Alguém como eu

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Afonso ::

"estava sentado num cadeirao no centro de um circulo, pessoas a minha volta, cantavam baixo e de forma assustadora uma cantiga. estavam todos de manto, preto ate aos pes, com o capuz colocado nas suas cabeças. uma mascara cobria todos os rostos, uma mascara diferente para todos. Umas sorriam deixando ver os olhos irados por detras da mascara, o que confundia muito. Outras estavam tristes, com esgares de raiva, na sua expressao. Outras eram apenas uma tira de pano que cobria os olhos tapando as expressoes dos seus rostos. Uma das feiçoes inimigas estava descoberta. Um olhar azul, penetrante, olhava-me. A ira brilhava nos seus olhos, fogosos, uma expressao de raiva estava estampada na sua cara de feiçoes simples, porem marcadas. A sua tunica, preta, parecia brilhar na escuridao.

- Finalmente. - Ele disse alto - Finalmente apanha-mos-te. agora vais sofrer por tudo o que fizeste.

"Tudo o que eu fiz? mas de que raio este maluco esta a falar? Eu não fiz nada de mal." pensei.

Os cânticos começaram a ficar mais e mais altos. o que iria acontecer? Os homens com máscara começaram a mexer-se a minha volta. Estavam a dançar em círculo. O que estava sem máscara nada fazia. Apenas olhava, o esgar de ódio ainda na sua expressão cansada. E foi então que começou a mover-se na minha direção. Parou a um metro de mim e apontou um dos seus dedos redondos a cara.

- Agora, a Morte espera -te impaciente. O fim desta tua jornada a qual chamas de vida esta a acabar.

Han? Ok, espera. Fui eu o unico que nao percebi nada? Ele disse que ia morrer? Uau... Estou mesmo confuso. E ele ali, continua a olhar para mim. A raiva ainda nao abandonou o seu olhar azul.

- Mas o que e que eu te fiz para me quereres matar? - perguntei meio a medo - Eu nunca te tinha visto antes, entao para que tanto odio?

- O que e que estas para ai a falar? - ele disse, agora totalmente irritado - Nunca me viste? Nunca me viste? Tu matas-te a minha filha. Tu matas-te-a sem do. Tu, por causa dos teus poderes sobre a morte.

- O que? mas eu nao tenho controlo sobre a morte.

- A tua tatuagem diz o contrario, querido genro.

genro? mas que raio?

- nao... tu... nao podes ser... - murmurei, agora totalmente assustado.

- ohh, mas eu sou!! - ele disse, feliz por eu - finalmente -, ter percebido quem eu era. - tu matas-te-a, entao agora e a minha vez de te matar..."

acordei completamente desesperado. nao sabia o que fazer. so sabia uma coisa. independentemente do que este sonho podia significar, eu tinnha que me afastar de Driane. nao quero acabar por provocar a sua morte. nao, eu nao quero isso. entao assim seria. iria afastar-me dela o mais que podesse. ela iria notar. talvez se apaixonasse por outro entretanto, mas agora eu. eu nunca poderia me apaixonar de novo. nao se queria evitar qualquer situaçao que envolvesse a morte das pessoas que amo. Teria que me afastar de todos os que amo. iria viver uma vida de solidao e exilio. era o mais correto, certo? nao sei. talvez fosse. parece que poder transformar-me em Alma agora nao faria muita diferença, uma vez que estava a optar viver uma vida mortal longe de tudo e de todos.

