamos a conclusao que sim. Entramos e alguns metros dali esperava-nos uma mulher. Loira de olhos azuis. O seu olhar mostrava simpatia, mas nao era o coraçao desta criatura que o olhar refletia. Ela vestia um vestido de gala azul escuro. Era tao bonito... ela olhou para nos, riu-se baixinho e de forma inocente, e aproximou-se. Ao chegar perto ela convidou-nos, numa voz doce e amorosa, para acompanha-la. Nos fomos atras dela desconfiadas. Ela trouxe-nos exatamente pelo mesmo caminho por onde tu entras-te. Mas ao chegar-mos aqui. Ela perdeu toda a simpatia que o seu olhar refletia. A sua gargalhada deixou o tom inocente e passou para um tom malicioso. A sua voz alterou o tom doce e amoroso, e foi substituida por uma voz caprichosa e maldosa. quando ela falou a sua voz arrepiou-nos.
- O meu nome e Miriam, a feitiçeira negra da Floresta Negra. A mais vil e poderosa que habita estas terras sem nome. E agora voces sao minhas.. - ela riu-se maliciosamente e com vontade. O seu riso ficou num tom quase histerico.
- o que? porque? Nos queremos ir embora.. - nos dissemos as duas ao mesmo tempo. Num tom assustado.
- voces sao minhas porque me seguiram de boa vontade.. entao eu apoderei-me das vossas vidas miseraveis. E para ter a certeza que nao tentao nada, vou-vos prender.
e com um gesto da mao dela, sentimos uma dor nas costas como se elas tivessem sido marcadas por um ferro em brasa. Por momentos a nossa visao escureceu. nada viamos. Nada ouviamos sem ser os nossos proprios gritos de dor que pareciam ecoar pela escuridao do esquecimento. Quando pude ouvir. A risada da bruxa ficou alta e decidi-mos abrir os olhos. Olhamos para as nossas costas, e estava junto a uma rapariga, que e uma das minhas melhores amigas. Gritamos as duas em unissono e tentamos fugir. Em vao. Estavamos tao desnorteadas, que Miriam apenas ria, divertindo-se ao ver-nos. Nos decidimos esperar. Aprender a controlar os nossos corpos juntas. E conseguimos. Desde entao a bruxa manda-nos caçar Humanos ou Numbadianos para ela. "
Ela calou-se e, eu percebi o porque de elas estarem ali. Eu era o petisco de Miriam.. Nao pensem que nao tenho um plano porque eu tenho. So nao sei se resultará...
- entao voces vao me levar? - perguntei e mesmo sabendo a resposta, esperei por um nao.
- sim, é esse o nosso trabalho. - elas disseram. A sua expressao mostrava a culpa que lhes assolava o coraçao.
- angie, johanna, o que aconteceu a vossa aldeia?
- ela ainda continua no mesmo sitio, mas agora ja ninguem vive la...
-porque?
- porque eles vieram a nossa procura, e Miriam obrigou-nos a leva-los para ela. Nos choramos durante meses. Tinhamos acabado de por sangue inocente nas maos de Miriam. Os nossos amigos. As nossas familias...
Eu calei-me ao ouvir a explicaçao. Espero que o plano resulte ou a populaçao das Terras Profundas estava acabada... elas disseram para eu as seguir. E assim fiz. Andamos por caminhos obscuros. caminhos malvados. Caminhos enganosos. Escuros. sem vida. deprimentes. Demasiadas curvas para decorar. Nenhuma luz. Até que paramos. Estavamos numa clareira que tal como a outra, estavam muito mal ali. Tal como a outra, esta estava cheia de vida. No centro, uma cabana agitava-se ao sabor do vento. Feita de uma madeira tao escura que parecia podre. Sem janelas. A porta era feita da casca de uma arvore tao escura como a madeira que fazia de paredes. Na porta uma mulher esperava. Ela era loira, com grandes olhos azuis. Eles refletiam o meu olhar castanho e faziam-me lembrar de Driane. Ha muito que nao a via. Se conseguisse sair dali iria ter com ela. A mulher moveu os labios, como que para me chamar a ateçao. Isso defenitivamente arrancou-me da minha linha de pensamento. Ela disse uma palavra que eu nao percebi, e a sua aparencia começou a mudar. A sua pele começou a escamar mostrando uma pele de tom castanho, como a cor do cafe. Os seus cabelos loiros cairam e no seu lugar cresceram longos cabelos oleosos pretos como a noite. Os seus olhos deixaram o azul desvanescer e ganharan uma cor avermelhada. Os seus labios perderam a cor rosada. E ficaram mais escuros que os proprios cabelos. As suas roupas tambem começaram a mudar. Antes ela vestia um vestido de gala verde claro, da cor das ervas que nos rodeavam. Agora o verde debotava, sendo substituido pelo preto. Pequenas tiras do vestido caiam e desfaziam-se no ar. Deixando pequenos buracos que mostravam partes da sua pele escura.
-Numbadiano? Ha muito que nao via um destes... voces realmente esmeraram-se com este, meninas... - ela falou cheia de prazer - que cheiro e este? Cheira-me a poder. A magia... ele e poderoso. Como e que se deixou apanhar tao facilmente? Sem luta?
- eu sempre quis ver se os rumores da tua beleza era verdadeiros. Pelos vistos, eles sao.
- aserio? Achas?
ela prendeu uma madeixa atras da orelha e piscou os olhos de forma inocente, mas ao mesmo tempo provocadora.
- talvez eu nao te mate, jovem Numbadiano. Talvez te faça apenas meu prisioneiro. Como te chamas?
- o meu nome e Antònio - disse mentindo acerca da minha identidade. Tentei disfarçar o mais que podia. - e o vosso bela senhora? - disse novamente mentindo.
- o meu e Miriam - disse ela claramente lisongeada pelo elogio.
Entao como por o meu plano "infalivel" em pratica? Entao o meu plano consistia em matar a feitiçeira. Infalivel, certo?
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Os Guardiões do Tempo: O Inicio
RandomAfonso vem de um futuro destruído. Um salto para o passado resulta numa aventura que não estava a espera, desde Reis ambiciosos e tentavas de assassinato. Conversas com Deuses e com os primeiros Homens. Raças perdidas e o inicio de outras. No meio...