Say you don't want it

Capítulo 2

 Acordei no meio da noite com uma sensação de estar sendo observada, então levantei da cama e fui até a sacada, quando olhei para baixo, vi Benjamin olhando para cima, bem no momento que ele me avistou, pegou seu celular e começo a digitar alguma coisa, logo em seguida meu celular toca e eu fico apreensiva pois sabia que era mensagem dele, mesmo assim olho e lá está escrito:

“Desce aqui um pouco, preciso falar com você” (Benjamin).

“O quê você quer falar comigo?” (Em).

“É sério, é importante” (Benjamin).

Estava receosa em descer, mas ao mesmo tempo curiosa para saber o que era tão importante que ele queria falar comigo. Coloquei a roupa, pois nesse calor só me restava dormir de roupa de baixo, que ótimo, agora além do receio, agora tinha a vergonha de ele ter me visto de langerie. Fui até a cozinha e bebi um copo d/água e aproveitei e peguei uma pequena faca, afinal, em todos os casos uma garota tem que ter como se defender.

Abri a porta do apartamento devagar para não acordar Aurora e sai de fininho, então peguei  o elevador e fui para o térreo em direção ao portão, logo que olho para fora, o vejo encostado em seu carro, uma Mercedes-Benz na cor prateada. Ele olhava fixamente para mim, com um sorriso que eu não sabia distinguir, sai portão a fora e disse em tom sério:

-O que você quer falar comigo Ben? Estou com sono e cansada, quero voltar logo para cama e dormir.

O mesmo em um movimento rápido pegou meu braço torcendo-o e me jogando em direção ao carro, uma dor atravessou todo o meu corpo, me fazendo dar uma gemida de dor, então ele se aproximou do meu ouvido e disse:

-Sabe, eu sempre quis saber como era dentro de você, sabe, eu sempre nutri um forte sentimento por você, mas desde que terminamos a escola, você só me vê como um amigo, como alguém com quem você possa contar. – Dizia ele passando a língua no lóbulo da minha orelha.

A cada palavra que ele dizia, ele apertava meu braço cada vez mais, fazendo agora eu ter arrepios de dor por todo o meu corpo:

-E sabe Em, eu até poderia aumentar seu salário, poderia até mesmo te colocar em papéis mais importantes nas peças e nas séries, você só tem que me fazer um pequeno favor. – Disse ele passando a mão na minha intimidade e subindo para o meu seio. - Sutiã rosa de renda em, que cor deve ser sua calcinha então.

-Você é nojento.

Ele então me deu um tapa na lateral da cabeça me fazendo quase cair, fiquei meio desnorteada com o tapa, quem diria que o Ben quando bêbado ficaria tão agressivo, mas eu não podia esperar por menos, afinal, eram quase quatro da manhã:

-Nojentas são todas as suas tentativas de me evitar, não adianta negar Em, eu sei que no fundo você sente algo por mim, mas você é orgulhosa demais para admitir.

Ele agora apertava meu braço tão forte que eu o sentia queimar, o cheiro de álcool que a boca dele emanava entrava nas minhas narinas:

-Eu só consigo sentir pena de você Ben, por mais que você tente algo comigo, sabe que é uma tentativa leviana. – Outro tapa, mas desta vez me fazendo cair.

-Estou cansado dos seus insultos. – Dizia ele com raiva no olhar, e levantando a mão para me agredir novamente.

Quando ele estava descendo seu braço com toda a velocidade, o mesmo foi segurado e jogado ao chão, então ouvi uma voz familiar:

-Em, corre!

Eu conhecida essa voz, era a voz de um Zack preocupado, de um Zack aflito. Levantei com um pouco de dificuldade, pois meus braços doíam, mas quando consegui, corri alguns metros e olhei para trás. Zack estava por cima, acertando socos e mais socos, mas novamente em um movimento rápido, Benjamin reverteu a situação e ficou por cima, dando um único soco em Zack e voltando a olhar para mim, o mesmo então começou a correr em minha direção. Droga, se eu tentasse correr certamente ele me pegaria, pois é mais rápido que eu, então me lembrei da faca que havia pegado na cozinha da casa de Aurora, então esperei até o momento em que ele chegou perto de mim e o acertei com a faca no ombro direito, ele deu um grito de dor e disse completamente enraivecido: