fiquei aliviado mas nao sabia se devia contar a alguem. ponderei a ideia de dizer a Fernando, mas era melhor nao, ainda nao sabia se podia confiar nele para poder contar-lhe coisas tao secretas que nao contava a mais ninguem, o Rei nao era opçao porque ele nao iria aceitar o facto de estar a ser inutil. ou entao nos estavamos a conseguir, e os Guardioes, sentiram-se ameaçados por isso e que mandaram aquela mensagem.sim, devia ser isso. mais tarde teria de falar com Fernando, nao sobre isto, mas sobre outra coisa. e Driane. teria que falar com ela sobre o sonho, talvez ela me ajude a saber o seu significado. mas teria que deixar o assunto para mais tarde pois agora tinha que ir dar aula ao rei. levantei-me, preparei uma banheira cheia de agua quente, e tomei um longo banho, depois, vesti-me. hoje vestia umas calças cor de caqui, e uma camisa branca. sai do meu quarto, e fui a andar ate a torre. passei por corredores magnificos, uns cheios de obras de arte fantastica, (houve um que me captou a atençao, tinha desenhado um dragao, ele flutuava sobre uma terra desabitada, nas patas do dragao, havia um pequeno cristal dourado. o dragao olhava-o com curiosidade), outros recheados de armaduras, outros que continham portas e portas sem acabar. o que eu segui apenas continha uma porta, na parede mais longe, no centro da parede. essa porta levava a umas escadas que subiam em caracol, com mais degraus que qualquer um pode contar. no topo das escadas, estava outra porta, ela era feita de aço, com runas divinas entrelaçadas (a porta so podia ser aberta por Numbadianos, nao por qualquer um, mas apenas por aqueles que desejam bem ao povo Numbadiano). quando passei pela porta, um ceu azul capturou-me a vista, era lindo. la no alto voavam as andorinhas que chegavam das migraçoes de inverno. ouvia-se o rulhar dos pombos, e os pius dos passaros que passavam a alta velocidade por cima da torre, uns numa viajem em busca de comida para os seus filhotes, outros para viajens de que nunca retornariam, eu gosto de pensar que os passaros podem ser animais inteligentes, e, tal como nos tem o direito a ter problemas e as suas pequenas soluçoes, acredito que nao se guiam apenas pelo instinto. no futuro eu tenho dois passaros, um macho e uma femea. o macho chama-se Presidente Oscar Piu e a femea e a Primeira Dama Madeleine Piu. sao os dois muito bonitos, ambos com penas douradas e pontas azuis, com bicos pontiagudos. o Rei e as suas tropas ja estavam a minha espera. e entao a aula começou. tal como na aula anterior todos pareciam aprender depressa, bem, nao todos. um rapaz chamado michael, nao conseguia acompanhar o resto do pessoal, ele era ruivo, com sardas e dentes grandes, os seus olhos eram verde vivo. ele pertencia ao exercito pessoal do Rei, pelo que era execelente com armas, mas a sua magia nao era particularmente forte. Eu pensava assim, mas ele mostrava uma determinacao, que muitos dos que ali estavam nao mostravam. E era atraves dessa determinacao que ele avancava, um bocado de cada vez mas contudo avancava. Ao fim de algumas horas a treinar, eu mandei-os embora, para poderem descansar, mas o verdadeiro motivo era que quem precisava de tempo era eu. Nao para descansar mas para pensar. Pensar em Driane, no que nos tinhamos. Naquilo que sentia, naquilo que podia fazer... precisava de tempo para refletir. Para tomar as decisoes que precisava. Pensar bem antes do meu proximo passo. Talvez eu nao podesse sair do Passado e regressar ao Futuro e ficar com Driane. Eu nao sabia como tinha mudado o Futuro ao vir, mas eu sei que mudei. Eu fiz a Planicie dos Mundos ser destruida. Fui eu que inicei as Guerras do Norte, que fiz o meu povo tremer perante o exercito de Galin. Fui eu que fiz os meus familiares serem destruidos, tortorados e mortos pelos Barbaros a Norte dos Penhascos dos Sacrificios. Fui eu que ao vir para o Passado, pensando que estava a fazer tudo bem, acabei por destruir a felicidade que habitava a Planicie dos Mundos. Apesar de nunca ter participado dessa felicidade que afetava todos os que la viviam e ate os que apenas passavam por la. Eu tenho e sinto pena pelas pessoas massacradas que apesar de me terem posto de parte, nao mereciam este castigo... sera que a ameaca dos guardioes era verdadeira? Se fosse entao estava feito e nao havia volta a dar. Depois de ir a pensar isto pelo caminho, cheguei a uma encruzilhada, nao sabia por onde ir porque era a primeira que entrava ali, segui pela direita que apos alguns metros foi dar a uma parede completamente preta e no seu centro um buraco negro que so se notova por ser mais negro que a parede, olhei para ele desconfiado, os meus istintos diziam para nao entrar. Mas como precisava de pensar mais, entrei na mesma, ignorando completamente os meus instintos que ate agora tinham estado sempre certos. Quando entrei, fiquei espantado com a beleza que aquele sítio escondia dos que o viam por fora. aquilo era uma sala oval com paredes tão negras como aquelas que estávam do lado de fora, o chão era da mesma cor, ( tao escuro, que parecia que estavamos a flutuar), numa parede água parecia cair do teto, pelo que ao tocar no chao formava uma espuma branca que molhava os que estavam perto, quando a luz que entrava por uma brecha no teto tocava a espuma, esta espelhava-a com as cores do arco-íris. No chão cresciam vários cristais como quartzos e diamantes. Pequenas plantas verdes cresciam junto ao lago onde a agua caia do teto, espalhando-se ha volta do lago lindas flores de todas as cores, pensei em apanhar algumas, mas desta vez os meus instintos levaram a melhor. Deixei de lado a ideia de as apanhar e concentrei-me noutras coisas. Atras de mim enquanto eu nao estava a olhar um espectro de luz surgui e comecou a tomar a forma de uma pessoa, uma mulher para ser especifico. Uma mulher cuja aura eu conhecia bem. E por conhece-la sabia que ela nao tinha tanto poder para estar ali.