Fernando e Driane ainda estam no futuro. um futuro bem longiquo para mim, talvez demais. eles estariam bem? nao iria intrometer-me, esperaria pelas noticias do Guardiao. quanto menos tempo estivesse com ela, menos sentimentos teria, certo? tenho tantas duvidas. tanta coisa sem resposta que me passava pela cabeça. tenho que aprender a controlar o meu poder sobre a morte, mas como? tenho que procurar alguem. alguem que saiba, mas existira alguem assim? nao sei, vou visitar os arquivos do Tempo. ah sim, quando nos saltamos no tempo, existe uma salinha com os dados de todas as pessoas que algumas vez existiram ou exestirao. a sala estava organizada por dons. cada uma mais poderiso que o outro. ahhh, e a unica forma de entrar e saltando no tempo. mas para quando? vou saltar no tempo para trinta segundo antes desta hora, afinal que mal pode fazer? o ritual, precisava de o preparar. precisava de velas, e de sangue. o meu sangue. uma taça de cristal e um espelho. bem, ja tinha tudo menos a taça, que pedi a um criado que fosse buscar.

pus o espelho voltado para mim, mostrando-me o meu reflexo. pus a taça de cristal a minha frente e, pegando na faca de bronze, cortei a minha mao por toda a sua extensao. deixei o sangue escorrer para a taça e acendi todas as velas, num circulo a minha volta. começei a cantar uma cantiga antiga. uma coisa jamais ouvida e por isso nao a porei aqui. peguei na taça e atirei o sangue para o espelho, deformando a imagem da minha cara. fechei os olhos, pensei sobre a sala dos arquivos, e quando os abri estava la.

uma sala velha, com as paredes tao cheias de armarios que nao se via a cor das paredes apenas o cinzento metalico dos armarios de ferro. por muito cheio que estivesse, estava tudo organizado, e sem qualquer vestigio de po. andei pelos corredores entre os armarios, a procura do que diria "Morte". ate que o encontrei soltei um grito feliz e abri-o. so la estavam dois processos. o meu, e de uma tal de Catelyn, e ela esta na epoca onde me encontrava. ela vivia ate na aldeia do Castelo do Rei. iria visita-la. sim, iria ve-la ainda hoje. tirei a fotografia do arquivo e sai daquela sala. momentos depois estava na meu quarto, com um pregaminho na mao. olhei-o e estava la o desenho que devia ser a cara de Catelyn. levantei-me e - sem querer saber de como estava -, sai do quarto dirigi-me a aldeia. procurei-a. passei por todo o lado. mostrei o pregaminho as pessoas, mas nao a encontrei e ninguem a conhecia.

sai da aldeia, e andei ate a floresta, que estava pura novamente, agora sem a presença da bruxa que ali vivia. sem saber como, encontrei-me a porta daquela gruta onde tinha encontrado a minha mae, pela primeira vez sem o meu pai. entrei cuidadosamente e uma fogueira ardia no centro da gruta escura. uma sombra. uma pessoa de costas para mim.

- ola? -perguntei. a pessoa assustou-se e olhou para mim alarmada.

- quem es tu? - uma voz feminina perguntou.

- sou alguem que precisa da tua ajuda. - respondi-lhe.

- eu quero saber o teu nome.- ela disse autoritaria.

- o meu nome, tanto te faz, nao o irias reconhecer. - eu disse cansado. - mas se te interessa tanto, o meu nome e Afonso.

- Afonso? O Afonso? - ela perguntou surpresa - oh meu deus. estava a tua espera.

ela sentou-se ao pe da fogueira e apontou para o pe dela, indicando que me sentasse. e assim fiz.

- o que desejas saber? - ela perguntou curiosa.

- eu queria a tua ajuda. preciso que me ensines a controlar a Morte.

agora que estava ao pe dela e a olhava bem, podia ver que ela era bem bonita. com curvas acentuadas e um cabelo negro que descia ate a sua cintura, uns olhos violeta e um labios carnudos e rosados. a sua cara tinha as feiçoes marcadas e a sua pele era da cor da neve. o branco mais puro que existe.talvez o dela, seja ainda mais puro e bonito.

ela olhou-me assustada mas assentiu.

- de agora em diante, eu irei ensinar-te tudo o que sei sobre como controlar o teu dom. mas, precisarei que me mostres a tua tatuagem. so assim poderei ver o quao poderoso es. e tens de me dizer que outros ja descobriste.

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desculpem a demora, mas nao sabia o que dizer. espero que gostem e queria pedir que comentassem. apensar de parecer que ninguem le, nao me vou desesperar e vou continuar a escrever.

- Sergio

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