- mae? Que estas aqui a fazer?
- oh.. afonso es tu? Pensei que nao te iria ver mais. Convocaste-me?
- Nao, nunca o fiz em todos os meus anos de vida, porque o haveria de fazer agora? Ainda tenho as palavras do pai marcadas na minha mente. nunca, mas nunca devia tentar convocar-te.. iria causar-lhe muito sofrimento. Porque fui eu quem te matou...
- oh, meu filho, isso nao e verdade. Os da Planicie podem nao ter visto, mas o teu poder nao era esse. Eu tinha um destino a cumprir, uma missao a ser cumprida. Eu trouxe-te ao mundo. A minha missao foi cumprida. E os deuses retiraram-me deste mundo, para que puesses sobreviver, sem mim. Mas eu sempre te observei la de cima. Eu tentei ajudar-te quando pude. E nao julgues o teu pai pelo que ele te fez. Apos a minha morte ele foi um homem extremamente infeliz.
- seria de pensar que uma criança seria capaz de trazer alegria a alguem tao infeliz. mas no fim ele apenas me aleijou e destruiu qualquer possibilidade, qualquer esperanca de ter uma infancia feliz, de ter uma vida feliz... por sua causa, eu não tive amigos, nunca tive ninguem com quem falar as pessoas tinham medo de mim. Medo de morrer se estivessem demasiado perto. Medo da minha marca que, supostamente significava Morte e Destruicao, mas agora significa que tenho uma ligação com os elementos?! onde estiveste tu quando precisei? Não devia ter ficado a olhar por mim. Ser o meu anjo? a minha protetora? - disse a última palavra mais acentuadamente e com um tom de odio.
ela olhou para mim magoada, nunca tinha pensado ouvir isso da minha boca, não na primeira vez que nos vimos sem o meu pai. Eu também não sabia de onde tinha vindo aquele ódio e aquela fúria, que me tomou controlo durante a conversa. não. eu sabia, ele apareceu quando comecei a falar do meu pai.. ele era um idiota e uma das razões de eu ter vindo para o Passado... o idiota mandou-me embora aos 18 anos, disse-me: "ja não precisas de mim. Desenrasca-te. ja tens idade. Odeio-te e a tua mãe também té odeia. " e fechou a porta na minha cara. Fiquei parvo durante minutos a olhar pra a porta de madeia branca, presa na parede amarelada, no fim de um caminho de pedra negra, que ia dar a um portao de ferro pintado de braco como porta. Os muros que rondavam a casa também brancos mas mais altos que o portao. Fiquei especado. As minhas coisas aos meus pes. Eu tinha pouca coisa. Apenas uma mochila com as coisas essenciais (um pouco de comida, mudas de roupa, dinheiro e um saco de cama). Sai dali o mais depressa que pude. E corri para o armazem que me acolhia desde crianca. Era para la que ia quando precisava de pensar. Foi la que fiz o feitico que me trouxe ao passado. Foi de la que desapareci... foi la que morri para aqueles que me condenaram ao isolamento e a solidao. Foi la que para eles eu deixei de existir.
- mae, diz-me como e que mudei o Futuro?
- eu não sei. Eu apenas o vi quando foste visitar Driane e quando os Guardioes te chamaram.. eu apenas vejo o que tu ves.
- ok. Obrigado. Gostei de te ver, mesmo que nao tenha sido eu a chamar-te.
E ela desapareceu. Fiquei ali sozinho, a pensar durante horas na minha conversa com a minha mae.. quem e que a convoncou? Porque ela tinha aparecido ali? quando sai ja era noite cerrada, a lua hoje nao tinha subido o ceu, lenta e graciosamente, como fazia todas as noites, e como nao tinha trazido uma tocha, achei melhor nao sair pois podia perder-me. Voltei a entrar na caverna, fiquei a pensar como ia passar a noite. Fiz uma cama com folhas de alguns arbustos junto ao lago e adormeci.
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agradecia que se encontrarem algum erro ortografico para avisarem nos comentarios para o poder emendar?
- Sérgio
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Os Guardiões do Tempo: O Inicio
De TodoAfonso vem de um futuro destruído. Um salto para o passado resulta numa aventura que não estava a espera, desde Reis ambiciosos e tentavas de assassinato. Conversas com Deuses e com os primeiros Homens. Raças perdidas e o inicio de outras. No meio...